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Empresas zeram consumo de água

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Desde 1992, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) criou o Dia Mundial da Água, em que divulgou um documento importante para o uso e preservação dos recursos hídricos, através da Declaração Universal dos Direitos da Água, uma boa parte do planeta terra está trabalhando árduo oferecendo medidas, sugestões e informações necessárias para diminuir ou até eliminar o problema da falta de água no mundo, considerando-a um bem perecível e despertando a consciência ecológica dos povos e dos governos para esta questão.

Um exemplo de empresa engajada que segue o documento da ONU, evita o desperdício de água na fabricação dos seus produtos é a Trisoft, fabricante de linha de acolchoados do Brasil.

Atualmente, a Trisoft atende diferentes segmentos industriais com produtos non-wovens como mantas, fibras e feltros de poliéster, tratamentos termoacústicos, edredons, estofados, além de produzir travesseiros, protetores de colchão e recheios de almofadas, tudo, sem uma única gota de na água na fabricação de seus produtos.

Quem explica o caminho para eliminar a água do processo produtivo da Trisoft é o diretor da empresa, Maurício Cohab. “Este processo iniciou em 1992 com a utilização de uma nova matéria- prima que, na época, era fabricada por uma empresa japonesa e importada por meio de uma companhia americana. Esta matéria servia para aglutinar as fibras e permitia eliminar a resina (que nada mais é do que uma cola) do produto final. E aquela resina, além de ser tóxica, ainda impedia a total reciclagem do produto e prescindia da água como condutor, ou seja, o uso da água era apenas para diluir a resina e permitir que ela fosse aplicada no produto. Imediatamente, após esse processo, a água tornou-se desnecessária, ou melhor, ela não agregava nada ao produto, apenas era um veículo. Daí a ideia de retirá-la do processo, para buscarmos novas alternativas”.

O diretor lembra ainda que para usar a nova matéria- prima, foi necessário fazer adaptações no maquinário. “Além disso, havia ainda a resistência por parte de alguns clientes, especialmente aqueles que ainda não tinham muita consciência ambiental ou não se preocupavam muito com a qualidade final do produto, que se tornava mais sedoso e macio ao toque, mas com uma aparência não tão robusta, daí a resistência”.

Na época, para não correr o risco de retroceder por conta dos clientes, a Trisoft mudou o maquinário de uma forma que não havia volta. “Acredito que foi uma decisão consciente e um risco, que logo se mostrou um ganho em qualidade e em processo. A água foi sendo eliminada, linha após linha do produto, até, por volta de 2007, ser totalmente retirada de todo o processo produtivo da empresa. É urgente a conscientização com relação à água, um bem finito e que já mostra sinais severos de escassez”, lamenta Cohab.

Para o diretor da Trisoft é preciso que haja planejamento e coerência por parte do mercado sobre a eliminação da água no processo de fabricação do produto industrializado. “Para o engajamento das empresas nesta luta, é necessário comprometimento com o futuro -não é necessário mudar tudo de uma só vez. Na Trisoft, o processo foi lento, fomos nos adaptando, e ainda hoje vemos outras empresas, com ações e gestão voltadas para o verde, para a sustentabilidade, que nos servem de inspiração. Temos muito ainda a evoluir, mas podemos dizer que já conquistamos bons resultados com nosso produto reciclado e 100% reciclável”, concluiu ele.

Pesquisa Científica
Uma pesquisa realizada pela empresa Trisoft revelou que a indústria e o agronegócio são os setores que mais desperdiçam água no Brasil. Segundo a empresa, juntos, essas duas potências são responsáveis por mais de 70% do consumo de água no país.

Desperdício hídrico na Indústria
Entenda seguir como a indústria e o agronegócio são capazes de consumir mais água do que toda população brasileira:

Durante a produção de um litro de gasolina são necessários 10 litros de água;
E com a produção do etanol é ainda pior, são 600 litros de água para um quilo de cana-de-açúcar. Ou seja, quanto maior o número de carros rodando nas ruas, maior será o consumo de combustível e, consequentemente, de água;
O consumo também é consideravelmente alto para produzir itens como o aço, são usado 95 litros de água para um quilo da matéria;
E para produção de um quilo de papel, são necessários 324 litros de água.

