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Entrevista: Carol Braz: “Estado deve atrair investidores”

Imagem: Jefferson Viegas

MARCELO PERES

Facebook: @marcelo-peres  Twitter: @jcommercio 

Candidata ao governo do Estado pelo PDT, Carol Braz é hoje uma grande referência em defesa de uma maior participação da mulher na política. E avalia que homens e mulheres podem trabalhar juntos para promover o desenvolvimento, gerar mais empregos e renda à população, algo que sempre foi relegado a segundo plano por lideranças e governos, ressalta.

Carol destaca que só a educação, uma de suas principais bandeiras de luta, pode transformar vidas, gerando oportunidades para todos os estratos da sociedade, desde que conduzida com políticas de inserção, abrindo caminhos para a inserção e ascensão social. “A política é o caminho para fazermos mais”, diz a ex-juíza, que agora participa da corrida eleitoral pelo governo do Amazonas. “Temos que trabalhar juntos”, acrescenta ela.

A candidata também defende a ampliação das escolas de tempo integral, permitindo que mães tenham tranquilidade para trabalhar enquanto os filhos permanecem com mais segurança nas unidades escolares.

Para ela, a mulher que sai para trabalhar precisa de mais segurança para se qualificar e crescer no mercado de trabalho. “Elas precisam ter garantias de que seus filhos estão bem protegidos”, afirma.

Carol também tem como meta medidas que permitam aos jovens conseguir o primeiro emprego. Em seu governo, promete destinar pelo menos 30% dos cargos comissionados para a juventude, uma forma de adquirir experiência, possibilitando futuros ingressos na iniciativa privada.

“Os jovens reclamam sempre oportunidades, mas não encontram a contrapartida dos governos necessária que abriria mais espaços para a sua vida profissional”, afirma. A candidata pretende ainda fomentar projetos sustentáveis para atração de novos investimentos, principalmente no interior, onde grande parte da população se ressente da falta de empregos.

Para Carol Braz, um governo se fortalece imprimindo diálogos com toda a sociedade, priorizando as medidas necessárias que atendam a todos os clamores da população. “O Estado deve apontar caminhos para promover o desenvolvimento que todos esperamos. E me proponho a realizar esse desafio”, diz.

Carol Braz participou da live ‘JC às 15h’, comandada pelos jornalistas Caubi Cerquinho e Fred Novaes, diretor de redação do Jornal do Commercio.

Jornal do Commercio – Pode falar um pouco de sua trajetória? Quem é Carol Braz?

Carol Braz – Sou amazonense, nasci aqui, no bairro da Raiz. Me formei na Ufam. E tenho aí já 21 anos de serviço público. Comecei como policial, defensora pública.  Passei no concurso para juíza em Roraima. E acabei voltando à defensoria porque me sinto realizada de poder trabalhar e defender quem mais precisa.

E hoje estou nesse desafio. Fui secretária de Justiça no governo Wilson Lima, me decepcionei e acabei voltando à defensoria pública. E hoje estou aqui por acreditar que a política é o caminho para fazermos mais.

Defendo muito a pauta da defesa social, dos direitos sociais, mas, para defender essas questões precisamos de desenvolvimento econômico.

Mas precisa desburocratizar a vida do comerciante, das indústrias, para trazer novos investimentos. O desenvolvimento econômico está sendo travado pelo governo do Estado.

Defendo um governo técnico, justo, sensível e principalmente com planejamento, algo que não temos visto nos últimos 20 anos. Defendo um Amazonas de planejamento.. Nosso plano de governo é firmado em 12 metas.

JC – Um grande desafio é a recuperação na pós-pandemia, principalmente o fomento no interior do Estado. E também a necessidade de vencer a burocracia. O que o governo Carol Braz vai fazer para facilitar a vida do empreendedor?

CB – Hoje, o grande desafio é você poder gerar emprego e renda. E não é a estrutura do Estado que gera essas oportunidades.

O Estado é que deve atrair investidores, utilizar a marca Amazônia para trazer recursos internacionais. Dentro da nossa agenda temos o programa Recupera para trabalhar com empresas que trabalharam durante a pandemia, com a desburocratização.

Tendo facilidade para criar novas empresas. O desenvolvimento não é feito somente com ações do governo. Nós pretendemos trabalhar essa parceria. Batemos forte na tecla do diálogo. Temos que trabalhar juntos.

Muitas empresas desistiram de investir aqui devido à burocracia e corrupção.  Vou combater a burocracia, é um compromisso meu.

JC – Você já deve ter reunido com empresários e comunidades. Nesses encontros, quais as principais reivindicações que têm recebido?

CB – Nas comunidades, é triste. O que mais se ouve é a questão da fome, o desemprego, e muitas famílias pedindo por segurança. Há ausência de programas de esporte para ocupar a juventude. Estamos fortalecendo a agenda do primeiro emprego.

No primeiro ato do meu governo, faremos que os cargos comissionados sejam destinados ao primeiro emprego. Faltam oportunidades para a juventude começar a trabalhar.

Fortaleceremos o projeto do Jovem Aprendiz, fazendo parcerias com empresas privadas.

Hoje, o grande desespero das famílias é a falta de oportunidades para ingressar no mercado de trabalho. A agência de fomento, a Afeam, precisa agir mais. Vamos desenvolver as cooperativas populares para fornecer produtos ao próprio governo.

