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Bikes buscam equilíbrio nas contas

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A oscilação constante do dólar preocupa fabricantes de bicicletas do PIM (Polo Industrial de Manaus), que dependem de vários componentes importados nas linhas de produção. Porém, mais que o câmbio flutuante, a indústria aponta a recessão econômica como fator de maior preocupação e pensa em estratégias para vencer a crise. Dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) mostram que o Brasil é o 4º maior produtor mundial de bicicletas, a instituição computou a produção de 2,5 milhões de unidades no ano passado.
O vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, acredita que a oscilação do câmbio impacta no negócio. “As indústrias trabalham com importação e esse sobe e desce do dólar acaba impactando no custo da produção das bicicletas. Mas acredito que a instabilidade política e econômica que paira sobre o país nesse momento acaba influenciando mais do que a oscilação cambial”, relatou.

Apesar do clima instável, o cenário da indústria é de recuperação. “Sempre digo que o cenário é de recuperação. O setor de duas rodas tem se demonstrado instável nesse início de ano, e com leve aumento na produção. Mas ao compararmos o setor com o ano passado, observamos aumento na produção”, disse.

A oscilação de câmbio acaba por deixar todo o setor cauteloso, explica o diretor de operações da Caloi, João Ludgero. “Boa parte de nossos componentes tem conteúdo importado. Estamos buscando todas as alternativas para manter a competitividade de nossos produtos de forma a contornar os impactos gerados com a flutuação da moeda”, disse. “Esperamos aumentar o volume de produção acompanhando a tendência do setor e poder chegar a dois dígitos. Estamos acompanhando os cenários e a economia, entre outros fatores”, relatou.

O diretor de operações informa que após quatro anos de crise, 2018 começou de forma positiva. “Nosso amplo portfólio, tecnologia de nossos produtos e lançamentos previstos, principalmente a partir de julho, vão com certeza impulsionar nossos negócios”. João disse ainda que a expectativa em relação ao mercado é positiva, principalmente em relação aos produtos de médio e alto valor agregado. “Nossa principal aposta são os produtos voltados a mobilidade urbana e no segmento de mountain bikes”, declarou.

A Abraciclo, acredita que as oscilações bruscas do câmbio causam inquietação, porque podem encarecer os componentes mais avançados que são utilizados na fabricação de bicicletas. A instituição observa com cautela o movimento do dólar, mas informa que até maio os resultados da produção confirmaram o crescimento previsto no início do ano.

Produção

As notícias negativas no âmbito macroeconômico, contudo, ainda não tiveram impacto sensível nos números do setor. Dados da Abraciclo mostraram que as indústrias de bicicletas instaladas no PIM fecharam o primeiro quadrimestre de 2018 com 61.370 unidades produzidas, o que representa alta de 24,5% sobre o mesmo mês do ano passado (49.275).

A instituição acredita que esse avanço mostra que o setor deve seguir o movimento de crescimento sustentável. A projeção da entidade é fechar o ano com 727 mil bicicletas produzidas no PIM, o que representará um crescimento de 9% sobre as 667.363 unidades registradas em 2017.

Nelson Azevedo relata que o pequeno aumento apresentado no setor de bicicletas é uma recuperação em relação a perda que o setor passou. “Apesar do aumento que pode ser observado, ele ainda não é sentido pela indústria. Não podemos esquecer que a recuperação do setor está apenas em produção, não observamos esse aumento em relação a empregos e investimento, que por sinal foram bem poucos nesse início de ano”, afirmou.

Comércio

Ainda segundo dados da Abraciclo, os volumes de bicicletas produzidas no PIM foram distribuídos nos primeiros quatro meses do ano, para comercialização, nas seguintes regiões do país: Sudeste, com 59,2% das unidades; Sul (16,3%); Nordeste (13,4%); Centro-Oeste (6,1%); e Norte, com 4,9%.

O presidente da Comissão de Ciclista do Amazonas, Fernando Barroso, informou que observou aumento de ciclistas nos grupos espalhados pela cidade, um fator que vem impulsionando as vendas do produto. “Temos 42 grupos de ciclistas funcionando em Manaus e a procura por adesão é grande. Observamos que pela área da Cidade Nova a busca foi maior esse ano, tanto que computamos a criação de mais dois grupos só nessa área”, relatou.

Barroso disse ainda que por consequência a venda de bicicletas também aumentou. “A venda é relativa em cada loja, mas temos conhecimento que a procura na zona Norte teve aumento significativo esse ano. O número de ciclistas na região cresceu cerca de 20%”, informou.

A maior concentração de ciclistas encontra-se na Compensa, Alvorada, Cidade Nova, Centro e Chapada. Barroso disse ainda que o Parque dos Bilhares, na Chapada, é onde se concentra a maior parte dos ciclistas. “No parque é possível encontrar mais de 10 grupos diferentes”.

Importação e Exportação

Segundo os dados do Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) analisados pela Abraciclo, a importação de bicicletas em todo o território nacional totalizou 5.103 bicicletas em abril, queda de 27,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado (7.075). Na análise dos primeiros quatro meses do ano, foi verificado o volume de 36.833, o que representa variação de 0,3% sobre o mesmo período de 2017 (36.728).

Já as exportações registraram queda de 82,3%, sendo apenas 269 unidades embarcadas para outros países em abril deste ano ante 1.522 no mesmo mês de 2017. No acumulado, foram 2.348 unidades -aumento de 6,8% sobre as 2.198 bicicletas embarcadas para outros países no mesmo período do ano passado. Paraguai foi o principal destino com 66,1% do volume, seguido da Bolívia (27,5%) e México (6,4%).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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