A percepção mundial dos executivos é unânime: a atual crise financeira mundial é importante e sem precedentes. Entretanto, embora reconheçam a seriedade do momento, também há espaço para otimismo. É isso que apontam os resultados do último Executive Quiz, pesquisa periódica realizada pelo Korn/Ferry Institute com executivos de mais de 70 países – incluindo o Brasil -, realizada em março.
Para avaliar mais precisamente o clima entre os executivos, o Executive Quiz considerou respostas em dois tempos. Ou seja, realizou duas entrevistas: a primeira no início de março e a segunda ao final do mesmo período. Quando avaliados logo no começo, apenas 7% dos executivos sentiram que a economia global estava se recuperando, enquanto mais do que três quartos (76%) afirmaram que seria uma severa recessão.
Entretanto, no final do mês o cenário mudou completamente: 13% afirmaram que a economia estava se restaurando. Isto é, o percentual daqueles que enxergam recuperação do mercado praticamente dobrou. Ao analisarmos as respostas da perspectiva dos executivos brasileiros percebemos que esse percentual pulou de 16% na primeira fase, para 25% na última semana de março, acompanhando o otimismo que permeia executivos de todo mundo.
Já quando questionados sobre qual deve ser o envolvimento do Governo nas decisões das empresas – em relação a pontos como o controle de demissões e comissões dos executivos -, a maioria (83%) aponta que não deve haver interferência. O dado é corroborado pelos brasileiros entrevistados: 63% também concordam com a posição.
Em relação à atuação governamental nas ações corporativas, 11% creditam ao Governo a responsabilidade por “tirar” as empresas da crise. Outros 16% creem que a própria movimentação dos negócios responda por isso e 17% ainda afirmam que a responsabilidade é dos consumidores. Já a maioria (56%) acredita que os três fatores são igualmente importantes. Esse índice chega à 59% no caso dos executivos brasileiros.
Quando o assunto é bônus e/ou políticas de compensação – como adiantamento em dinheiro de fundos de pensão, muito comum nos Estados Unidos e na Europa -, 47% são contra, apontando que o pagamento dos bônus ou quaisquer outros dividendos deveriam estar atrelados aos resultados gerados nos negócios das companhias. Especialmente em relação às empresas que receberam ajuda do Governo, 60% acreditam que seus executivos deveriam ser obrigados a devolver os bônus recebidos.
“A esperança de todos é que chegamos ao fundo do poço e agora estamos a caminho da recuperação. Entretanto, os resultados de nossa pesquisa apontam conflitos de relacionamento entre empresas e governo, que carecem de ajustes”, analisa o presidente da Korn/Ferry International na América do Sul, Sergio Averbach. “A boa nova é que a maioria dos entrevistados concorda que consumidores, a própria movimentação dos negócios e também o Governo têm, em igualdade de importância – um papel vital na recuperação da saúde financeira global”, complementou.
Executivos brasileiros já veem sinais de recuperação do mercado financeiro
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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