Não precisa comprar fardamentos da China, podemos fazer aqui mesmo. A população tem que começar a sentir que tudo é público.

Precisamos de um Estado facilitador. E rever a questão tarifária da energia, com uma energia mais em conta para desenvolver o Estado.

JC – Hoje, mulheres enfrentam dificuldades, principalmente não tendo muita segurança em deixar seus filhos para trabalhar. Você conhece muito essas questões. Qual o seu olhar como provável governadora para tranquilizar as mães?

CB – Por isso, a nossa agenda é trabalhar de forma transversal. Vamos capacitar as mulheres para empreender e ingressar no mercado de trabalho.

Vamos efetivar a Casa da Mulher Brasileira. Eu busquei os recursos,  consegui os R$ 10 milhões com a bancada federal do Amazonas, uma emenda com unanimidade, para a construção do projeto, que é o viés repressivo.

Mas para que as mulheres trabalhem tranquilas, temos o projeto de ampliação das escolas de tempo integral. Inicialmente, vamos utilizar a estrutura de projetos já existentes e também para que as crianças possam passar o contraturno nas escolas.

Se a criança está em segurança nas escolas, a mãe tem condições de trabalhar e se qualificar. Então, tudo é interligado, trabalhar a educação e a segurança quando falamos da mulher.

JC – O governo começou a levar alguns leitos de UTI para o interior. Você também intensificaria essas ações para melhorar a saúde no Estado?

CB – Vemos hoje que o principal problema no interior do Estado é porque não temos uma carreira médica nos municípios. Já  temos projetos que garantem a criação da carreira médica. Com isso, vamos garantir um atendimento de qualidade, como aconteceu na capital.

A interiorização das UTIs mostra que não tínhamos essas condições durante a pandemia. Acreditamos que vamos avançar na criação da carreira médica.

JC – Acompanhamos a sua carreira e vemos que você tem buscado ser a ponta de lança da representação feminina em Manaus. Mas é uma batalha que vem sendo vencida passo a passo, ora avança, ora recua. Qual a sua avaliação sobre a questão e como tem se sentido no seu partido, o PDT?

CB – Me sinto muito feliz em receber todo esse apoio do meu partido. Como mulher, trago um vice para mostrar que vamos construir um Estado melhor com os homens.

Nacionalmente, existe um clamor pelo fortalecimento das candidaturas femininas. Aqui no Estado, temos um incremento na participação de mulheres.

Nada mais justo que essa representatividade tendo homens e mulheres em pé de igualdade. Ainda temos poucas mulheres no executivo, nunca tivemos uma mulher governadora, mas estamos avançando nesses caminhos. A mulher pode estar em todos os lugares e pode ser governadora.

JC – Como pensa melhorar a educação, que transforma vida e desenvolve uma nação? Quais suas propostas?

CB – Sou fruto da educação. Foi por ela que tive oportunidades. É ela que vai melhorar a situação do nosso povo.

Temos o projeto da escola acolhedora. Nos primeiros 100 dias de governo, vamos contratar auxiliares de vida escolar. Fortalecer os profissionais da educação com qualificação, capacitação, investimento, e com o prêmio mérito educacional. Os professores que atingirem as metas serão beneficiados com gratificações.

E fortalecer ainda a educação em tempo  integral, com escolas de tempo integral. Vamos lutar pelos projetos nas comunidades para garantir o contraturno dos alunos.

JC – Vimos o Amazonas ser notícia nacional por conta das mortes no Vale do Javari. Há muita rigidez na implementação de projetos, gerando situações conflitantes na região de fronteira, onde há exploração indevida, espoliando áreas. Como vê essa questão e de que forma pretende tratar?

CB – Infelizmente, tivemos uma perda de institutos que fazem essa fiscalização. Órgãos federais como Ibama foram sucateados e estão sem condições de trabalhar.

É preciso realmente um governo que cobre do governo federal essa segurança das nossas fronteiras. Podemos desenvolver e habitar essas ações de forma sustentável, gerando empregos e renda ao nosso povo.

Mas temos a pesca predatória de um peixe que nem fica no nosso Estado e vai para outros lugares. Precisamos diminuir a burocracia.

Temos um exemplo do café agroflorestal, em Apuí, mostrando que é possível desenvolver a atividade sem agredir o meio ambiente. E já existem muitas iniciativas em andamento que precisam ser fortalecidas, e ainda atrair novos investidores.

JC – Qual a esperança que a governadora Carol Braz pode dar aos jovens eleitores que vão votar agora?

CB – Eu adoro jovens, até mesmo porque eu me sinto uma jovem. O nosso plano de construção não é estático, ele  não para de ser construído.

O nosso plano destina 30% dos cargos comissionados para o primeiro emprego da juventude. Temos também a identidade de jovens, garantindo esporte e lazer. Uma das metas é resgatar a Secretaria de Esportes e Lazer.

Vamos trazer campeonatos nacionais e gente do interior para interagir com os jovens da capital. E principalmente, fortalecer o projeto Jovem Aprendiz,  com a participação da iniciativa privada. Como governadora, vou fazer a parte do Estado, incentivando a iniciativa  privada a contratar esses jovens.

Marcelo Peres

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