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2018 – Para onde Irã… o?

Já se passaram alguns anos desde o dia que escrevi nestas páginas que Europa seria invadida pelos refugiados da guerra civil na Síria…

Um ano depois essa opinião virou realidade, com mais força ainda do que muitos acreditavam, e muitos países da Europa ainda estão tentando entender o que aconteceu, e as consequências desse êxodo humano.

Estamos chegando às portas do ano 2018, e vou ter o atrevimento de dar mais um “palpite” -e esperar com todas as minhas forças que esse palpite esteja errado…

Não é a-tôa que coloquei como título a este comentário “Para onde Irã…o” – porque o que vai acontecer no Oriente Médio em 2018 depende Unicamente das ações do Irã -já que podemos dar por descontado a falta de ações práticas ou definidas por parte dos Estados Unidos, Europa e a (inútil) ONU.

O tal “Conselho de Segurança” (nenhum conselho e nenhuma segurança saíram ou vão sair dessa espelunca…) passou a discutir com urgência o fato de Jerusalém ser considerada capital de Israel (imagina !), mas não abriu a boca nem uma vez para criticar as barbaridades que a Rússia e o Irã estão fazendo dia a dia na guerra civil na Síria, uma guerra que dura já seis anos !

O Irã sabe muito bem que na atual correlação de forças a Rússia vai continuar apoiando tudo aquilo que os líderes desse país, clérigos fanáticos e completamente despreocupados com conceitos éticos e morais, vão fazer em 2018.

Ao escrever estas linhas, não sei ainda quem vai ser nomeado o homem do ano de 2017 em muitos países -mas desde já eu posso dizer, sem lugar a dúvidas, quem vai ser o homem do ano em 2018…
Já escrevi sobre ele algumas vezes, talvez lembrem o nome – Qaseem (Ghasem) Soleimani, general iraniano…

Estamos falando de uma pessoa dedicada total e absolutamente ao ideal do Islã shiita, comandante da tropa denominada El Quds (nome que o Islã dá a Jerusalém…) unidade da Guarda Republicana do Irã responsável por toda a atividade terrorista e militar fora do Irã, diretamente ou através de milícias “satélites” -como Hizbollah, Hamas, os Hútus no Yemen, e incluindo também militantes do Afeganistão e do Paquistão trazidos à região da Síria e do Iraque.

Soleimani, nascido em 1957, é figura pouco entrevistada e que quase não aparece nas notícias, mas já existe informação suficiente sobre ele para saber, com absoluta certeza, que é ele exatamente o gênio militar que foi decisivo na derrota do Califado Islâmico no Iraque e na Síria, assegurando junto com os russos a sobrevivência do presidente da Síria, Bashar al Assad, no poder.

Assim chegamos à situação que hoje impera no Oriente Médio…

1 – O Iraque na prática está dominado e controlado completamente pelo Irã, e nem tentam disfarçar o fato. O Irã e as milícias locais treinadas no Irã (shiitas) controlam o país completamente, desde a televisão até os produtos que se vendem nos mercados…Na prática o Iraque passa a ser uma província do Irã, a primeira etapa do caminho do Irã ao…Mediterrâneo.

2 – A Síria, ainda em plena guerra civil, também passa a ser controlada pelo Irã, e o Kassem Soleimani continua sendo a peça importante nas ações do Assad contra grupos rebeldes, pouco (ou nada…) ligando, na verdade, para a opinião dos países europeus e dos EEUU, cometendo as maiores barbaridades com o apoio da Rússia ainda hoje, depois de ter sido parte importante na erradicação do Califado Islâmico da Síria também.

Com destino à milícia shiita do Líbano, Hizbollah, controlada pelo Irã através do Soleimani, material bélico do Irã passa hoje pela Síria sem nenhum problema.

Ou quase sem nenhum problema -de vez em quando a força aérea de Israel faz alguma “visita” na região para destruir algum material ou acampamento. Questão, de momento, de lembrar que Israel tem um braço longo que pode chegar até mesmo ao Irã, se for necessário…

3 – Yemen continua a guerra civil ente os Hútus (apoiados e equipados pelo Irã) e o antigo governo, apoiado pela Arábia Saudita. Pode dar mais problemas nessa região para 2018, e sem dúvida o nosso amigo Soleimani está involucrado ali também.

4 – Faixa de Gaza – Hamas, apoiado, equipado e financiado pelo Irã, continua lançando mísseis contra Israel e tentando introduzir militantes em Israel através de túneis, apoiando ao mesmo tempo grupos terroristas que operam no deserto do Sinai contra o Egito. (Egito também bloqueia a saída da Faixa de Gaza ao Egito…mas disso ninguém fala…).

O barril de pólvora está ficando cada vez mais cheio -e o estopim está nas mãos de um homem que não possui nenhum escrúpulo ético e moral como nós conhecemos nas civilizações europeias ou americanas…
Milícias treinadas e equipadas pelo Irã, sob o comando direto desse homem, estão hoje a menos de 50 quilômetros, nalguns lugares muito menos, da fronteira com Israel.

Esse é um fator sumamente perigoso, com a Rússia apoiando esses elementos, e Israel tem tentado dialogar com Putin para que a Rússia controle o movimento dessas milícias, sem muito êxito.
Simplesmente porque ninguém, fora dos líderes religiosos do Irã, controla o Soleimani…

Vale a pena lembrar que Irã declara praticamente todos os dias que tem a intenção de eliminar Israel do mapa…e estamos nos aproximando rapidamente a uma situação na qual milícias islâmicas pro-iranianas vão se colocar na fronteira com Israel não apenas no Líbano (Hizbolla) ou em Gaza ( Hamas), mas também na fronteira com a Síria, no Planalto de Golan…

Temos aqui então a pergunta realmente importante no Oriente Médio -e no mundo inteiro -em 2018…para onde Irã…o?

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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