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Manauara Shopping fica no escuro e põe em risco integridade dos usuários

As luzes de Natal literalmente se apagaram na noite do último domingo, no Manauara Shopping, administrado pelo superintendente Tadeu Ferraz. Entre os maiores e mais novos estabelecimentos comerciais de Manaus, o sho­p­ping teve de lidar com um “apagão” ocorrido entre às 19h45 e 20h, o que gerou tumulto e sufoco entre o público que tentava fazer suas compras natalinas.
Elevadores pararam de funcionar, faltaram luzes e sinalizações nas escadas de emergência e as opções de saída ficaram lotadas. “Eu fiquei mais de uma hora e meia esperando, parada no meu carro, na esperança de que o fluxo de carros voltasse ao normal. Todas as saídas estavam paralisadas. Tive de percorrer a escada de emergência no escuro, com meu filho de três anos de idade, até chegar ao local da minha vaga”, denunciou Nivia Pires, 38, professora universitária que estava presente no momento do “apagão”.
Medidas mínimas de segurança, pelo que se pôde observar, não estavam em condições de operacionalização. Algumas lojas se mantiveram abertas, pois acionaram seus geradores individuais, mas a maioria dos lojistas precisou encerrar o expediente, principalmente no caso das lojas localizadas nos pisos próximos à avenida Humberto Calderado Filho, antiga Paraíba, segundo informaram pessoas que passaram pelo estabelecimento.
O susto pareceu não representar muita importância para a administração do shopping, que sofreu na manhã de ontem uma nova falha no abastecimento energético. Novamente, lojas tiveram que fechar suas portas e o público que estava no local ficou refém da falta de segurança. “Imagine se tivesse acontecido um incêndio, seria um desespero. Na noite de domingo, o shopping estava lotado. Eu avistei, pelo sistema numérico da garagem, o aviso de disponibilidade de somente 39 vagas para carros”, alertou a professora.

Habite-se parcial

O Manauara Shopping é portador da certidão parcial do Habite-se, documento que atesta que o imóvel foi construído seguindo as exigências da legislação local estabelecida pela prefeitura. O órgão licenciador, neste caso, é o Implurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano). Segundo o diretor-presidente da pasta, Bosco Saraiva, o estabelecimento arca com todas as consequências quando acontece um transtorno desse tipo.
“O projeto de energia do Manauara foi aprovado pela empresa de abastecimento energético do Estado, a Amazonas Energia. Portanto, supre tecnicamente as exigências da lei. O Implurb não tem como emitir um parecer final contrário a essa garantia de serviço já firmada entre o shop­ping e a fornecedora de energia”, explicou Saraiva.
O diretor-presidente informou que a Amazonas Energia aprovou a liberação do abastecimento energético do Manauara via rede de alta tensão de 69 mil volts (que passa na altura da rua Salvador), cujo transformador a converte na voltagem 110, ideal para uso comum, como no caso das residências. Trata-se de uma rede pública e quando falta energia no bairro devido a problemas nesta rede certamente ocorrerá um blecaute também no shopping.
“Com um Habite-se parcial, o Manauara tem assegurado o funcionamento legal das lojas e restaurantes, mas não é autorizado a abrir áreas comuns, como cinema”, ressaltou Saraiva. Para conquistar o Habite-se total, explicou o presidente, o empreendimento precisa estar funcionando 100% conforme o projeto original aprovado junto à prefeitura. “É o shopping que solicita esse documento final. Não existe um prazo para o documento ser emitido. Na medida em que o empreendimento fizer essa solicitação, novas vistorias serão feitas”, disse o diretor-presidente.

Falta de gerador

A principal reclamação da população recai sobre a falta de um gerador. Em pleno funcionamento, o equipamento impediria que os elevadores fossem paralisados, evitando o trauma para as pessoas que ficam presas no equipamento e o trabalho para resgatá-las.
Sobre essa questão, uma vez que o projeto original é aprovado pela empresa de energia, o Manauara e outros centros comerciais não são obrigados a instalar um grupo gerador. Mas é fato que a ação é necessária frente à instabilidade energética a que está sujeita a sociedade amazonense, ainda mais em período de chuva. É normal na região, durante essa época do ano, que as interrupções no fornecimento de energia aumentem.
A assessoria de comunicação do Manauara foi contatada para que o superintendente Tadeu Ferraz prestasse esclarecimentos sobre o ocorrido, mas o executivo não concedeu entrevista ao JC. A assessoria limitou-se a emitir uma nota informando lamentar os transtornos causados aos lojistas e clientes e que, durante a falta de energia do último domingo, o shopping tomou “todas as providências necessárias, como o acionamento de geradores e iluminação de emergência… além de direcionar equipes treinadas para auxiliar os clientes a saírem e entrarem no estacionamento”.
O comunidado também informou que o empreendimento está buscando detectar as causas do interrompimento parcial de energia para resolver o problema o mais rápido possível. A nota ressalta que “todos os elevadores, o sistema de segurança e demais lojas estão funcionando normalmente”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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