Pesquisar
Close this search box.

Hora de soltar as vozes e a harmonia no Coral

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Os primeiros corais surgiram no Brasil nas igrejas católicas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Eram pequenos grupos de músicos e cantores que se apresentavam cantando peças sacras. Em se tratando de coral permanente, considera-se como o primeiro do país o Coral Paulistano, criado em 1936, por Mário de Andrade, e que hoje leva o seu nome, tendo como sede o Theatro Municipal de São Paulo.

Em Manaus, o coral mais antigo, e ainda existente, é o da Primeira Igreja Batista de Manaus, com 93 anos, criado em 5 de setembro de 1929. Outro coral bastante antigo é o João Gomes Júnior, com 66 anos, criado em 19 de março de 1956 pelo maestro amazonense Nivaldo Santiago. O nome deste coral homenageia o maestro paulista João Gomes Júnior, que foi professor de Santiago e ícone da música erudita brasileira.

Atualmente a capital amazonense reúne inúmeros corais, e 15 deles poderão ser vistos e ouvidos dos dias 23 a 25, sexta-feira a domingo, em dois locais distintos: igreja de São Sebastião e Academia Amazonense de Letras, durante o 7º Famcor (Festival Amazonas de Corais), com entrada gratuita.

“O coral é a porta de entrada mais acessível na música, dando oportunidade a todos, independente de alguma experiência”, falou o maestro Fabiano Cardoso, diretor artístico do Famcor.

Este ano o Festival vai receber: o Coral do Amazonas, Coral Infantil e Infantojuvenil do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, Tubones Coral, Coro de Câmara da Osufam, Madrigal Amazonas da UEA, CAM (Coral Adventista de Manaus), Coral da Aliança Francesa de Manaus, Grupo de Prática de Canto Coral Magdalena Arce Daou, GVCA (Grupo Vocal dos Corpos Artísticos), Coral Cosmos, Vocal Akalanto, Coral Jovem do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, Coral Adulto do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro e Coral da CMM (Câmara Municipal de Manaus).

Desde 2015

“Qualquer pessoa pode integrar um coral. O canto é uma ciência. Claro que algumas pessoas terão mais aptidão, da mesma forma que acontece com outras ciências como a matemática, a medicina, a biologia”, informou Fabiano.

“A preparação é algo que está aliado aos profissionais que estão à frente do grupo. Não é possível mensurar em quanto tempo se está apto para cantar num coral. Isso também está ligado à experiência do grupo. Pessoas com mais experiência tendem a assimilar as músicas com mais rapidez”, acrescentou o maestro.

O Famcor é um evento de caráter nacional e não competitivo, que acontece desde 2015. Atualmente é uma realização da produtora Mercado Cultural e Premier Eventos e Cultura, com apoio da UEA, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, igreja de São Sebastião, Academia Amazonense de Letras, Abraco (Associação Brasileira de Regentes de Coros) e do Hotel Casa Perpétua.

“O Famcor tem tido, em média, um público de três mil pessoas por edição. Em 2020, devido a edição ter sido virtual, o Festival alcançou 17 mil pessoas”, disse.

Os corais, de modo geral, são classificados em vozes masculinas e femininas, agudas, médias e graves, sendo assim: homens são tenores, barítonos e baixos; e as mulheres são sopranos, mezzos e contraltos. E quem pensa que eles se apresentam apenas no Natal, se engana.

“Os Noëls, Christmas ou Weihnachtslieder, ou cantos natalinos, possuem um repertório vastíssimo no mundo todo e são quase sinônimos para coral, o que favorece um aparecimento maior nesse período do ano, mas os coros ensaiam outros repertórios o ano todo. Popularizar esse outro lado dos corais é um dos objetivos do Famcor”, destacou.

Oficina e encontro      

O Festival ainda vai disponibilizar uma oficina de Regência Coral para os participantes, ministrada pelo professor Vladimir Silva, doutor em Regência e professor da Universidade Federal de Campina Grande.

“”Essa oficina será um espaço para atualização e aprendizado dos regentes de Manaus, levando-os a conhecer novas possibilidades e técnicas para a função”, explicou.

No primeiro dia do Famcor irá acontecer ainda o Encontro Regional da Abraco Norte, voltado aos regentes de coros na região Norte, quando os profissionais irão discutir a organização da atividade de regente e o movimento coral na região, no país e no exterior. O presidente Vladimir Silva e o tesoureiro Fabiano Cardoso irão conduzir a reunião, que tem entrada aberta e gratuita para o público. A entidade tem sede na cidade de Campina Grande/PB.

Box

Programação

Sexta-feira (23)

– 10h, Palácio da Justiça: Oficina de Regência Coral

– 15h, Palácio da Justiça: Encontro Regional da Abraco

– 20h, Igreja de São Sebastião: Mostra dos Corais

Sábado (24)

– 20h às 22h, Academia Amazonense de Letras: Mostra de Corais

Domingo (25)

– 20h às 22h, Academia Amazonense de Letras: Mostra de Corais

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar