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Hotéis enfrentam sua pior crise

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Os números oficiais ainda estão sendo tabulados, mas a rede hoteleira de Manaus já está se preparando para o pior. Pelos cálculos dos empresários a taxa de ocupação dos hotéis na capital da Zona Franca está bem abaixo de anos anteriores. Alguns chegam a dizer que nunca na cidade, o nível ficou tão baixo.
Alguns fatores são apontados pelos hoteleiros como causadores da baixa procura no setor de hotelaria: Os reflexos da crise econômica internacional podem ser citados dentro de um cenário macro, no entanto, os quartos e apartamentos estão desocupados também por fatores locais, como as férias dos trabalhadores do polo industrial, a desorganização e falta de limpeza, tanto no Porto quanto no Centro Histórico de Manaus.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas (ABIH-AM), Roberto Bulbol, o trade se ressente ainda de fatores estruturais como, por exemplo, um grande centro de convenções para atrair e consolidar o potencial do turismo de negócios.
“A falta de eventos importantes e significativos para esse segmento contribui e muito para as baixas taxas de ocupação dos nossos estabelecimentos”. Bulbol acrescenta que Belém está levando os eventos por disponibilizar de um moderno e ampliado Centro de Convenções. “O Hangar (centro de convenções) passou de 5 mil para 8 mil lugares”, disse o dirigente.
No mapa da desocupação, é preciso fazer uma diferenciação, de acordo com Bulbol. Os hotéis localizados nas proximidades do Distrito, levam uma certa vantagem. Os que estão no Centro, estão sofrendo um pouco mais. O líder empresarial salienta que a taxa baixa de ocupação reflete, consequentemente, no preço das tarifas cobradas. “Precisamos fazer promoções, diminuir os preços dos pacotes, tudo com o objetivo de não perder ainda mais receita”, frisou.
Sem saber mais o que fazer e diante de um cenário sem grandes perspectivas, pelo menos, a curto e médio prazos, alguns empresários do setor já trabalham na zona do desespero. “Um hotel que cobrava diária de quase R$ 300, agora, está cobrando R$ 99”, denunciou Petrônio Pinheiro, proprietário do Da Vinci Hotel Manaus. Pinheiro, acrescenta que é preciso que o Poder Público melhore as ações voltadas para a atração de visitantes. Para ele, não se pode mais conviver com a situação, onde num voo de Miami para Manaus “vieram apenas dois turistas, mesmo assim, eles só desceram aqui, e fizeram conexão imediata para Belém”.
Na verdade, Pinheiro diz acreditar que o turismo do Amazonas não pode mais conviver numa realidade em que os Centros de Atendimento ao Turista (CATs), espalhados em pontos da capital e em alguns municípios fiquem abandonados, deixando de cumprir a missão de informar e orientar tanto o estrangeiro quanto o próprio visitante brasileiro.
De acordo com o dono do Da Vinci, assim como ele, muitos proprietários vão aproveitar essa temporada de poucos clientes para promoverem algum tipo de reforma.
Os números trabalhados pela ABIH-AM podem até não ser os tabulados pelos órgãos oficiais, admite o presidente da entidade, Roberto Bulbol.
Porém, os empresários, entre Petrônio Pinheiro, já sabem que a taxa de ocupação no mês de janeiro chegou em torno de 25%. No geral, os indicadores da associação apontam para o número de 520 mil turistas, entre estrangeiros e brasileiros que vieram a Manaus conhecer as belezas naturais ou fazer negócios.
“Essa quantidade de pessoas poderá crescer à medida que tenhamos políticas estruturantes, pois atrativos naturais e históricos não nos faltam”, ressalta Bulbol, assustado com a maior crise no setor , desde a implantação da Zona Franca.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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