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Caos permanece na RMM com apagão no fornecimento de energia

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A situação continua grave em Manacapuru, Iranduba e Novo Airão, atingidos pelo apagão de energia desde a tarde da última sexta-feira (19), após um novo rompimento do cabo subaquático da Amazonas Energia que abastece os três municípios da RMM (Região Metropolitana de Manaus). Insatisfeita, a população das três cidades – de quase 200 mil habitantes – promete engrossar protestos nas ruas cobrando providências imediatas das autoridades, principalmente do governo do Estado. 

Em nota, a concessionária prometeu, ontem, solucionar o problema temporariamente até este fim de semana com a instalação de geradores de emergência em vários pontos das cidades atingidas, mas dificilmente o sistema que recebe a energia através do linhão da usina de Tucuruí, no Pará, estará saneado a curto prazo. 

A dificuldade é que uma das peças do cabo localizado a 1.500 metros abaixo da ponte Rio Negro (que interliga as três cidades a Manaus) foi danificada e só poderá ser comprada da Suíça, do outro lado do Atlântico. Até lá, a situação continuará precária enquanto os reparos não chegam. 

 Segundo o prefeito de Iranduba, Chico Doido (Democratas), alimentos estocados em supermercados, mercadinhos e em residências da população já deterioraram. Para amenizar o problema, a cidade adquiriu ontem dois geradores e outros quatro chegarão de Manaus até a manhã de hoje para levar a energia aos bairros e às comunidades mais distantes.

Pelo menos cinco caminhões-geradores percorrem as áreas de Iranduba para acionar poços artesianos enquanto os moradores enchem as caixas d’água. Os mesmos procedimentos se repetem nos locais mais desassistidos fora do perímetro urbano da cidade. “Já estragou quase tudo. A cidade está parada e o prejuízo do comércio e da economia como um todo ultrapassa os R$ 100 mil. Até a merenda escolar se deteriorou”, afirma Chico Doido. A rede escolar de ensino também está paralisada.  

 O mesmo acontece em Manacapuru, Novo Airão, onde o blecaute causa vários transtornos e é alvo constantes de reclamações da população. As pessoas lançam mão de enlatados para se alimentar. Carnes, peixes e outros itens perecíveis têm que ser consumidos no mesmo dia por falta de condições de armazenamento adequado. Outros optam pela conservação de produtos pelo sistema tradicional antigo – a salga dos alimentos, enquanto o abastecimento de energia não se normaliza.

De acordo com o prefeito de Manacapuru, Beto D´Ângelo, cinco caminhões-geradores também acionam poços artesianos para a população encher as caixas d´água, como ocorre em Iranduba e Novo Airão. Segundo ele, a Amazonas Energia ficou de enviar 24 geradores nesta quarta-feira para o acionamento da antiga usina termelétrica, desativada anteriormente para dar lugar ao abastecimento pelo linhão de Tucuruí. 

Com a reativação da antiga subestação movida a diesel, somente 15% da demanda de Manacapuru será atendida.  “Não vislumbramos que o problema deverá ser solucionado imediatamente pela Amazonas Energia, já que a concessionária está tomando essas providências paliativas que não atendem a todas as nossas necessidades”, avaliou ele, que agora despacha as ações emergenciais do gabinete de crise, formada pela Defesa Civil e por integrantes do governo do Estado, em uma das centrais de abastecimento de água, onde grupos geradores funcionam parcialmente.

Ontem, uma comissão do Ministério Público, do Procon-AM (Programa Estadual de Proteção e Orientação ao Consumidor do Estado do Amazonas) e da Comissão do Consumidor da Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas) esteve nos municípios atingidos pelo apagão para acompanhar de perto as providências da Amazonas Energia. O objetivo é cobrar uma solução urgente da concessionária e estabelecer possíveis indenizações e ressarcimento dos prejuízos causados pelo apagão.

“Os órgãos que atuam na defesa do consumidor estão unidos para pensar estratégias que permitam a normalização do abastecimento de energia, promovendo o bem-estar da população e ainda o ressarcimento dos prejuízos pela concessionária”, afirmou o defensor geral do Estado, Rafael Barbosa, da Defensoria Pública do Estado do Amazonas, que também participa da ação conjunta desses órgãos.

Geradores e reforço policial aos municípios

Às escuras, os três municípios de Manacapuru, Iranduba e Novo Airão registraram um aumento na violência por conta do apagão de energia que acontece desde a última sexta-feira. Por conta disso, a Polícia Civil do Amazonas enviou reforço de efetivos policiais para dar mais segurança à população, de quase 200 mil habitantes dos três municípios, seguindo uma determinação do governo do Amazonas. 

Segundo os delegado-geral da Polícia Civil, Lázaro Ramos, policiais lotados no DPI (Departamento de Polícia Civil do Interior) e DPM (Departamento de Polícia Metropolitana) irão reforçar a delegacia de Iranduba e trabalhar na prevenção de crimes. “Enviaremos reforço para o plantão na delegacia e outras equipes de quatro homens que farão trabalho de prevenção contra furtos, depredações do patrimônio público, garantindo a integridade física dos cidadãos que estão em suas residências e os bens materiais daqueles que optaram por vir a Manaus até que o problema seja solucionado”, disse Ramos.

Os delegados Mariolino Brito e George Gomes, diretores do DPI e DPM, respectivamente, irão coordenar os trabalhos previstos para iniciar às 20h de hoje. “Entendemos os transtornos vividos pelos moradores dos municípios e vamos a essa missão com o intuito de assegurar a proteção dos cidadãos até que essa situação seja normalizada”, disse o delegado George Gomes.

Ontem, o governador do Estado, Wilson Lima (), enviou seis geradores de energia elétrica para os municípios de Manacapuru, que recebeu cinco equipamentos, e Iranduba (que ficou com um). Em seguida, ele participou de uma reunião com os moradores dos municípios atingidos pelo apagão. “Nós montamos um grupo de acompanhamento, uma força-tarefa, para que pudéssemos monitorar de perto o desenrolar de toda essa situação e temos tomado providências também”, adiantou Lima.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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