O setor de tintas em Manaus deve apresentar crescimento anual nas vendas superior ao restante do Brasil, em 2007. De acordo com o Sicomat-AM (Sindicato do Comércio Varejista de Materiais de Construção do Amazonas), enquanto no país a previsão de incremento é de 5% ao ano, na cidade a expansão deverá superar os 10% em 2007, em comparação a 2006.
Entre os fatores que estão impulsionando o setor, segundo o presidente do Sicomat, Aderson Frota, estão os mesmos que norteiam os bons negócios da construção civil em geral, como a queda dos juros, a desoneração tributária dos materiais de construção, a expansão do crédito e o investimento do governo em infra-estrutura.
“A economia funciona interligada, o que significa que uma coisa puxa a outra. Com estabilidade da economia, a inflação baixa, e, no caso das tintas, o início do verão, contribuirão decisivamente para a grande expansão do setor nesse ano, mais especificamente no segundo semestre”, avaliou Frota.
Segundo o dirigente, o período que vai do mês de julho a dezembro é o melhor momento para os empresários do ramo, pois durante o inverno há uma queda muito acentuada nas vendas em virtude das chuvas.
Além da expectativa
O presidente do Sicomat disse acreditar que o crescimento no comércio, se seguir perspectivas bem otimistas dos lojistas, pode fechar o ano com alta de até 15% nas vendas.
“Se nossas expectativas não falharem, ou seja, se não houver grande volume de chuvas, nem crise política e econômica em nível nacional, os resultados serão expressivos”, avaliou Aderson Frota. De acordo com ele, o mercado está favorável para o segmento e os imóveis espalhados pela cidade são prova visível disso.
Empresários fazem apostas
Entre os empresários do ramo, a estimativa de desempenho é similar ao do sindicato. Em Manaus, existem por volta de 400 empresas que vendem tintas. Na IB Tintas, por exemplo, o crescimento previsto para 2007 é de 11%, segundo o proprietário da empresa, Mário Brito. “Esse ano estamos trabalhando com as principais marcas do país, e com o setor da construção aquecido, nossas vendas estão apresentando bons resultados”, afirmou.
Para ampliar o leque de marcas com que trabalha e passar a atuar em outros segmentos, como o de EPIs, (Equipamentos de Proteção Individual), a IB Tintas fez investimentos de R$ 1,5 milhão, nesse ano. “Faremos até dezembro algumas promoções relâmpago, a fim de tornar a empresa conhecida na cidade, vendendo produtos quase a preço de custo”, comentou Brito, ao falar sobre os planos para o incremento das vendas.
Na Guarany Tintas, cujo desempenho no primeiro semestre foi apenas 1,2% superior a igual período de 2006, a perspectiva é chegar aos 7% sobre os resultados do exercício anterior com as vendas do período de julho a dezembro. “De cinco anos pra cá, houve uma mudança muito grande nas tendências do consumidor, o que justifica os resultados cada vez melhores que temos a cada ano. Hoje, não se pinta simplesmente a casa, mas decora-se a fim de criar ambientes agradáveis”, comentou o proprietário Aderson Frota.
Em 2006, o faturamento total da indústria de tintas foi superior a U$ 2 bilhões, quando foram produzidos 968 milhões de litros de tintas. Entre os segmentos em que se divide o setor, o de tintas imobiliárias representa 60% do faturamento; o de tintas para a indústria automotiva, 7%; tintas para indústrias em geral, 24%; e tinta para repintura automotiva, 10%.