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Indústria aposta e amplia investimento na produção

Repetindo a tendência de trimestres passados, os investimentos do setor produtivo voltaram a se destacar no resultado do PIB (Produto Interno Bruto). A alta de 16,2% foi a 18ª consecutiva e recorde na série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 1996.
Para o coordenador de Contas Nacionais do IBGE, Roberto Olinto, mais importante do que o número em si tem sido a tendência dos últimos trimestres desse indicador. “Há cinco trimestres os investimentos crescem entre 14% e 16%. Isso é que é relevante’’, diz.
No jargão econômico, esses investimentos são resumidos na sigla FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo), que são máquinas e equipamentos e outros itens constituídos para a produção de bens e serviços.
Quanto maior a FBCF, maior a oferta futura que vai suprir a demanda do país sem que existam pressões inflacionárias devido ao aumento do consumo.
A FBCF é composta em 60% por máquinas e equipamentos; os outros 40% são representados pela construção civil.
O resultado do trimestre passado mostrou que as empresas tomaram 41,3% mais empréstimos no setor financeiro com o intuito de produzir mais e buscaram no exterior boa parte do maquinário novo.
As importações de equipamentos foram o item de maior peso sobre a alta de 25,8% nas compras externas entre abril e junho, segundo o IBGE.
“Essa é uma clara demonstração de que estamos passando por um ciclo de investimentos’’, diz Júlio Sérgio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) e professor da Unicamp.
Segundo Braulio Borges, economista da LCA, “o segundo trimestre foi o momento em que o investimento deu o dinamismo’’ da economia. “Sem o investimento, o cenário seria de manutenção. Ele foi o fator mais forte para a expansão.’’
Segundo seus cálculos, o PIB no segundo trimestre em relação ao primeiro teria crescido apenas 0,7%, e não 1,6%, não fossem os investimentos.
Para Marcela Prada, da Tendências, é esperada a manutenção dos investimentos em patamar elevado.
“A demanda interna aquecida deixou os empresários otimistas, e a tendência é que eles continuem investindo’’, afirma.
No setor da construção civil, que faz parte da FBCF, a tendência daqui para a frente é de aumento de atividade.
“O setor está “bombando’, e não se trata de uma bolha. Tudo cresce. O emprego, o uso de materiais, o crédito, as edificações civis e as obras de infra-estrutura’’, diz Ana Maria Castelo, da FGV Projetos e que faz análises para o SindusCon-SP.

Indústria cresce menos

Na contramão da maioria dos componentes do PIB, o segundo trimestre de 2008 mostrou uma redução (de 7,3% no primeiro trimestre para 4,8% agora) no crescimento da indústria de transformação.
Segundo análise do Iedi, considerando que a produção da indústria nesse período teve variação de 6,2%, o resultado do segundo trimestre pode significar uma “perda de substância’’ da indústria brasileira.
De acordo com o instituto, a queda na adição de valor dos produtos industriais nacionais tem se dado pela substituição da produção nacional por itens importados.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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