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Importações para o PIM perdem força em julho

A corrente de comércio exterior do Amazonas seguiu positiva em julho, mas desacelerou na variação mensal. Majoritárias no bolo, as importações de insumos para o PIM perderam força na comparação com junho, embora tenham seguido positivas em relação a 2020. As exportações, por sua vez, seguiram no azul em ambas as comparações, mas os manufaturados do PIM perderam posições em favor de produtos primários. É o que se conclui a partir dos dados mais recentes disponibilizados pelo governo federal no portal Comex Stat.

As vendas externas do Estado totalizaram US$ 88.27 milhões e foram 7,04% melhores do que as de junho de 2021 (US$ 82.46 milhões), além de ficar 22,48% acima do registro de 12 meses atrás (US$ 72.07 milhões) –segundo mês de do ciclo de reabertura de lojas no Amazonas, e com o PIM já em ritmo de retomada. As importações, por outro lado, não passaram de US$ 1.08 bilhão, correspondendo a um decréscimo de 8,47% ante o mês anterior (US$ 1.18 bilhão) e a uma expansão de 45,16% no confronto com julho de 2020 (US$ 744.01 milhões). 

Os números do comércio exterior do Amazonas também seguem positivos no acumulado do ano, tanto nas exportações, quanto nas importações. As vendas externas acumularam US$ 524.59 milhões, correspondendo a um aumento de 20,79% sobre o dado do mesmo período do ano passado (US$ 434.31 milhões). Em paralelo, as aquisições do Amazonas no mercado estrangeiro avançaram 36,92%, ao passar de US$ 5.39 bilhões (2020) para US$ 7.38 bilhões (2021), entre janeiro e julho de 2021.

As importações do Amazonas registradas no mês passado foram encabeçadas, como de costume, por insumos para o PIM. Os itens mais adquiridos foram partes e peças para televisores e decodificadores (mais de US$ 199.14 milhões), circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 89.95 milhões), partes para aparelhos de telefonia (US$ 44.57 milhões), unidades de ar-condicionado (US$ 37.76 milhões) e paládio (US$ 35.81 milhões). Só o terceiro item da lista apresentou número pior do que o de 2020. 

A China (US$ 450.65 milhões) voltou a liderar o ranking de países fornecedores para o Amazonas, no mês passado, com alta de 37,60% ante julho de 2020 (US$ 327.51 milhões). Os Estados Unidos (US$ 89.37 milhões) cederam o segundo lugar para o Vietnã (US$ 89.85 milhões). Na sequência, estão Taiwan (US$ 78.94 milhões), Coreia do Sul (US$ 70.25 milhões), e Japão (US$ 54.09 milhões) entre outros. Todos os países citados avançaram na variação anual.

Ouro e nióbio

Após seguirem por dois meses na segunda posição, as preparações para elaboração de bebidas/concentrados (US$ 15.78 milhões) voltaram ao topo do podio do ranking de exportações do Estado, com um salto de 18,65% sobre 2020 (US$ 13.30 milhões). O segundo e terceiro lugar foram ocupados, desta vez, por matérias-primas como ouro em formas semimanufaturadas e de uso não monetário (US$ 13.95 milhões) –inteiramente remetido à Alemanha –e ferro-nióbio (US$ 8.40 milhões) –demandado principalmente por China (US$ 3.03 milhões) e Estados Unidos (US$ 2.89 milhões). 

As motocicletas de mais de 125 cilindradas (US$ 7.79 milhões) vieram em seguida. Os próximos manufaturados do PIM presentes na pauta de vendas externas de julho foram motos com 250 a 500 cilindradas (US$ 3.05 milhões) –em sétimo lugar –, aparelhos de barbear não elétricos (US$ 1,46 milhão), lâminas de barbear (US$ 1.09 milhão) e distribuidores de papel moeda (US$ 1.09 milhão), entre outros –na 12ª, 13ª e 14ª posições, respectivamente. 

A Venezuela (US$ 14.30 milhões) renovou a liderança entre os destinos das vendas externas amazonenses, mas recuou 16.96% sobre o dado de julho de 2020 (US$ 17.22 milhões). Alemanha (US$ 14.10 milhões), Colômbia (US$ 10.27 milhões), Estados Unidos (US$ 9.78 milhões), Argentina (US$ 6.06 milhões) e Bolívia (US$ 5.87 milhões) ocuparam as colocações seguintes. Com exceção da Colômbia, todos expandiram o volume de compras na comparação com o sétimo mês do ano passado.

Vacinação e retomada

Para o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, avalia que, a despeito da variação mensal negativa, as importações devem voltar a crescer nos próximos meses, até dezembro, em função do aquecimento da indústria para as festas de fim de ano. Da mesma forma, o cenário para as exportações seria de um crescimento “bem superior” ao do ano passado, levando o Estado a encerrar 2021 com US$ 1 bilhão em vendas externas. 

Os motivos para tanto seriam a “desaceleração da pandemia” e a abertura de novos negócios no comércio exterior. Outros fatores também teriam contribuído, como o próprio “aumento vegetativo” do mercado e a reação da economia mundial, na nova fase que veio com a vacinação contra a Covid-19. Marcelo Lima lembra que mercados como Estados Unidos e Colômbia têm comprado muito da Zona Franca, ajudando a fortalecer o comércio exterior amazonense. Ele avalia que, embora a variação do dólar também possa ter ajudado, o câmbio deve estabilizar nos próximos meses. 

“Já há uma expectativa da balança comercial brasileira atingir um saldo de US$ 100 bilhões, o que é um bom sinal. Apesar da crise da Argentina, e da situação política de alguns países da América Latina, nossas exportações não sofrerão descontinuidade. O mercado está se apresentando de uma forma bastante otimista, principalmente em relação aos segmentos de concentrados, eletroeletrônicos e motocicletas. É o que temos observado. Há de se considerar também as exportações para a Venezuela, de itens não fabricados na Zona Franca, como produtos alimentícios. A crise no país vizinho vai crescer, mas as compras deles por aqui devem estabilizar”, finalizou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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