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Mais investimentos para produção de concentrados

A Agropecuária Jayoro,
instalada no Km 120 da
BR-174, zona rural, município
de Presidente Figueiredo,
investe no aumento
dos guaranazais e em novas
tecnologias para aumentar a
produção do guaraná destinado
a abastecer a Recofarma Coca-
Cola, com concentrados para
bebidas não alcoólicas. A meta
é alcançar 350 mil plantas, para
triplicar a produção, passando
de 568 toneladas anuais, para
cerca de 1,8 mil toneladas do
fruto.
De acordo com o pesquisador
da Embrapa, Lúcio Santos,
a Jayoro está partindo para
350 mil plantas de guaraná no
campo. “Este é o maior plantio
de guaraná do mundo”, revelou.
No ano passado a empresa
colheu cerca de 71 toneladas de
semente seca. O que representa
em quilo de fruta multiplicar por
oito, chegando a 568 toneladas
do fruto colhido no campo.
O anúncio da a ampliação da
unidade instalada na fazenda
agropecuária modelo, foi feito
durante a apresentação da nova
tecnologia em maquinário que
elimina o processo de fermentação
do guaraná durante seu
beneficiamento, considerado
um ganho econômico, ambiental
e social. “Nós temos avançado
muito e os ganhos são em todas
as dimensões: ambiental e social”,
frisou Santos.
O pesquisador da Embrapa,
Firmino José do Nascimento
Filho, chamou a atenção a colheita
do guaraná onde mais se
consome mão de obra em todo
o processo de produção e beneficiamento
do fruto. “Um dos
gargalos em termos do plantio
do guaraná é a colheita a parte
mais trabalhosa”, salientou o
especialista em melhoramento
genético da cultura do guaraná
BRS Maués 871, considerado o
carro chefe por ser detentor da
maior produtividade já registrada
em pesquisas de campo e
do BRS Amazonas 300 segundo
melhor desempenho, segundo a
Embrapa.
Nova tecnologia
Preocupados com as anomalias
climatológicas e visando o
melhoramento genético de culturas
como a do guaraná, uma
tríplice parceria entre a Agropecuária
Jayoro Ltda., Pinhalense,
empresa líder mundial em tecnologia
para processamento de grãos, e a Embrapa Amazônia
Ocidental (Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária) vem
desenvolvendo pesquisas em
novos clones do BRS Maués 871,
campeão de produtividade no
campo e BRS Amazonas 300
vice-campeão. As pesquisas ganharam
destaque com o investimento
em novas tecnologias que
eliminaram a fase de fermentação
durante o processo de beneficiamento
da semente do fruto
até chegar no mais concentrado
pó de guaraná com maior teor de
cafeína destinado a Recofarma
Coca-Cola, fábrica de Concentrado
para bebidas não alcoólicas
que abastece o globo.
A empresa Jayoro, subsidiária
da Coca-Cola no Amazonas, pertence
à família Magid, radicada
em São Paulo. A empresa é proprietária
de uma área de 59 mil
hectares desde a década de 70,
embora os canaviais ocupem
uma faixa de 4 mil hectares. A
empresa também ocupa 410 hectares
com guaranazais, segundo
dados levantado em 2013.
A Jayoro também tem um
compromisso social para as
novas tecnologias geradas em
parceria com a Embrapa com
apoio da Recofarma, que serão
compartilhadas e repassadas
para os produtores que vivem
nas comunidades do entorno da
modelo. “A vantagem maior é o
fato que nós conseguimos por
meio do desenvolvimento desse
sistema eliminar uma etapa que
durante a vida toda foi necessária,
que é a fermentação prévia
do guaraná para então depois
submetê-lo ao processamento
de despolpamento e secagem”,
esclareceu o pesquisador.
Com o novo maquinário foi
possível fazer com que o guaraná
seja colhido e imediatamente
trabalhado no seu processo de
despolpamento. Santos destaca
também o ganho econômico
com a redução de mão de obra,
máquinas, motoristas, tratoristas,
espaços físicos que não é necessário
mais para fermentar o
guaraná. “Além de eliminarmos
a o risco de contaminação com
coliformes fecais que a fermentação
causava por atrai muita
mosca”, frisou.
Segundo Santos a semente
fica mais firme se não for fermentada.
“E o mecanismo que
é utilizado nesse sistema das
máquinas é mais leve, suave. Ele
não é agressivo quanto o mecanismo
do equipamento antigo,
que estava muito desatualizado”,
informou. Ele ainda disse que
durante o processo a semente
não quebra mais como antes.
Segundo o supervisor de vendas
da Pinhalense, Sérgio Cardoso
Coelho, a empresa dispõe
de equipamentos modulares de
várias dimensões para atender a
necessidade do pequeno, médio
e grande produtor. “O equipamento
é modular, o que equivale dizer que hoje o pequeno
produtor de guaraná que der
continuidade no plantio poderá
expandir a produção e adquirir
outros módulos e instalar um ao
lado do outro”, disse.
O técnico da Pinhalense, João
Linhares, acompanha desde o
início do desenvolvimento do
projeto há quatro anos e garante
que o maquinário de fácil manuseio
pode ser adaptado para pequeno
médio e grande produtor
de guaraná. Um diferencial está
na utilização do aço inox para a
fabricação do equipamento, que
apesar aumentar o custo é um
material resistente à corrosão
causada pela alta acides do fruto.
“O maquinário é fabricado inteirinho
em inox porque o guaraná
é um material corrosivo o que
torna um pouco mais caro. Mas
uma usina de pequeno porte não
vai ficar caro”, garante.
O funcionário da Jayoro, Hermes
Piaba, informou que no
processo cerca de 18 mil quilos
são reduzidos para 1.600 quilos
de pó de guaraná concentrado,
uma proporção aproximada de
11/1. Ele faz parte do quadro
de funcionários há 11 anos e
explicou sobre a importância do
processo pós despolpamento, já
considerando eliminada a fase
de fermentação, até chegar ao
produto final: o pó do guaraná.
“É um processo muito importante
passando pela moagem
que dura 12 horas num tanque
destrator, seguindo para a centrífuga
onde ocorre a separação
do líquido e do sólido”, elencou.
Piaba seguiu com a saga do
beneficiamento do guaraná que
já na fase da semente diluída, a
parte sólida vai para o processo
de reciclagem e o líquido passa
por um processo de evaporação
eliminando 40% de água e o
restante em forma de álcool é
eliminado 60% numa temperatura
de 10°C para facilitar a
evaporação dos líquidos. O próximo
passo é centrifugar, filtrar e
pesar o produto. “E dependendo
do pedido da Recofarma nós
transferimos esse produto para
ser transformado do líquido para
pó”, explicou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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