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Mais 3.383 vagas no Amazonas

O mercado de trabalho do Amazonas registrou saldo positivo de 3.383 empregos com carteira assinada, em fevereiro. A quantidade de admissões (+21.421) superou a dos desligamentos (-18.038), com alta de 0,65% sobre o estoque anterior. Foi um dado três vezes mais forte do que o de janeiro 2023 (+1.056) e o maior número para os meses de fevereiro nos últimos cinco anos. A oferta se concentrou em Manaus (+3.471), em detrimento do interior (-88). Com exceção da agropecuária, quase todos os setores econômicos contrataram mais do que demitiram, especialmente os serviços e a indústria.

Apesar da aceleração, o índice de aumento de vagas com carteira assinada no Estado (+0,65%) ficou abaixo da média nacional (+0,67%) e principalmente da região Norte (+0,75%). No acumulado do ano, o Amazonas tem expansão de 0,78% e 4.052 novos postos de trabalho, com destaque também para serviços – em números absolutos (+2.694) – e indústria – em alta proporcional (+1,67%). Em 12 meses, o incremento foi de 4,86% (+23.999) elevando o estoque para 522.596 vínculos celetistas ativos. Os números são do ‘Novo Caged’, e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O Brasil como um todo teve mais admissões (+2.249.070) do que demissões (-1.942.959), no mês passado. O saldo ficou positivo em 306.111 empregos com carteira assinada, com acréscimo de 0,67% e saldos positivos disseminados em quatro das cinco regiões brasileiras – a exceção foi o Centro-Oeste. Veio praticamente em dobro do registro de janeiro (168.503) e maior do que o do mesmo mês de 2023 (241.785). Diferente do ocorrido no Estado, o crescimento foi uma realidade para todos os setores, com maior número de postos nos serviços (+193.127) e maior crescimento na construção (+1,25%). 

Vale ressaltar que a oferta de empregos formais ainda está distante da demanda dos trabalhadores, tanto em âmbito estadual, quanto nacional. Os números mais recentes do IBGE mostram que o Amazonas encerrou o quarto trimestre de 2023 com o nível de desocupação novamente em queda, mas em um patamar ainda elevado de 173 mil pessoas – ou 8,8% de sua força de trabalho. Apenas 55,5% (1,79 milhão) da população amazonense “apta ao trabalho” (14 anos ou mais) tinha ocupação remunerada, sendo que 54,6% (979 mil) desse grupo não contava com carteira assinada. O desempenho do primeiro trimestre de 2024 só será divulgado em maio.

Serviços e comércio

Quatro das cinco atividades econômicas fecharam fevereiro com mais admissões do que desligamentos. A maior oferta veio dos serviços, que costumam liderar o ranking. O setor ganhou 1.964 vagas celetistas no mês, com avanço de 0,82%, e em dado mais de duas vezes maior do que o de janeiro (+730). O grupo que reúne informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+940) puxou as contratações, seguido pela administração pública (+591), mas não por “outros serviços” (-115). Os serviços abriram 2.694 vagas (+1,13%) no bimestre.

Em um mês com menos dias úteis e sua data comemorativa mais forte no Carnaval, o grupo que reúne “comércio e reparação de veículos”, retomou saldo positivo, com a criação de 169 vagas e alta de 0,14%. O impulso, entretanto, foi insuficiente para repor as perdas de janeiro (-745). As admissões foram carreadas pelo segmento de “reparação de automóveis e motocicletas” (+89), em sintonia com as vendas aquecidas das concessionárias amazonenses. Varejo (+47) e atacado (+33) vieram nas posições seguintes. Em dois meses, o comércio local ainda opera com recuo de 0,48% (-578) nos seus estoques de empregos.

“O mercado cresceu pouco, pois tivemos o rescaldo da estiagem de 2023. Com o comércio desabastecido, aumentos de preços, e as dificuldade do consumidor, é claro que os empregos não cresceram dentro da expectativa. Só sentimos uma pequena melhora e um maior otimismo na segunda quinzena de dezembro, antes do Natal. Também deve ser considerado, em paralelo, o aumento dos custos do cartão de crédito, que motivou perda de poder aquisitivo e endividamento das famílias”, lamentou o presidente em exercício da Fecomércio-AM, Aderson Frota, acrescentando que 

Indústria de transformação

A indústria foi novamente o segundo setor que mais contratou localmente, registrando aumento de 0,83% e 1.050 novos postos de trabalho, praticamente o mesmo saldo do mês anterior (+1.055). A indústria de transformação disponibilizou 1.016 ocupações, com resultados positivos em 15 de suas 25 atividades, principalmente nas linhas de produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (+440). As altas se estenderam à indústria extrativa (+7) e à divisão de água, esgoto descontaminação (+33), mas não ao segmento de eletricidade e gás (-6). No acumulado do ano, foram geradas 2.105 vagas na indústria do Amazonas (+1,67%).

“Os números são reflexo do momento positivo e solidez do PIM. Há de se considerar a sazonalidade do início de ano, que comumente resulta em números positivos. Como tivemos uma retração atípica no último trimestre do ano passado, era de se esperar uma retomada mais acentuado. Isso é resultado do esforço conjunto das iniciativas públicas e privadas que conferem um cenário seguro para o investidor. Nossas expectativas são de que os números mantenham a tendência em ritmo mais brando”, ponderou o presidente do Fieam e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva.

Agropecuária e construção

O único setor a promover cortes foi a agropecuária, com a subtração de 148 postos de trabalho e um mergulho de 3,11%. Foi o quarto saldo negativo consecutivo, após os registros de novembro (-147) e dezembro (-144) e janeiro (-72). Diferente do mês anterior, a destruição de empregos se concentrou no grupo que reúne “agricultura, pecuária e serviços relacionados” (-162) – especialmente na produção de lavouras temporárias (-177). Produção florestal (+7), assim como pesca e aquicultura (+7) voltaram a contratar. Com isso, a agropecuária amazonense fechou o bimestre com 221 empregos a menos (-4,57%).

A construção retomou crescimento nas ocupações, após amargar três meses seguidos de cortes. O acréscimo do mês foi de 1,29%, o mais elevado da lista. O acréscimo de 348 vagas celetistas ajudou a compensar as perdas acumuladas em janeiro (-298), dezembro (-785) e novembro (-206). As contratações se disseminaram pelos serviços especializados para construção (+265) e obras de infraestrutura (+103), mas passaram longe da construção de edifícios (-20). Em dois meses, o setor gerou 50 vagas (+0,18%) no Estado.

O presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, lembra que o período chuvoso, iniciado em novembro costuma ser de redução do ritmo de trabalho, mas se mostrou otimista para 2024. “O setor deve contratar mais neste ano. A parceria com o governo estadual [no programa de habitação] é importante e já está tendo muita execução de obra. [No Minha Casa Minha Vida] o governo federal pegou as obras lançadas, e agora entramos na fase de aprovações de novos projetos e de outras empresas adentrarem no programa. A tendência é que o volume de contratações cresça e movimente o mercado”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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