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Governo é contraditório sobre plantio de cana, diz Greenpeace

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O coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace, Paulo Adario, afirmou na sexta-feira que o governo federal é contraditório quando o assunto é o plantio de cana-de-açúcar na região da Amazônia. Ele lembrou que há diferenças entre o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a proposta do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que defende o plantio de cana em áreas de savana e de pastagens degradadas da região, inclusive com incentivos fiscais. “Há dois meses, em Bruxelas, o presidente Lula disse que a Amazônia não se prestava à cana-de-açúcar e que se o plantio fosse possível os portugueses já teriam plantado”, afirmou.

Adario avaliou como “preocupante” a proposta do governo de fazer um zoneamento agrícola para a cana. O zoneamento deverá ser lançado em junho de 2008 e será feito a partir de quatro tipos de mapa, informou Stephanes.

O primeiro vai trazer informações sobre a produção existente. O segundo trará indicações de áreas de plantio do ponto de vista agrícola (solo e clima) e onde haverá restrição para o plantio. O governo apresentará mapas indicando onde gostaria que a cana fosse plantada. Como possíveis áreas restritivas, ele citou a mata atlântica, floresta amazônica, pantanal e terras indígenas.

Desmatamento é variável

O representante do Greenpeace argumentou que o desmatamento da Amazônia caiu nos últimos três anos devido às ações do governo federal, mas, principalmente, por causa da redução dos preços da soja e da carne bovina no mercado externo. “Quando há pressão econômica negativa, o desmatamento cai. Quando muda o sinal, ou seja, quando os preços sobem, o desmatamento cresce”, afirmou ele.

Adario acrescentou que o desmatamento aumentou nos últimos cincos meses devido à alta das cotações da soja nas bolsas internacionais de mercadorias agrícolas.
Para ele, a produção de etanol atrairá grande montante de investimentos estrangeiros, o que pode acelerar o ritmo de desmatamento. “Todos os faróis da economia estão apontando para uma expansão acelerada do plantio de cana para a produção de álcool”, afirmou o ambientalista.
O representante do Greenpeace lembrou ainda que a “economia não funciona como o governo quer”, ou seja, os produtores optarão pelo plantio de cana se as condições de mercado foram favoráveis.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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