Passados 60 dias de estabilidade da crise econômica no mercado interno, Manaus está entre as dez capitais com o melhor desempenho na evolução de empregos, com saldo de 2.794 postos preenchidos em julho. Os dados foram extraídos da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), ambos relatórios da SRTE/AM (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Amazonas).
A variação positiva no saldo de empregos (0,83%) apresentada pelo Estado ficou a apenas um ponto percentual abaixo da média da região Norte (0,84%) –ancorada, por sua vez, no desempenho de Rondônia (1,47%), em virtude da construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Girau.
Saldo positivo
Embora o superintendente regional do Ministério do Trabalho, Dermilson Chagas, tenha afirmado que eletroeletrônicos (647 operários) e transformação(566 vagas preenchidas) foram os setores que, respectivamente, mais contrataram na indústria, o executivo fez questão de destacar o ótimo desempenho do setor de serviços, que encerrou o mês cravando saldo positivo de 1.085 operários inseridos nas frentes de trabalho. “O desempenho do pólo industrial ficou muito aquém do esperado. Tudo bem que estamos saindo de uma crise financeira, mas existem setores que, em outros centros industriais, sem incentivos fiscais como os daqui desta região, apresentaram maior regularidade”, asseverou.
Outro detalhe do levantamento feito pelo Ministério do Trabalho em Manaus mostrou que a capital amazonense foi a quinta maior no volume de carteiras assinadas durante o mês de julho. Com o resultado, de acordo com o estudo apresentado, o mercado formal da cidade foi ampliado em praticamente 14%. “Apesar da alta em relação ao mês de junho, foi perceptível que a baixa contratação está relacionada ao grau de otimismo e confiança do empresariado em relação à estabilidade econômica. Os níveis da evolução do trabalho esperados para agosto são de pelo menos três a quatro pontos percentuais sobre julho”, considerou.
Diversidade garante desempenho
O presidente da Aficam (Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Amazonas), Cristóvão Marques Pinto, reconheceu que o bom desempenho do setor de serviços no Estado está associado ao fato da expectativa local de não depender de apenas um segmento. O adensamento do setor de segurança foi repetidamente citado pelo empresário como exemplo de crescimento planejado do setor em Manaus. “Ainda na sexta-feira, o Codam [Conselho de Desenvolvimento do Amazonas] deve aprovar a chegada de pelo menos mais três empresas interessadas em produzir câmeras de vídeo e atuar no segmento de segurança patrimonial. Essa é uma das tendências do mercado empresarial”, disse.
Três pilares
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, afirmou que os três principais pilares da indústria amazonense são os eletroeletrônicos, duas rodas e construção civil. “Quando um deles não vai bem, outro setor compensa e temos saldo positivo no final. É diferente de algumas regiões brasileiras, onde apenas um setor industrial é o ponto de equilíbrio da economia”, finalizou.
