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Custo da construção cresce abaixo da média nacional no Amazonas

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O INCC (Índice Nacional da Construção Civil) do Amazonas acelerou em março e elevou o valor do metro quadrado de R$ 1.085,81 para R$ 1.090,43, (fevereiro). Os dados foram extraídos do mais recente levantamento do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), realizado em conjunto pelo IBGE e pela Caixa Econômica.

Em relação a fevereiro, o INCC regional subiu 0,41%, ficando 0,30 ponto percentual acima da taxa de fevereiro (0,11%) e de janeiro (0,05%). No trimestre, a variação foi de 0,57% – contra 0,16% e 0,05% dos dois meses anteriores, respectivamente. O acumulado em 12 meses ficou em 5,67%, pouco acima dos 5,04% registrados neste cenário, na sondagem anterior.

A variação do Amazonas, no entanto, ficou abaixo da média nacional, que subiu 0,52% em março, após uma elevação de 0,21% em fevereiro. No trimestre, a pontuação chegou a 1,15%, acumulando uma taxa de 4,86%em 12 meses. O custo do metro quadrado no Brasil saltou de R$ 1.120,99 para R$ 1.126,82, entre um mês e outro.

O Estado registrou a 12º maior variação mensal no ranking das 27 unidades federativas pesquisadas mensalmente para a composição do INCC. Bahia (+1,73%) e Santa Catarina (+0,95%) registraram os índices mais altos neste caso, enquanto Ceará (-0,36%) e Mato Grosso do Sul (-0,32%) apresentaram as taxas mais baixas.

No corte por regiões, os aumentos foram mais intensos no Sul (+0,82%) e mais amenos no Centro-Oeste (+0,10%), na passagem de fevereiro para março. O Sudeste (+1,69%) sustentou a mais elevada taxa do país no trimestre, enquanto o Centro-Oeste (+0,46%) comemorou a mais baixa. No Norte, a variação mensal foi de +0,42 e a anual de +0,63%.

Material e salário

Na composição do preço do metro quadrado no Amazonas, R$ 600,53 são relativos a custo de materiais, que respondeu por 55,1% do custo total. Minoritários no conjunto, os dispêndios com mão de obra contabilizaram R$ 489,90, o que equivale a uma fatia de 44,9% do bolo.

A parcela dos materiais subiu 0,66% em relação ao valor do mês anterior (R$ 596,59), com alta de 0,47 ponto percentual em relação à taxa do mês anterior (0,19%). Já o valor da mão de obra aumentou em menor intensidade entre fevereiro e março (+0,11%). No levantamento anterior do INCC, a pressão dos salários sobre o custo da atividade no Amazonas não havia registrado alteração.

“Se considerarmos os três últimos meses, já temos cerca de 0,57% de reajuste.  Isso indica uma média confortável. Mas, o mercado pode mudar durante o ano. Portanto, com as circunstâncias econômicas, é sempre bom ter uma reserva para cenários futuros”, salientou o supervisor de Disseminação de Informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques.

Cesta de produtos

“Tanto no Brasil quanto no Amazonas, houve variação de preços de alguns materiais que compõem a cesta de produtos da base do Custo Unitário Básico de Construção. O aço foi um deles. Mas, a mão de obra se manteve estável. A próxima convenção coletiva de trabalho só será discutida em junho e até lá permanece a mesma tabela de valores”, destacou o presidente do Sinduscon-AM (Sindicato da Indústria de Construção Civil do Amazonas), Frank Souza.

Já o presidente da Comissão da Indústria Imobiliária do Sinduscon-AM, Marco Bolognese, diz que a aceleração do INCC não surpreende, dado o impacto da inflação oficial sobre a cesta de produtos do indicador. Puxado em grande parte pelos setor de transportes (+1,44%), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de março subiu 0,75%, na maior variação registrada no mês, desde 2015 (+1,32%).

“Não vejo outros fatores para explicar isso. Há no setor alguma preocupação quanto à possibilidade de alta na cerâmica e no cimento nos próximos meses. Isso poderia ocorrer no segundo semestre, no caso de a aprovação das reformas estruturantes gerar um novo ciclo de produção acelerada. Mas, não creio que as coisas vão seguir nesse ritmo”, ponderou.

Clima e frete

O superintendente da Construtora Capital e da Morar Mais Empreendimentos, Henrique Medina, diz que alguns insumos ficaram mais caros no mês passado, com destaque para areia, pedra, seixo e cimento. O dirigente avalia que os dissídios do início do ano podem ter influenciado no resultado, mas lista outros fatores que impactaram o preço final.

“No caso dos três primeiros, o fornecimento é predominantemente local. Creio que o principal motivo foi o clima ruim, que dificultou a extração dos materiais da natureza e, consequentemente, inibiu a produção. Quanto ao cimento, como todo o insumo vem de fora e sofre com o preço do frete. Não temos mais uma fábrica por aqui, e mesmo quando tínhamos o preço não era competitivo. Mas, não creio que a inflação vá impactar no ritmo do setor”, arrematou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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