Pesquisar
Close this search box.

Cheia gera perda milionária no interior do Amazonas

Conforme levantamento inicial do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas), o total de perdas agrícolas em virtude da cheia dos rios nos municípios de Amaturá (Alto Solimões); Ipixuna e Carauari (Juruá); Boca do Acre (Purus) e São Sebastião do Uatumã (Baixo Amazonas) já contabiliza R$11.034.972,20. 

Um total de 709 famílias rurais já foram atingidas pela cheia dos rios nessas regiões. Entre as principais culturas afetadas, até o momento, estão a banana (R$6.383.360,00) e a mandioca (R$3.390.150,00).  

De acordo com o diretor-presidente do Idam, Tomás Sanches, esse levantamento realizado pelo Instituto, por determinação do governador Wilson Lima, facilita a obtenção de um panorama dos produtores e municípios atingidos, para que seja possível tomar decisões acertadas. 

“A intenção é minimizar os impactos, assistir os produtores e apoiá-los com a aquisição de produtos por meio de programas institucionais, priorizando os municípios que estão em iminência de perder a produção. Futuramente com a descida das águas, o Idam irá intensificar ainda mais o apoio através de ações de crédito, entrega de mudas, sementes e assistência técnica para que as famílias possam retomar as atividades rurais e o equilíbrio financeiro”, enfatizou Sanches.

Para minimizar os prejuízos, a Sepror (Secretaria de Produção Rural), está com algumas ações que estão ajudando especificamente os produtores rurais. O titular da da pasta, Petrucio Magalhães, informou que por determinação do governo já estão  executando um planejamento de apoio ao interior que envolve fomento de sementes, mudas, farelo de soja, milho e sal mineral para o gado da várzea, compra da agricultura familiar, visando minimizar os prejuízos desses pequenos produtores rurais atingidos. “Além disso estamos também implantando o garantia safra, Programa do Governo Federal para os municípios da Calha do Juruá que sempre são os primeiros a terem prejuízos com a cheia do rio”.

Pelo histórico, os municípios calhas dos rios Purus e Juruá que concentram os manejos na área de várzea, geralmente enfrentam grandes impactos ocasionados pelas cheias. A produção de hortaliças e fruticultura, como maracujá e banana, além da alface e do cheiro verde, cultivados nessas áreas, são comumente atingidas. Os municípios do Alto Solimões, Alto Juruá , Alto Purus e Madeira, que geralmente são os primeiros a serem impactados. No entanto, o presidente do Sindicato Rural de Boca do Acre,  informou não ter havido prejuízos de forma significativa neste ano na cheia do Purus.

Prejuízo de R$11 milhões com ruína de grandes produções agrícolas 

Segundo o presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária), Muni Lourenço, a calha do Purus, sofre impacto acima do nível de normalidade a partir do mês de fevereiro. “No Purus as culturas agrícolas mais atingidas nos anos anteriores são principalmente mandioca, frutas e hortaliças. Nos anos anteriores em que houve grandes cheias a pecuária também  foi afetada. Este ano, a cerca de uma semana iniciou a vazante”. 

“O nível da cheia deste ano está preocupando o setor rural, principalmente porque já há impactos econômicos em diversas calhas de rios. Ano passado tivemos a maior cheia de todos os tempos, esperamos que este ano não se repita esse nível de subida das águas”. 

Desde o inicio do ano, as intensas chuvas que estão elevando a cota do Rio Negro resultou em sinal de monitoramento por orgãos reforçando ações de emergência.. 

Alerta

O nível do rio Negro  marcou 28,99 m metros nesta sexta-feira 6. A cheia deste ano deve atingir a marca de 29,40 metros, de acordo com o primeiro alerta de cheia do CPRM (Serviço Geológico do Brasil). A cota acende o alerta dos especialistas que não descartam a possibilidade de alcançar a marca histórica do ano passado, que registrou  30,02 metros. 

Balanço 

Vale lembrar que no ano passado a cheia contabilizou  R$ 206 milhões em perdas agrícolas no Amazonas, conforme o relatório final do Idam. Os municípios afetados foram Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Fonte Boa, Tefé, Anori, Careiro da Várzea, Manacapuru, Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Guajará, Ipixuna, Envira, Eirunepé, Itamarati, Juruá, Carauari, Humaitá, Manicoré, Nova Olinda do Norte, Borba, Novo Aripuanã, Itacoatiara, Nhamundá e Urucará.

Conforme o relatórios ao menos 17,6 mil famílias foram atingidas, em 2021, com prejuízos maiores na produção de banana (R$ 66,6 milhões), mandioca (R$ 31,1 milhões), hortaliças R$ 29,5 milhões e mamão (R$ 24,2 milhões).

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar