Pesquisar
Close this search box.

DAS sofre por manutenção em ramais

A Suframa espera fortalecer o DAS (Distrito Agropecuário da Suframa), a partir de 2015, que deverá contar com mais R$ 27 milhões destinados principalmente a melhorias de 500 quilômetros de estradas vicinais, que atualmente são grandes obstáculos para escoar a produção e também como acesso à fiscalização da autarquia na área. O DAS é um dos polos do modelo ZFM (Zona Franca de Manaus) que juntamente com a indústria e o comércio formam o tripé destinado a desenvolver a Amazônia Ocidental, mas que não conseguiu o mesmo êxito do setor industrial.
Na avaliação da Suframa, o DAS (Distrito Agropecuário da Suframa) registra bons resultados, porém, sem a expressividade merecida. Com uma área de 600 mil hectares, o polo apresenta deficiências quanto ao acesso a aproximadamente 500 quilômetros de vicinais, para melhorar desenvolvimento do setor.
O assessor da Superintendência Adjunta de Projetos da Suframa, Claudenir Silva, explica que a autarquia destinou a mesma atenção aos dois distritos desde que foram criados. Porém, após alguns anos os resultados mostraram que o setor agropecuário não desenvolveu da mesma forma que o industrial. O motivo, segundo ele, é a falta de manutenção nas vias de acesso aos lotes onde os projetos são desenvolvidos.
Impossibilitado de chegar ao terreno, o detentor do lote não consegue implementar seu projeto no período destinado pela Suframa, que é de 5 anos. Da mesma forma, os técnicos da superintendência encontram dificuldades para fiscalizar o andamento dos trabalhos. “Após a aprovação do projeto o detentor assume o compromisso de cumprir as etapas de trabalho. Mas se ele não consegue chegar ao local como vai atuar?”, questiona.
Silva admite que a manutenção dos ramais, que estão inseridos nas rodovias AM-010 e BR-174, está relacionada aos recursos destinados pela Suframa. Porém, ele lembra que a escassez dos investimentos resulta na falta de infraestrutura dos ramais. “Hoje os recursos estão escassos e logo não há manutenção. Inicia-se então um ciclo vicioso que só pode ser resolvido mediante o aumento no repasse de verbas do governo federal”.
Silva ainda destacou a falta de acesso aos financiamentos como outro fator negativo que dificulta o crescimento do distrito agropecuário. “Tanto a pessoa física quanto a jurídica tem a necessidade de um crédito para dar início a um trabalho. Se ele não consegue por algum motivo, fica impossibilitado de trabalhar”, esclarece.
Atualmente o DAS contempla 450 projetos aprovados. Esses empreendimentos geram cerca de 1,2 mil empregos diretos e mais de mil ocupações que ainda não foram aprovadas pela Suframa. Essas ocupações representam cerca de 1,5 mil empregos diretos. A mão de obra indireta é de aproximadamente 3,6 mil.
Do total de 600 mil hectares, cerca de 80% da área está em uso, com atividades voltadas a projetos agropecuários.
O assessor explicou que para que um projeto seja liberado pela autarquia ele deve propor a geração de renda à região, assim como a mão de obra e o conhecimento técnico. “O projeto deve gerar riqueza para a região. A ideia é que esse distrito forneça uma produção que atenda a demanda local, ocupando a área e gerando renda”.

Novos servidores e as Invasões
Claudenir Silva também relatou que há 2 anos a autarquia estava desamparada com relação a técnicos que pudessem contribuir com as fiscalizações nas áreas definidas para a implantação dos projetos. A superintendência contava apenas com quatro servidores. Após a realização do último concurso público 14 novos fiscais foram admitidos e passam por treinamentos. Com a chegada dos novos colaboradores Silva espera mudar o cenário das fiscalizações. “Esperamos que em 2015 tenhamos mais força efetiva com essa mão de obra que está sendo treinada. Que as visitas sejam mais regulares e que possamos acompanhar esses projetos”.
Devido à falta de fiscalização, Silva informa que as áreas que deveriam receber os projetos agropecuários são, em alguns casos, invadidas por cidadãos que tentam adquirir uma área de terra. Ele afirma que quanto mais próximo da zona urbana mais procurado é o terreno. “Boa parte dessas invasões advém da falta de acesso ao local. Não sabemos onde acontecem essas ocupações então fica difícil contornar. Quanto mais próximo à cidade mais a preocupação cresce”, afirma.

Avaliação
Para o superintendente adjunto de projetos, Gustavo Igrejas, o DAS é um setor promissor mas que precisa de melhorias. Ele adianta que no mês de novembro a autarquia vai promover um encontro junto aos órgãos que atuam no setor agropecuário como Embrapa, Sepror, Incra, entre outros. Na reunião serão debatidas soluções para o setor. Ele disse que os representantes das polícias federal e militar também devem ser chamados para o debate na tentativa de encontrar uma solução para a questão das invasões. “Esse setor não é o sucesso que esperávamos mas também não é o fracasso dito por muitos. Queremos repensar melhorias para o segmento de forma que tenhamos melhores estradas e aproveitamento da matéria-prima local nas nossas fábricas”, expressou.
Entre os polos que apresentam bons resultados, Igrejas citou: horticultura, manejo da castanha, da alface hidropônica, genética de caprinos e produção de grama.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar