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IBGE mostra resultado positivo para Serviços no AM em janeiro

O setor de serviços alcançou seu melhor resultado dos últimos 15 meses, em janeiro. O crescimento de 10,9% na comparação com dezembro – que teve quatro dias úteis a menos – foi o melhor resultado do país. Foi também a taxa mais elevada para o mês, desde 2012. O confronto com o janeiro de 2023 confirmou expansão de 10,8%, a maior alta desde outubro de 2022 (+13,3%). Na média brasileira, o setor cresceu 0,7% e 4,5%, sendo favorecido principalmente pelas atividades de informação e comunicação; de serviços profissionais, administrativos e complementares; e de transportes.

No acumulado dos 12 meses encerrados em janeiro, no entanto, o peso da semiestagnação experimentada pelos serviços amazonenses no fim de 2023 ainda se faz sentir. O incremento foi de apenas 1,4%, ainda ficando abaixo da média nacional (+2,4%). Em todo o país, os serviços apresentaram seus melhores resultados nos subsetores de alojamento e alimentação e tiveram seu único dado negativo em “outros serviços”, nesse tipo de comparação. É o que revelam os dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), calculados e divulgados pelo IBGE.

Em comunicado à imprensa, a CNC destacou que os serviços brasileiros superaram as expectativas, com tendência de alta pelo terceiro mês seguido. Na análise da entidade, o setor deve continuar impulsionando a economia nos próximos meses, com um crescimento de 2,1% ao final de 2024. A estimativa da entidade para o desempenho do turismo (+2,2%) é um pouco melhor. Entre os fatores apontados para justificar o resultado de janeiro está o “aquecimento do mercado de trabalho formal” –  mais de 180,4 mil postos no Brasil – e o arrefecimento na alta dos preços dos serviços (+0,02%).

A aparente recuperação do dinamismo dos serviços se apresenta na geração de empregos do Amazonas, conforme os dados do Novo Caged. A maior oferta de oportunidades profissionais voltou a vir dos serviços, que costumam liderar o ranking. Em janeiro, o setor ganhou 1.080 vagas celetistas e avançou 0,45% nos estoques, recuperando integralmente as perdas de dezembro (-915). O grupo que reúne informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+842) puxou as contratações, seguido de longe pela administração pública (+199).

Estados e atividades

Com o IPCA de janeiro (+0,42%) já mais elevado, o descolamento da receita nominal se manteve em relação ao volume de serviços nas comparações de longo prazo. A variação mensal do faturamento a preços correntes avançou 10%, mais que o dobro do alcançado no mês anterior (+4,2%). Já a comparação com janeiro de 2023 decolou 17,5%. O acumulado dos 12 meses (+5,9%) foi três vezes mais robusto do que o registrado pelas vendas efetivas. A média nacional (+2,7%, +8,8 e +6,3%) também avançou em todas as frentes.

Com a alta de 10,9% no volume de serviços perante dezembro, o Amazonas galgou da oitava para a primeira posição do ranking, em meio a dez resultados negativos e uma estabilidade. O pior resultado ficou em Tocantins (-7,9%). Em relação ao mesmo mês do ano passado, o Estado (+10,8%) disparou da 25ª para a terceira colocação, em um rol encabeçado pelo Acre (+24,7%) e encerrado pelo Rio Grande do Norte (-3,6%). No ranking do acumulado anualizado (+1,4%), segue melhor apenas do que São Paulo (-1,7%) e Amapá (-2,4%) – em um rol liderado pelo Mato Grosso (+16,9%).

O IBGE-AM reforça que, em virtude do tamanho da amostragem, a pesquisa no Amazonas ainda não apresenta os dados desagregados por segmentos. No âmbito nacional, o progresso mensal veio de quatro das cinco atividades. Os ganhos vieram dos segmentos de informação e comunicação (+1,5%); serviços profissionais, administrativos e complementares (+1,1%); transportes (+0,7%); e “outros serviços” (+0,2%). O dado negativo veio dos serviços prestados às famílias (-2,7%). Correndo por fora, as atividades turísticas caíram 0,8%.

“Boas vendas”

O chefe de disseminação de informações do IBGE-AM, Luan da Silva Rezende, informa que a Pesquisa Mensal de Serviços investiga a receita bruta nas empresas amazonenses formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e “que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação”.

O pesquisador reforça que o resultado alcançado no primeiro mês de 2024 foi “bastante positivo” para os serviços do Amazonas. Principalmente depois das “dificuldades de vendas” enfrentadas pelo setor em 2023, que resultaram em um “pequeno crescimento” de 1,1%. “Com o resultado de janeiro, a média móvel trimestral saltou para 3,5%. Isso aumenta as possibilidades de boas vendas para os resultados de fevereiro”, afiançou.

Em texto postado no site da Agência de Notícias IBGE, o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, assinalou que fevereiro emplacou o quarto resultado positivo para o segmento de serviços de informação e comunicação, que carrearam os resultados em âmbito nacional. Conforme o pesquisador, o principal impacto positivo nessa divisão veio dos serviços audiovisuais (+27,6%), impulsionados pela receita das empresas que atuam com exibição cinematográfica, programadoras de conteúdo para TV fechada e plataformas de streamings. 

“Com o período de férias, as salas de cinema receberam mais público e aumentaram o faturamento. Ainda dentro do subsetor, destaco o aumento da receita das empresas que trabalham com edição integrada à impressão de livros, em função da produção de material didático direcionado às escolas. E, por último, os serviços de tecnologia da informação (3,8%) também contribuíram com o bom desempenho do setor neste mês”, listou. 

Crédito e emprego

Em entrevista recente para a reportagem do Jornal do Commercio, o presidente em exercício da Fecomercio-AM, Aderson Frota, reforça que o setor de serviços é o que vem apresentando melhores resultados em empregos e vendas, mesmo sob os efeitos da crise logística da vazante. “Além disso, o consumidor estava combalido pelos juros, negativado e desmotivado. Mas, o setor de serviços ainda mostra um vigor respeitável, e tem potencial muito grande. A economia está em mudança acelerada”, ponderou. 

A ex-vice-presidente do Corecon-AM e professora universitária, Michele Lins Aracaty e Silva, concorda que o setor saiu impactado pela “estiagem severa”, além de enfrentar “informalidade persistente”, “inadimplência elevada”. Ela avalia, entretanto, que o panorama para o setor tende a melhorar em 2024. “A expectativa é de um cenário de recuperação mediante datas comemorativas e festas populares, mas tal resultado depende da recuperação macroeconômica e da retomada da confiança do consumidor”, ressalvou.

Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da CNC, o presidente da entidade, José Roberto Tadros, se mostra mais otimista. “Seguimos construindo um cenário favorável para as atividades terciárias, que registram um desempenho 13,5% mais alto que o comparado aos níveis pré-pandemia, mostrando o fôlego e a recuperação significativa do setor e reafirmando sua extrema relevância para a economia brasileira”, concluiu.

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
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