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Escola particular vira sonho de consumo

As escolas particulares de Manaus ainda estão contabilizando os números para saber ao certo quantos estudantes elas matricularam neste início do ano. Os estabelecimentos devem concluir esse levantamento, durante todo o mês de março e depois os dados vão ser enviados ao Ministério da Educação (MEC) para juntamente com outras informações educacionais compor o Censo Escolar 2013. Somente após esse procedimento é que serão divulgados.
Independente da conclusão final, os dados coletados pelo Sindicato dos Estabelecimentos Privados do Estado do Amazonas (Sinep AM) já mostram que as ocorrências vividas pelas escolas de Manaus são praticamente as mesmas ocorridas em todo o Brasil. Segundo o presidente do Sinep AM, Paulo Machado Ribeiro, as escolas que oferecem os serviços educacionais para a classe C tiveram um aumento significativo no número de alunos, quando comparado com os anos anteriores. Nesse patamar, estão os estabelecimentos que cobram mensalidades de até R$ 500. “Essa tendência registrada também no início deste ano, nos leva a crer que colocar um filho numa escola particular, passou a ser um sonho de consumo das classes mais baixas”, salientou o presidente. “É uma mudança para melhor, pois, acreditamos que o investimento feito na educação é a segurança de um futuro melhor”, completou.
O motorista Carlos Pantoja Filho é um exemplo para essa situação. Pai de dois meninos, um de 10 e outro de 13, ele colocou os dois numa pequena escola particular, próximo à sua casa, na Cidade Nova, zona norte. Segundo Carlos, ele não vai gastar com transporte, o que de certa forma já alivia o orçamento. Como são dois estudantes, a escola concedeu um desconto nas mensalidades. Com todos esses arranjos os dois filhos de Carlos Pantoja, de acordo com ele, vão ter a oportunidade de melhorar o nível de aprendizado e garantir um futuro melhor. “Eu mesmo não tive essa oportunidade. Quero oferecer aos meus filhos uma vida melhor e sei que isso só é possível por meio dos estudos”, garantiu o motorista. Outra história parecida é da cozinheira industrial Josefa Conceição Cordeiro. Ela também está colocando a pequena Sofia, de apenas 3 anos, numa escolhinha no bairro da Alvorada, zona oeste de Manaus. “Antes, eu não podia pagar uma creche, mas, agora com o meu marido trabalhando, a Sofia vai para uma escola particular”, disse. Josefa fez questão de dizer que não tem nada contra a escola pública, até porque ela estudou no Sólon de Lucena, no entanto, em sua opinião, a escola privada é mais rígida e pode ser melhor cobrada.
Diferente situação está ocorrendo nas escolas que atendem os filhos das classes sociais A e B. Nesse segmento, a grande maioria dos estabelecimentos manteve o mesmo número de alunos do ano anterior, ou sofreu uma perda. “Claro que tivemos uma ou outra grande escola que teve um aumento de estudantes, porém esse acréscimo foi tão pequeno que praticamente não existiu”, confirmou o presidente do Sinep/AM.
O gestor fez questão de destacar também que, atualmente, os pais possuem uma grande diversidade na hora de escolher o que é melhor para o seu filho. “Em Manaus, temos escolas que estão focadas na educação tradicional, onde a preparação para o vestibular é o alvo principal. Outras, apostam mais na sociabilidade, na prática esportiva, sem deixar a qualidade do ensino cair”, afirmou. Neste cenário, o presidente do Sinep/AM também confirmou a variedade de preços cobrados nas mensalidades. “Temos mensalidades que variam de R$ 80 a R$ 1.200. A decisão, é de cada um, de acordo com suas possibilidades”, ressaltou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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