O edital do concurso público para contratação de 140 profissionais, distribuídos em 30 áreas, foi lançado ontem, 17, pela Funtec (Fundação de Televisão e Rádio Cultura) em meio a protestos do presidente do Sindicato dos Jornalistas, César Wanderley. Isso porque não há exigência para o candidato à vaga de jornalista do registro profissional obrigatório para atuação na área. No edital consta como requisito o candidato ter dois anos de experiência ou registro profissional.
Para César Wanderley, o “ou” é um problema, pois abre precedentes para pessoas não regularizadas concorrerem à vaga. “O decreto 972/69 determina que é jornalista quem tem registro profissional. Embora o STF (Supremo Tribunal Federal) tenha decidido pelo fim da exigência do diploma para o exercício da profissão, essa decisão ainda não foi publicada, e depois de publicada, necessita de uma nova normatização do Ministério do Trabalho, emissor do registro. Portanto, dentro da lei, não estaria contemplada essa alternativa de ´ou experiência de dois anos`”, explicou o presidente.
O presidente da Funtec, Álvaro Melo, explicou o fato da não inclusão da obrigatoriedade dos dois quesitos. “Nós tínhamos uma data a cumprir, por determinação judicial. Portanto, nós não podíamos ficar esperando a publicação do STF para tornar ou não obrigatório o diploma. Entendemos que o profissional de jornalismo precisa ter qualificação, se o STF entende o contrário, é um entendimento jurídico deles e acho que a categoria está se mobilizando, e creio ser uma luta importante, porque o diploma é um documento essencial. Porém, nós não podemos ficar adiando a publicação do edital, simplesmente esperando uma decisão do STF”, disse.
Segundo César Wanderley, pelo poder que a TV Cultura tem ela poderia inclusive suplantar a decisão do Supremo e mostrar querer jornalistas com diploma e com registro profissional. “De qualquer maneira, o registro já deve ser um requisito obrigatório, se o edital não cumpre essa determinação da exigência do mesmo, somente a experiência de dois anos, ele não está obedecendo a um dispositivo legal”, enfatizou.
De acordo com o presidente do sindicato, um órgão público lançar um edital dizendo não precisar de registro profissional, bastando ter experiência de dois anos, é uma ilegalidade. César Wanderley informou ter encaminhado um ofício ao governador Eduardo Braga, e o mesmo respondeu, tomando conhecimento da intenção do Sindicato. “Nosso objetivo é apenas retirar o ´ou` do documento. Nós alertamos sobre essa ilegalidade, nada foi feito e agora o caminho é a justiça. O Sindicato vai ao Ministério Público, porque aqui está havendo um descumprimento de uma legislação federal”, adiantou o presidente.
No processo seletivo, há vagas para os níveis fundamental, médio e superior, com salários indo de R$ 900 a R$ 2.200. As provas irão abranger conhecimentos gerais e específicos, sendo realizadas pelo Cetam (Centro de Educação Tecnológica do Amazonas). As inscrições vão de 23 de setembro a 2 de outubro e poderão ser feitas no endereço virtual da instituição – www.cetam.am.gov.br – ou na própria sede do Cetam, na avenida Djalma Batista, 440-A, bairro Nossa Senhora das Graças. As provas estão programadas para acontecer no dia 1º de novembro. Segundo Álvaro Melo, o objetivo é estimular todos os atuais funcionários da TV Cultura a participar do processo seletivo, além de regularizar uma situação de mais de 30 anos.
Funtec lança edital para 140 vagas no Estado
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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