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Deputados do Amazonas devem explicação

Quando todos no Brasil pensavam que os protestos de junho inibiriam atitudes déspotas dos políticos brasileiros, eis que a maioria dos deputados federais decidiu manter o mandato do deputado Natan Donadon (PMDB-RO), condenado pelo Supremo Tribunal Federal e preso por desviar R$ 8 milhões das contas da Assembleia Legislativa de Rondônia.
Dos oito deputados amazonenses, seis registraram presença na trágica sessão –Francisco Praciano (PT), Átila Lins (PSD), Silas Câmara (PSD), Carlos Souza (PSD), Plínio Valério (PSDB) e Henrique Oliveira (PR). Deles, apenas o primeiro veio a público manifestar seu voto pela cassação e lamentar o episódio, ameaçando até abandonar a vida pública. Os outros simplesmente silenciaram.
É necessário dizer que 233 parlamentares votaram pela cassação, contra 216 que quiseram manter Donadon deputado, mas essa foi uma vitória de pirro, porque era necessária maioria absoluta de 369 votos para cassar o rondoniense. Portanto, os 104 deputados que faltaram à sessão acabaram garantindo o mandato dele.
Entre os que não foram votar estão dois amazonenses. Luiz Fernando Nicolau (PSD) está licenciado para tratamento médico, mas vai ter que vir a público dizer se votaria ou não pela cassação, sob pena de ser varrido na enxurrada de acusações que serão feitas aos parlamentares nas mídias sociais, com toda certeza.
A situação de Sabino Castelo Branco (PTB) é ainda mais grave. Além de ausente e calado, ele morou em Rondônia e portanto, teoricamente, teria maior proximidade com Donadon. Isso alimenta a suspeita de que faltou para ajudar o amigo.
Os deputados que mantiveram o mandato de Donadon certamente agiram pensando que, no futuro, poderão ser protegidos pelos colegas em situação semelhante. Neste caso, não se trata apenas de um raciocínio corporativista, mas da existência de uma máfia parlamentar, que um dia o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, ainda investido do mandato parlamentar, classificou como “os 300 picaretas”, expressão eternizada na música de Herbet Vianna, interpretada pelo próprio, à frente da banda Paralamas do Sucesso.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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