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Cerveja das mil cores e sabores

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Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apontam um crescimento de 37,7% no número de cervejarias registradas no Brasil em 2017 (2016 terminou com 493, já 2017 encerrou com 679). Outra informação interessante: 8,9 mil produtos foram registrados por estes negócios em 2017. Uma média de 13 para cada marca.

A Cervejaria Rio Negro, em Manaus, se aproxima dessa quantidade de produtos. Além do chopp, seu carro-chefe na produção e nas vendas, no mês passado a empresa lançou duas novas marcas de cerveja, a Cherokee e a Yali, que vêm se juntar às quatro já existentes no seu portifólio, e lançadas no ano passado: Yahu, Muyrá, Sá e Toho.

“E estamos preparando para breve o lançamento da sétima marca, a Patrice”, revelou José Pereira Lima, sommelier e um dos proprietários da Rio Negro.
Lima explicou que a variedade no sabor das cervejas é infinito, por isso pode-se produzir quantos tipos de cervejas se desejar. “Essa é uma característica das cervejas artesanais. Você pode ‘brincar’ com os sabores, mas claro que, por uma questão de produção, a empresa precisa trabalhar em cima do que o cliente deseja”.

E confirma o que disse. “Nossa marca mais vendida é a Yahu, não pelo preço mais em conta, mas por ser pilsen, tipo de cerveja que o brasileiro se acostumou a apreciar: dourada, com colarinho cremoso, leve, suave e refrescante”, lembrou.

A segunda marca mais vendida na Rio Negro é a Muyrá. “É uma premium, uma versão mais encorpada da pilsen. É feita com puro malte de cevada e não é filtrada, por isso, tem aparência turva e o amargor um pouco acentuado com notas de lúpulo”, ensinou.

Cerveja da escola belga

“A Toho, feita com malte tostado; e a Sá, com trigo claro, são dois tipos de cervejas que estão caindo no gosto dos manauaras”, garantiu Lima.

“O malte tostado da Toho lhe proporciona a coloração escura, espuma densa e aroma suave de café com sabor leve de caramelo e o amargor um pouco mais acentuado. A Sá representa o oposto. É a tradicional cerveja de trigo alemã com espuma densa e persistente, sabor encorpado e aroma de especiarias. Com amargor suave, a Sá não é uma cerveja filtrada e sua aparência turva no copo chama a atenção”, detalhou.

Já as duas novas cervejas vêm em busca de clientes atentos a outros sabores. “A Cherokee, de trigo com sabor de manga, é o tipo clássico da cerveja artesanal americana. Os Estados Unidos tiveram papel importante na popularização da cerveja artesanal, inclusive em países tradicionalmente cervejeiros, e suas cervejas estão entre as melhores do mundo”, informou. “A Yali é escura, com seis tipos de malte e dois de lúpulo. É uma ale, tipo de cerveja produzida a partir de cevada maltada usando uma levedura que trabalha melhor em temperaturas mais elevadas, como a nossa”, concluiu.

Patrice, a próxima cerveja da Rio Negro, ainda nem foi lançada e já vem prometendo. “Será uma belgian bland ale, padrão belga”, adiantou. Todo sommelier sabe que a Bélgica é considerada o Paraíso das Cervejas, por concentrar em um espaço pequeno (do tamanho do Ceará), mais de mil rótulos diferentes, além de toda a tradição das cervejas de abadia e trapistas, sem falar no show que dão com seus rótulos, estilos e bares de cerveja artesanal.

“Com o verão às nossas portas, nossa previsão de aumento nas vendas do chope e das cervejas é de ao menos 30% em relação aos meses chuvosos. Atualmente vendemos uma média de 60 mil litros/mês das duas bebidas. Atendemos aos grandes supermercados de Manaus e ultrapassamos as fronteiras da cidade e do Estado, chegando a Parintins, Boa Vista e Santarém, com excelentes vendas”, comemorou. “E queremos ter, não concorrentes, mas parceiros entre as outras cervejarias artesanais de Manaus, tanto que importamos mensalmente 28 toneladas de malte e lúpulo do Paraná, Uruguai, Argentina e até da Alemanha, e vendemos o excedente para as cervejarias menores”, afirmou.

Por dentro
Segundo dados do ICB (Instituto da Cerveja Brasil), o mercado de cerveja artesanal cresceu de 12% a 15% no Brasil somente em 2016 e, com a expectativa de que a economia se restabeleça, projeta-se que o segmento – hoje representando 1% do total da indústria de bebida – dobre até 2020.
Em produção de cerveja, o Brasil só perde para a China e Estados Unidos. No país, são produzidos 14 bilhões de litros anuais e a tendência é crescente. A cada ano, é registrado um crescimento maior, impulsionando a geração de empregos, a criação de novos negócios e, sobretudo, a perpetuação de uma nova cultura de consumo.

A maior parte da fabricação das bebidas se concentra nas regiões Sul e Sudeste, porém todas as regiões do Brasil estão investindo nesse tipo de produção. Dados de um levantamento preliminar realizado pela Abracerva (Associação Brasileira de Cerveja Artesanal) mostram que o número de contratações nas empresas que trabalham com a produção de cervejas também cresceu. De acordo com informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), cervejarias com menos de 100 funcionários geraram 723 novos postos de trabalho em 2017. Entre os negócios do setor com mais de 100 funcionários, 829 postos de trabalho foram abertos no mesmo período.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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