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Em CPI, Omar quer evitar perguntas sem respostas

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), reclamou, ontem, de respostas evasivas do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao ser questionado por membros da comissão.

O problema aconteceu depois que Queiroga tentou fugir de uma pergunta do senador Renan Calheiros (MDB-AL) se concordava com a posição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o uso de cloroquina no tratamento da Covid-19.

Senador Omar (PSD/AM) está atuando para extrair o máximo dos depoimentos nas primeiras inquirições na CPI da Pandemia
Foto:Jefferson Rudy/Agência Senado

A pergunta foi uma das mais recorrentes durante o depoimento de Queiroga na quinta-feira (6) na CPI. Os ânimos se acirraram. E deu-se início a um bate-boca. Aziz foi enfático. Ministro, o senhor está aqui como testemunha. Essa é a instância. Não tem esse negócio de dizer e jogar para terceiros…”, questionou o parlamentar. E acrescentou. “O senador Renan fez perguntas simples: faltou o quê? Não faltou o dinheiro. Faltou lockdown, faltou o quê? Você está aqui como testemunha, estou aqui pra lhe preservar. Não é achismo. É sim ou não”, declarou Aziz.

Pressionado, Marcelo Queiroga afirmou que a decisão sobre o uso de cloroquina é uma questão técnica. E que, por ser integrante da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Sistema  Único de Saúde), não poderia falar sobre o assunto.

Ele também disse não ter autorizado a distribuição de cloroquina e nem ter conhecimento de que o medicamento esteja sendo distribuído em sua gestão.

Renan falou também que o presidente teria orientado a reduzir as entrevistas à imprensa para não desgastar mais ainda o seu governo. Como reação, senadores mais próximos a Bolsonaro argumentaram que o senador estava orientando (tendenciosamente) as respostas do entrevistado (Marcelo Queiroga).

Em relação à vacinação contra a Covid, o primeiro ministro da Saúde deste governo afirmou que o presidente da República solicitou a diminuição das entrevistas que eram dadas em sua gestão. O que se verificou nas gestões seguintes? Também o ministro Teich ontem (quarta-feira) disse que houve essa recomendação”, alfinetou Renan.

Vacinação

Ao ser questionado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que foi divulgado um número superestimado de vacinas já contratadas contra a Covid-19. Em peças de propaganda, a pasta dizia ter comprado mais de 560 milhões de doses. 

Ao responder a um questionamento oficial formulado pelo deputado federal Gustavo Fruet (PDT-PR), porém, o ministério informou nesta semana que o número realmente contratado era a metade disso: 280 milhões de doses.

O relator Renan Calheiros apontou o desencontro. Diante dos senadores, Queiroga apresentou novos números e afirmou que há 430 milhões de doses de vacinas contratadas, dado que não inclui doses da Fiocruz.

“Não há um contrato entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde. E essas doses da Fiocruz não foram ali consideradas. De tal maneira que o Ministério da Saúde já vai fazer uma retificação dessa informação que foi prestada de maneira imprecisa à Câmara dos Deputados”, disse o ministro.

Ainda em relação à vacinação, contudo, o ministro foi taxativo. “A vacina contra a Covid é uma resposta da ciência. A solução para a pandemia é a campanha de vacinação. Precisamos vacinar a nossa população”, declarou Queiroga. 

Sobre a recusa do governo em assinar contrato com a Pfizer em agosto do ano passado, o ministro afirmou que não poderia falar sobre tratativas de uma gestão anterior. “Eu assumi (o Ministério da Saúde) há 45 dias e esses acordos não foram firmados na minha gestão. Não tenho como precisar se houve demora, porque não participei dessas negociações”, explicou.

Segundo Queiroga, o governo tem um contrato na iminência de ser assinado para aquisição de 100 milhões de doses de vacinas da Pfizer, sendo que 35 milhões devem chegar em setembro. 

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) cobrou um cronograma definitivo da vacinação no País. “Já ouvimos inúmeras previsões não correspondidas”, ressaltou o senador.

Convocado na condição de testemunha, o ministro também argumentou que as críticas de Bolsonaro sobre as vacinas não tiveram impacto na campanha de imunização. “Eu penso que as críticas do presidente não têm impacto na campanha de vacinação. Pesquisas mostram que mais de 85% da população brasileira quer a vacinação. Fazer juízo de valor acerca do que o presidente fala não é uma competência do ministro da Saúde”, questionou.

Foto/Destaque: Jefferson Rudy/Agência Senado

Marcelo Peres

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