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Cruzeiro rodoviário

O medo de enfrentar horas e horas de atraso e cancelamentos de vôos sem aviso-prévio está fazendo com que os turistas desistam de viajar de avião. Diante da crise da aviação, mais que investir em publicidade e marketing do Brasil no exterior, cabe à iniciativa privada e aos órgãos públicos se unirem para reverter efetivamente essa situação. De nada adiantam os investimentos em folhetos, camisetas, bonés, outdoors, cartazes e banners de nossas belas paisagens turísticas, senão fizermos algo de prático em termos de infra-estrutura.

A opção fica a cargo do turismo rodoviário, por isso é de extrema urgência renovar o turismo nacional. A hora é de integração. Faz-se necessário investir em qualidade e segurança das estradas e dos serviços turísticos para aumentar o fluxo de turistas rodoviários e gerar mais oportunidades de negócios ao país.

Não é de hoje que se fala, aqui no Brasil, em criar rotas para cruzeiros rodoviários. Nada mais natural, já que com uma malha formada por 1,7 milhões de quilômetros de estradas, desde a era Vargas se aventava a criação desses roteiros e depois, nos anos 60, o movimento tomou força mais intensamente, com a construção de Brasília, que seria o pólo central para unir os quatro pontos cardeais do território nacional.

Agora volta-se a falar em planos para o turismo rodoviário a partir do Sudeste, num projeto ousado, coordenado pela Adetur (Agência de Desenvolvimento Turístico de Macrorregiões do Brasil), que é composta por representantes da iniciativa privada e do poder público, mais as secretarias estaduais e municipais de turismo de cada região.

Segundo a OMT ( Organização Mundial do Turismo), 80% das viagens turísticas são feitas na chamada zona de conforto, com percursos de seis horas de duração no máximo. Podemos aproveitar o cruzeiro rodoviário para oferecer rotas de ônibus circulares que percorram os circuitos turísticos em regiões frontei­riças.

Além de oferecer preços aces­síveis aos locais de circuito turístico, a idéia inicial da Adetur é gerar facilidades para a locomoção dos turistas entre os estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro, os quais juntos concentram 30% dos municípios do país, 40% da população brasileira, 55% do PIB, 52% do turismo receptivo, 67% do turismo emissivo, 49% dos meios de hospedagem e 46% das empresas de transportes.

Esse projeto para o turismo integrado no Sudeste, porém, só se concretizará com a união de todas as entidades do setor para eliminar problemas de ordem burocrática e também de infra-estrutura que impedem hoje a aplicação de qualquer programa de incentivo que se tenha para o turismo regional.

Acreditamos que com o estímulo adequado, o turismo regional poderia crescer 15% a 20%, não fossem as péssimas condições das rodovias (apenas 9,5% das estradas federais, estaduais e municipais estão pavimentadas, ou seja, menos de 170 mil quilômetros no total). Agrava-se a esse, o problema da infra-estrutura de muitos municípios e empreendimentos turísticos que não se preparam convenientemente para receber o turista que chega de ônibus.

Somente o incentivo às viagens regionais proporcionará a geração de novos empregos, escoamento da produção local, desenvolvimento e renda para as comunidades de cada região e, com isso, desenvolver o turismo sustentável com melhor planejamento urbano desses municípios.

Entre as ações de incentivo ao turismo regional, podemos citar como prioritárias: a melhoria da estrutura viária, principalmente nas estradas vicinais, a qualidade da infra-estrutura hoteleira e dos acessos aos destinos turísticos, bem como estacionamentos adequados para ônibus de fretamento, uma educação voltada à recepção de turistas, a organização de associações, cooperativas e conselhos regionais de turismo e a redução da carga tributária sobre o setor.

Precisamos tomar uma iniciativa concreta e incentivar o turismo de curta distância e expandir a boa imagem do potencial turístico do Brasil para o

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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