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China ameaça quatro principais segmentos do polo amazonense

A China continua ‘engolindo’ o Polo Industrial de Manaus. Os quatro segmentos mais atingidos pela invasão asiática Eletroeletrônico (32,86%), Bens de informática (10,05%), Duas Rodas (22,43%) e Componentes (24,15%) representam juntos quase 90% (89,5%) do faturamento total do PIM.
De acordo com os último indicadores da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), só o polo de Duas Rodas movimentou, até setembro deste ano, US$ 6.751 bilhões e empregou mais de 20 mil pessoas enquanto que o faturamento do polo eletroeletrônico – incluindo os bens de informática – foi de US$ 12.931 bilhões no mesmo período, gerando 44.906 postos de trabalho.
Lideranças da Indústria entrevistadas pelo Jornal do Commercio alertam que a situação se agrava e pode comprometer o desempenho dos setores caso não receba a atenção necessária.
“Ficar esperando que o governo federal resolva o nosso problema é ilusão. Nenhuma medida que arrisque o cenário de negociação com a China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil – vai ser tomada somente para “salvar” a ZFM, uma vez que o PIB (Produto Interno Bruto do Estado) representa apenas 1,5% do total do país. Nosso problema é falta de decisão política local”, criticou o economista José Alberto Machado
Segundo ele, ações para preservar a competitividade, como alteração em impostos, têm efeito imediato mas não a longo prazo. “Precisamos resolver estrutura e logística para conseguir caminhar”, enfatizou.
O consultor empresarial José Laredo lembra que o bom desempenho dos chineses sobre o PIM é natural e resultado do aporte de investimentos do governo chinês na educação, que criou bases para a produção em larga escala, com custos mais ajustados que no ocidente, com tecnologias próprias exportáveis, além de ter efetivado a transição da produção de bens de baixa para boa qualidade.
“Qualquer política protecionista que vier a ser adotada por força de pressão deste ou daquele segmento dentro do PIM, pouco vai adiantar, não é o PIM que vai segurar as 2000 Universidades chinesas, entre elas algumas na lista das melhores do mundo como a de Beijing, a jorrar a cada ano centenas de milhares de novos engenheiros e técnicos nas mais variadas áreas, a avançar exatamente nesses segmentos que mais afetam o PIM”, atacou.

Estratégias de defesa postas na mesa

Para contornar a crise já instalada, ele defende uma atitude de gestão do PIM menos corretiva e mais voltada para estudos científicos focados na inteligência do modelo, para os próximos 20 ou 30 anos. “Devemos instigar os nossos governantes a criar o setor de inteligência do PIM, demonstrar vontade política para implementá-lo,ouvindo mais pessoas que estudam o modelo e agir rapidamente para evitar maiores prejuízos.
O presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), propôs ainda, uma maior atuação da bancada amazonense. “Como não se trata de uma briga direta dos chineses com a ZFM e sim de uma disputa mais abrangente que envolve países da Ásia e a indústria brasileira, o que a bancada pode fazer é capitanear o movimento para defender a indústria nacional, e dessa forma estaremos nos defendendo também. Precisamos somar o nosso interesse com o dos outros Estados e tratar o assunto com essa grandeza, para dessa forma achar uma solução”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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