Nas casas de câmbio paulistas, o dólar tu-rismo foi cotado a R$ 1,910 (venda), em retração de 1,54%. A taxa de risco-país marca 175 pontos, número 0,56% inferior à pontuação final de ontem.
Profissionais de mercado atribuíram à entrada de investimentos estrangeiros à derrocada do câmbio. O movimento positivo das Bolsas de Valores, tanto nos pregões americanos quanto no mercado doméstico, ajudou a derrubar o preço da moeda americana. Uma temporada de balanços positivos de empresas influentes, como Apple e Dupont melhorou o ânimo dos investidores, que voltaram às compras. O Banco Central voltou a comprar moeda, na parte da manhã, e adquiriu divisas a R$ 1,7963 (taxa de corte).
“Houve realmente entrada de investimentos [no mercado]. Tem muito investidor interessado nos IPOs (ofertas públicas de ações) e na semana passada as taxas somente pararam de cair porque ocorreu o problema com o petróleo”, afirmou Glauber Romano, operador da corretora Intercam, lembrando a disparada dos preços do barril, que atingiram o pico histórico de US$ 90 nos últimos dias.
As Bolsas de Valores tiveram momentos de estresse na semana passada quando a escalada de tensão no Oriente Médio fez os preços da commodity dispararem. O petróleo mais caro tem consequências diretas sobre o ritmo de crescimento global. Também afeta as expectativas de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) possa reduzir os juros básicos americanos em sua reunião do dia 31.
Juros futuros
O mercado futuro de juros, que baliza as tesourarias dos bancos, teve um recuo após vários dias com ajustes para cima. No rol dos contratos mais negociados, o mercado ajustou a projeção para abril de 2008 de 11,20% para 11,17%. No contrato de janeiro de 2009, a taxa projetada cedeu de 11,54% para 11,41%. E no contrato de janeiro de 2010, a taxa projetada recuou de 11,76% para 11,58%.
O bom humor no pregão de Nova York ajudou os negócios na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). O Ibovespa, indicador que acompanha as ações mais negociadas, encerrou o dia em alta de 2,42%, aos 62.697 pontos. O volume financeiro foi de R$ 4,42 bilhões.
A ausência de indicadores econômicos relevantes, principalmente nos EUA, fez investidores concentrarem sua atenção nos últimos resultados corporativos divulgados, a exemplo de Apple, Dupont, American Express e AT&T, que anunciou crescimento de 41,5% no lucro trimestral.
A onda de boas notícias repercutiu na Bolsa brasileira, que tem acompanhado de perto a dinâmica de negócios nos Estados Unidos. A temporada de balanços já começou por aqui, sem provocar maior nervosismo: as empresas têm apresentado balanços em linha com o esperado por analistas de bancos e corretoras.
Operador que pede anonimato afirma que o mercado ainda filtra os efeitos da crise dos créditos “subprime”, e busca recuperar o terreno perdido nos meses de julho e agosto.