Desperdício hídrico na Agricultura
Já o desperdício de água na agricultura, segundo a Trisoft também é grande: apenas 40% da água desviada é efetivamente utilizada na irrigação. O desperdício gira em torno de 60%, porque se aplica água em excesso, fora do período de necessidade da planta, em horários de maior evaporação do dia, pelo uso de técnicas de irrigação inadequadas ou, ainda, pela falta de manutenção desses sistemas de irrigação.

No Brasil, a maior parte das grandes indústrias tem programas de reaproveitamento de água, uma vez que ela se torna cada vez mais rara e cara.
Em termos globais, a indústria é responsável por 22% de toda a água doce consumida. Essa porcentagem é muito maior em países ricos -59% -e bem menor nos países pobres -apenas 8%.

A história da empresa
A história da Trisoft, inicialmente conhecida por Trianon, começou em 1960, quando o fundador da empresa, Charles Cohab, recém-chegado ao Brasil, começou a produzir edredons de forma artesanal em escala industrial. Naquela época, 40 anos atrás, as primeiras peças eram alinhavadas à mão e confeccionadas sobre cavaletes.

O recheio ainda era de algodão, inicialmente comprado na farmácia do bairro. Nosso fundador, lembra-se com orgulho de quando a Johnson & Johnson bateu em sua porta para saber qual novo hospital era aquele que estava consumindo tanto algodão! Posteriormente, com o crescimento deste segmento e o lançamento da manta de poliéster no mercado, a Trisoft buscou pesquisar e aprimorar-se tecnologicamente, passando a produzir para sua própria necessidade e para o abastecimento de grandes indústrias que começaram a despertar para a linha de acolchoados.

Lavagem a seco
Outro método mais utilizado como forma para diminuir o desperdício de água, é a lavagem a seco de sofás, colchões, poltronas, veículos, lanchas, iates, cadeiras, auditorias, cortinas, persianas, tapetes, carpete, caminhão, ônibus e carros.

“Nossa missão é oferecer aos nossos clientes soluções em limpeza especiais, proporcionando as melhores ferramentas, produtos e técnicas de aplicação, atendendo-os com excelência, segurança, qualidade, rapidez e preço justo. Bem como, a redução no desperdício de água, uma vez que também não é preciso de sol para secar o estofamento. Temos também o compromisso com o meio ambiente”, explica o proprietário da loja Limpclean Manaus, Kim Souza.

Souza garante ainda, a qualidade dos serviços da empresa que usa produtos antimofo, antifungo como ação bactericida que elimina 99% de ácaros, fungos e germes. “Evita também problemas respiratórios e alérgicos.”, resume ele.

Como é feita a limpeza a seco
A grande diferença da lavagem a seco em relação à lavagem normal é que, em vez de água, as roupas são tratadas com um solvente químico -que não deixa de ser um líquido. “A água incha a fibra dos tecidos. Quando a roupa seca, ela pode encolher e se deformar. Com o solvente isso não acontece: essa é sua grande vantagem”, afirma o engenheiro Nelcindo Nascimento, presidente no Brasil de uma rede internacional de lavanderias.

O processo, como tantas outras invenções, foi descoberto por acaso. Em 1855, o francês Jean-Baptiste Jolly teria derrubado acidentalmente uma lâmpada de querosene sobre uma mesa e notou que a toalha que a cobria havia ficado mais limpa. A partir daí, ele foi desenvolvendo um método de uso do produto e acabou abrindo a primeira casa de limpeza a seco. O problema é que os solventes iniciais, derivados do petróleo, eram altamente inflamáveis e volta e meia acontecia algum incêndio.

Foi só na década de 1950 que o processo se popularizou, graças a novas máquinas e, principalmente, ao uso do percloroetileno, um solvente também chamado de perc que -embora tóxico para o ser humano -era barato, não pegava fogo, evaporava rápido e limpava melhor que as substâncias anteriores. Hoje, o perc é usado por praticamente todas as lavanderias profissionais.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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