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Candidatos investem em discursos para alavancar a economia

A economia é o principal mote de campanha dos candidatos à Presidência da República. Disputando a reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) defende maior liberdade para a produção, livre de amarras de impostos, com um mercado mais liberal, a mesma cartilha defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que é contra qualquer tipo de concessão de incentivos fiscais.

Guedes mira principalmente a ZFM (Zona Franca de Manaus) com sua política neoliberal, que escancara a entrada de produtos estrangeiros, gerando empregos lá fora, segundo expertises do segmento. O regime incentivado do Amazonas tem manifestado muita preocupação com os decretos presidências que reduzem o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializado), maior atrativo de investimentos para a região, além de manter a operação de pelo menos 500 empresas e mais de 100 mil empregos diretos no parque fabril de Manaus.

“O produtor tem que ter mais liberdade”, ressalta Bolsonaro na sua campanha política pela reeleição. O mesmo discurso deve permear a sua vinda ao Amazonas no próximo dia 22, com a expectativa de receber aproximadamente 40 mil seguidores no comício onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu maior oponente nas eleições, discursou na capital – na avenida das Torres.

Articulador da companha de Bolsonaro no Amazonas, o Coronel Menezes (PL), candidato ao Senado pelo Amazonas, disse que a receptividade ao presidente vai bombar em Manaus. “Estamos preparando um grande evento”, informou ele.

Lula também investe na mesma pauta por onde passa. Disse que pretende fazer investimentos governamentais para induzir a diversificação da economia. “Nós vamos colocar recursos para alavancar um novo modelo de desenvolvimento nesse país que leve em conta a criatividade do ser humano”, afirmou ao discursar em um evento que reuniu representantes de cooperativas de todo o País na capital paulista.

Segundo Lula, é preciso apoiar atividades e formas de organização que sejam capazes de oferecer oportunidades de trabalho para a população. “Nós temos que acreditar em outras formas de organização. E o Estado tem que estar pronto para criar as condições para que essas coisas deem certo, se não, a gente não vai gerar emprego para ocupar essa imensa maioria de jovens que se forma, que estudam e querem entrar no mercado de trabalho e não têm oportunidade”, acrescenta.

Essa nova posição do Estado é necessária, na visão do candidato, em um cenário em que as rápidas mudanças tecnológicas estão acabando com vários postos de trabalho em atividades econômicas tradicionais. “Os avanços tecnológicos não criam mais empregos para a gente. Eles geram mais produtividade, mais riqueza, capacidade produtiva, mais condições de ganhar dinheiro e acumular na mão de uma pessoa só, diminuindo o número de pessoas que faziam os trabalhos manuais”, disse.

Nesse contexto, Lula acredita que, sem a intervenção do governo, não será possível criar alternativas que absorvam essa mão de obra. “O Estado vai ter que ter um novo papel. Nós vamos ter que discutir qual é o papel do Estado para garantir emprego”.

Trabalho que, de acordo com Lula, deve permitir que as famílias tenham qualidade de vida. “Nós precisamos discutir como é que nós vamos criar trabalho para o povo brasileiro. Como nós vamos criar trabalho para as mulheres e para os homens que querem estudar, trabalhar e ter certeza que vão construir famílias, vão ter casa para morar e viver uma vida digna”.

Lula ressaltou que o papel do Estado é de dar condições para o sucesso das empreitadas feitas a partir da criatividade e organização da sociedade.

Nota abre Perfil

Um atentado à imprensa

A imprensa nunca foi tão vilipendiada no Brasil como agora, principalmente às vésperas das eleições de outubro. É lamentável que uma jornalista seja alvo de agressão vil, como aconteceu durante um debate de candidatos em São Paulo. Vera Magalhães apenas cumpria a sua obrigação – de levar informações, manter o público sempre atualizado sobre os acontecimentos, fazendo questionamentos de interesse da população. Em troca, foi insultada e tripudiada ao exercer com responsabilidade a profissão que abraçou. Certos tipos, que se dizem políticos, se aproveitam da suposta fragilidade da mulher para praticar todo tipo de atrocidades.

Mero engano. Elas estão cada vez mais empoderadas, merecidamente. É a segunda vez que Vera foi vítima de um coice ao lançar uma pergunta que incomoda ideologias sectárias, reacionárias, reativas. A primeira foi durante um debate de presidenciáveis. Hoje, a mulher também é protagonista. Conquistou o seu espaço no cenário mundial. Pena que continue sendo execrada por uma cultura machista que a relega a segundo plano nas decisões mais prementes da humanidade. Lembremos que todos nós viemos das entranhas de mulheres mães. E a elas devemos respeito, consideração e solidariedade.

Repúdio

Praticamente toda a imprensa brasileira repudiou a agressão contra Vera Magalhães. Os gritos em defesa da jornalista ecoaram em todos os Estados, mobilizando lideranças empresariais, políticas, artistas e outros representantes. O próprio ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, aliado de Bolsonaro, candidato ao governo de SP, se manifestou condenando o ato de um deputado bolsonarista, alertando que a democracia é o pilar de uma sociedade. Não há mais lugar para tantas truculências.

Repúdio 2

A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a ANER (Associação Nacional de Editores de Revistas) e a ANJ (Associação Nacional de Jornais) emitiram uma nota conjunta condenando a violência sofrida pela jornalista Vera Magalhães durante debate com os candidatos ao governo de São Paulo, promovido pela TV Cultura, na noite de terça-feira (13). Logo após o encontro, ela foi hostilizada, agredida verbalmente e filmada pelo deputado Douglas Garcia (Republicanos). 

Favoritismo

Candidato à reeleição, o governador Wilson Lima (UB) continua liderando a corrida eleitoral em quatro regiões do Amazonas – sul, norte, centro e sudoeste, somando 33 municípios, segundo a última pesquisa de intenções de voto divulgada no Estado. Lima é favorito na capital, mas Amazonino Mendes (Cidadania) lidera no interior do Estado. Eduardo Braga (MDB), que tem apoio do ex-presidente Lula (PT), está em ascensão, surpreendendo o cenário político local. Até as eleições, há expectativas de mudanças.

Bombando

O Coronel Menezes (PL), candidato ao Senado pelo Amazonas, disse que Bolsonaro deve reunir aproximadamente 40 mil pessoas no discurso que fará na avenida das Torres, no mesmo local onde Lula discursou para uma multidão. O presidente chega dia 22 a Manaus, onde fará sua campanha política pela reeleição. E será recepcionado por milhares de seguidores na capital, que o acompanharão desde o aeroporto da cidade, com a presença ainda de políticos. Sua visita vai bombar, segundo o aliado.

Estratégia

O deputado estadual Ricardo Nicolau, candidato ao governo pelo Solidariedade, diz que tem a fórmula para alavancar o desenvolvimento econômico da região – a licença provisória automática, reduzindo a burocracia que é um gargalo para a manutenção e atração de investimentos para o Estado. A apresentação de seu plano governamental foi apresentada durante encontro com representantes da FCDL (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas). Que não seja apenas um devaneio.

Competitividade

O Amazonas caiu quatro posições no ranking de segurança pública. E figura hoje na 24ª posição nacional, ficando apenas à frente de Ceará, Amapá e Roraima no quesito. Tudo isso corrobora para afastar eventuais investidores interessados em trazer novos negócios para a região. Os dados foram divulgados por um estudo sobre competitividade dos Estados. Outro fator que impressiona é a precariedade nos serviços de transparência de informações sobre a criminalidade. É lamentável.

Paralisação

Os amarelinhos também reclamam direitos. Ontem, os trabalhadores do transporte alternativo paralisaram as atividades em Manaus. O protesto, que ocorreu na avenida Autaz Mirim (Grande Circular), zona leste, afetou o trânsito. A manifestação começou às 4h dessa quarta-feira (14).  No protesto, eles reivindicaram subsídios similares ao que o transporte coletivo convencional recebe da prefeitura. A categoria promete pressionar o município para atender às reivindicações. Todos estão insatisfeitos.

Fome

Grande parte da população amazonense vive abaixo da linha da pobreza. De cada quatro pessoas, uma passa fome no Estado, segundo os últimos dados do IBGE. Nunca as pessoas de menor poder aquisitivo passaram tantas necessidades como agora, aponta o estudo. O assunto está na pauta de praticamente todos os candidatos nas eleições, desde deputados, senadores a governadores. O Brasil é o segundo maior celeiro do mundo. Mesmo assim, os famintos proliferam. Um paradoxo.

FRASES

“Votar em Wilson é ter certeza de que a parceria vai seguir”.

David Almeida (Avante), prefeito, sobre aliança com o governador.

“É uma atitude incompatível com a democracia”.

Tarcísio de Freitas, ex-ministro e candidato, repudiando agressão a jornalista.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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