O setor de grandes eventos está entre os que tiveram que se reinventar para manter um mínimo de operações durante a pandemia. Agora, algumas cidades brasileiras começam a permitir a realização de eventos presenciais. Mas será que essa indústria vai voltar a ser como era antes?
Este é o tema do terceiro vídeo da série Do Zero ao Futuro — criada pelo podcast Do Zero ao Topo — para falar sobre tendências e o futuro dos negócios.
As lives devem continuar
Para manter suas operações, a principal estratégia dessa indústria foi recorrer a eventos 100% online. Só na plataforma Sympla existem hoje 10 mil eventos online vendendo ingressos simultaneamente. Antes da pandemia, a média era de 1,5 mil eventos online. “A oferta é alta, mas a demanda do público continua existindo”, afirma o CEO da plataforma, Rodrigo Cartacho.
Mesmo com a reabertura dos espaços e em um cenário sem pandemia, empresários apostam que as lives continuarão existindo. Empresas estão se adequando para oferecer tanto a opção presencial quanto online e vai ficar a cargo do consumidor escolher o que prefere.
“A partir de agora quando eu reabrir meus espaços, vou começar a vender tickets para todo o país”, afirma Luiz Calainho, fundador da L21 Corp — holding que, entre seus negócios, administra teatros e casas de eventos.
A criação de marcas
Na parte de congressos e grandes feiras direcionadas ao consumidor o final, a tendência segundo empresários é que esses eventos deixem de ser algo pontual e que cada vez mais feiras se estabeleçam como marcas que vão engajar e gerar conteúdo online para o seu público o tempo todo.
“O virtual estende o período do evento durante todo o ano, para engajar o público até o dia do presencial”, diz Milena Palumbo, diretora geral da multinacional GL Events Brasil.
Pra se adaptar a este novo cenário, muitas empresas que administram grandes espaços de evento, como a própria GL, já montaram estúdios fixos que devem continuar operando mesmo após da pandemia. E a aposta é que empresas vão locar espaços não apenas para três dias específicos e sim vão fazer um contrato mais longos com utilizações pontuais desses estúdio para engajar com seu público online ao longo do ano.
Uma lenta retomada
Com a permissao de algumas cidades para a realização de eventos, empresas começam a planejar retomada de suas operações presenciais. Segundo o CEO da plataforma Sympla, essa primeira retomada deve ser concentrada em pequenos cursos e workshops.
Os eventos de entretenimento pequenos, principalmente ao ar livre, e os teatros também se preparam para reabrir.
Para eventos maiores, o cenário de retorno ainda é incerto. Muitos representantes cobram um posicionamento mais claro de governo municipais e estaduais para poder retomar as operações. “Temos muitas formaturas adiadas, por exemplo. Estamos dispostos a adotar todas as medidas que o governo exigir para podermos retomar”, afirma Mário Sergio Pereira Junior, sócio do grupo Taj Toy.