O acordo existente entre o Brasil e a Itália, realizado entre a Casa Civil da Presidência da República e a Legacoop Toscana, equivalente à OCB (Organização das Cooperativas do Brasil) na Itália, será ampliado para atender o Amazonas. O presidente do OCB-AM (Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas), Petrucio Magalhães Júnior, a diretora de Desenvolvimento Regional da Suframa, Eliany Gomes, e o gerente do Sebrae-AM, Vicente Schettini, estiveram presentes representando os órgãos que farão parte do acordo que deverá ser assinado durante a realização da ACI (Assembleia Geral da Aliança Cooperativista Internacional), que será realizada no final deste mês em Genebra, na Suíça.
O termo de acordo será assinado pela OCB Nacional, através do presidente, Márcio Lopes de Freitas, a Legacoop Nacional, representada pelo seu presidente Giuliano Poletti, o presidente da OCB/AM, Petrucio Magalhães Júnior, a superintendente da Suframa, Flávia Grosso, e o superintendente do Sebrae/AM, Nelson Rocha. “Este acordo poderá trazer grandes avanços ao cooperativismo amazonense, tendo em vista a tradição cultural e a eficiência gestionária das cooperativas italianas”, afirmou, da Itália, Petrucio Magalhães Júnior, onde participou de eventos, e está visitando cooperativas para trazer novas experiências de gestão cooperativa.
Entre as cooperativas visitadas está a Cooperativa Cellini, em Prato. É uma cooperativa de trabalho de engenheiros elétricos e mecânicos de alta tecnologia, e a cooperativa agroindustrial Il Forteto. A cooperativa é formada por 60 cooperados em regime de comuna, ou seja, os cooperados moram em habitações comuns com a família, e 40 cooperados que possuem suas áreas individuais e entregam suas produções na cooperativa. A principal atividade da cooperativa é a produção de derivados lácteos provenientes de ovelhas. Na Europa existem 171 organizações cooperativas, 250.000 sociedades cooperativas e 160 milhões de pessoas associadas em cooperativas.
O dirigente amazonense ressaltou a importância deste encontro, tendo em vista que dará uma grande impulso no movimento cooperativista no Amazonas, já que a OCB-AM está em um momento de fomentar as ações no setor primário, no interior do Amazonas. No entanto, salientou que é preciso que o governo também estimule a formação de cooperativas no interior. “O governo italiano apóia o movimento cooperativista, principalmente nos investimentos iniciais da cooperativa. Depois de certo tempo, a cooperativa é tratada como outra empresa qualquer, paga seus impostos e contrata seus empregados equiparados às empresas. Se conseguirmos sensibilizar o governo para que isto seja feito também no Amazonas, poderemos gerar mais emprego e renda onde for criada uma cooperativa”. Um outro aspecto apontado por Magalhães Júnior é quanto à legislação. No Brasil ainda não existe uma lei que incentive o funcionamento das cooperativas. “Na Itália a lei existe e é cumprida literalmente. Tem previsão legal para todos os seguimentos de cooperativas. O ramo trabalho, por exemplo, não enfrenta mais nenhuma dificuldade com a justiça, porque existe uma lei especifica que trata do assunto”, concluiu o dirigente.
Intercâmbio de cooperativas entre Brasil e Itália também inclui Amazonas
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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