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Intervenção do Estado no transporte é nociva

O aumento da passagem de ônibus é apenas um sintoma de uma doença muito maior que acomete o país. Por trás dos 20 centavos a mais nas passagens está o arroubo inflacionário pelo qual passa o Brasil.
Enquanto o Banco Central seguir imprimindo dinheiro para financiar a máquina estatal e seus projetos (quaisquer que sejam) e oferecendo crédito fácil, ele seguirá promovendo a tão famigerada desigualdade social e, pior, a perda de poder aquisitivo do trabalhador assalariado. O transporte é apenas mais um setor a sentir os efeitos de uma política extremamente intervencionista a fim de produzir números de crescimento.
Os manifestantes que tomaram as ruas em todo Brasil parecem estar cientes de como funciona o sistema de transporte atual: a prefeitura decide as linhas e divide-as entre as empresas viárias que obtém seu lucro parte pelo valor da passagem fixado pelo governo, parte através dos subsídios pagos pelas prefeituras (leia-se: a população). Ou seja, assim como não existe almoço grátis, não existe parte da passagem paga pelo governo. O contribuinte paga tudo.
Na verdade é pior ainda, porque aqueles que não andam de ônibus, seja porque têm uma lojinha no quintal de casa, seja porque as linhas pré-fixadas não os atendem e precisam dar seu jeito para ir ao trabalho, também pagam essa passagem.
Ou seja, o sistema viário funciona como um cartel oficializado pelo Estado, onde não existe concorrência, é impossível entrar no setor e o cidadão ainda é obrigado a pagar pelo serviço mesmo que não use.
Ainda assim, os protestos não pedem pela separação entre o Estado e o setor de transportes. Não pedem para que as empresas sejam livres para definir e disputar linhas de acordo com as necessidades dos consumidores e com maior facilidade para novos participantes entrarem no mercado. Pra quem diz que o transporte coletivo é um setor muito importante para ficar nas mãos dos “capitalistas malvados”, basta lembrar como eram as telecomunicações antes das privatizações, mesmo que hoje esse mercado seja extremamente regulado e engessado.
Portanto, não adianta tomar as ruas contra os desmandos do Estado, apanhar da polícia do Estado e, no fim das contas, pedir MAIS ESTADO.
Como disse ET Bilú, “Busquem conhecimento”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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