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Garrafas são transformadas em telhas

A reutilização de garrafas do tipo PET em artesanato já é uma prática conhecida. Mas o material também pode ser aproveitado em outros segmentos, como por exemplo no ramo de materiais de construção. Foi pensando nisso que o engenheiro Luiz Antônio Pereira Formariz investiu na obtenção da resina de garrafas PET para produzir telhas em escala comercial.
Formariz desenvolve o estudo intitulado ‘Inovação no Processo de Reciclagem de PET para aplicação em Sistema de cobertura ecológica’, que recebe fomento do Governo do Estado do Amazonas, por meio do Pappe Subvenção (Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em Micro e Pequenas Empresas), da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
As telhas de PET, segundo o engenheiro, são oito vezes mais leves e mais duráveis que as telhas tradicionais, além disso, podem ser encontradas em cores diversas como o azul, amarelo e vermelho, além da clássica marrom-cerâmica, que reproduz fielmente o tom das peças de barro. A durabilidade do produto é outro diferencial, além de sua importante contribuição ao meio ambiente.
“Isso só é possível devido à aplicação de melhorias no processo de reciclagem das garrafas PET e pela transformação do produto em telhas plásticas, com consequente melhoria da matéria-prima, classificando-a em tipos A, B e C para confecção da telha com qualidades distintas”, explicou.

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Essas melhorias, de acordo com Formariz, aumentaram a estabilidade térmica das telhas, o que possibilitou a adaptação do produto às condições climáticas da região amazônica, onde a umidade relativa do ar provoca um aumento da temperatura entre a cobertura e o forro das construções.
“Outro aspecto importante foi o aumento da resistência das telhas a impactos. Elas são mais resistentes que as telhas convencionais. Isso sem contar com a diminuição do impacto ambiental, pois esse produto tornou-se também uma grave ameaça ao meio ambiente. Com a reciclagem do PET, existe a possibilidade de controlar esse problema, pois o material é transformado em outros produtos de grande utilidade e que podem suprir as necessidades básicas para as pessoas”, justificou.
Essa prática, além de ecologicamente correta, gera renda para os moradores do entorno do igarapé da Cachoeirinha e todos os outros bairros populares da cidade que ajudam a recolher as garrafas PET. O que gera oportunidades de negócios para muitas pessoas que se encontram desempregadas e desejam trabalhar com a reciclagem em Manaus.
“Atualmente, o mercado de reciclagem de PET possui, no geral, aproximadamente, 30% do seu reaproveitamento. A popularização da coleta seletiva de lixo permite um maior cuidado na manipulação das garrafas vazias (pós-consumo) e, consequentemente, reduz os custos de sua utilização na produção de produtos de boa qualidade e a redução da agressão ao meio ambiente”, salientou.

Pappe Subvenção

É um programa que apoia, com recursos financeiros, micro e pequenas empresas interessadas no desenvolvimento de produtos e processos inovadores. É desenvolvido em parceria com a Finep-MCTI (Financiadora de Estudos e Projetos), Sect-AM (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Amazonas), Seplan (Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico do Amazonas), Afeam (Agência de Fomento do Estado do Amazonas) e Sebrae-AM (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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