Pesquisar
Close this search box.

Asas por todo o Amazonas

O Aeroclube do Amazonas é a porta de entrada do bairro de Flores. Foi fundado em 4 de julho de 1940, quando a atual Torquato Tapajós ainda era chamada de estrada de Flores e abrigava apenas sítios e fazendas. O Aeroclube surgiu num desses terrenos, a fazenda Flores, pertencente a Francisco Flores, que acabaria deixando seu nome marcado no futuro bairro.

Naquele ano de 1940 o mundo estava em guerra e quatro anos depois o Brasil enviaria para os campos de batalha, na Itália, o 1º Grupo de Caça formado por mais de 400 homens, entre pilotos, técnicos e pessoal de manutenção para combater ao lado dos Aliados em apoio aos soldados da FEB (Força Expedicionária Brasileira).

O Aeroclube, porém, foi idealizado por amantes da aviação, e pensado para formar pilotos que pudessem desbravar a região ainda praticamente desconhecida e inóspita.

Em 1940 Álvaro Botelho Maia governava o Amazonas e comprou o terreno da família Flores, para o Aeroclube, além de doar dois aviões marca Funk, se tornando o sócio número um da instituição. O primeiro hangar, inaugurado em novembro de 1942, está lá, até hoje. Em 1953 foi a vez do poderoso empresário das comunicações Assis Chateaubriand doar dois aviões para o Aeroclube, recebendo as honras até os dias atuais.

“Desde o início o Aeroclube tem sido mantido e administrado por aviadores, apaixonados por aviação, sem nunca ter recebido dinheiro público e prestando importantes serviços para a sociedade amazonense, ainda assim, de vez em quando enfrenta problemas como os ataques de que devemos sair daqui porque os aviões seriam um perigo para a cidade que cresceu no nosso entorno”, relatou o médico cardiologista e aviador, Luiz Mário Peixoto, presidente do Aeroclube. 

Em 83 anos, só cresceu

Em 1976 o presidente Ernesto Geisel (1974/1976) tirou a posse dos aviadores e proprietários da área e a registrou em nome da União. A posse foi retomada no ano seguinte com os aviadores passando a ser apenas administradores e não mais proprietários do terreno, então incorporado à Aeronáutica.

Em 1940 nasceu Nilton Costa Lins que, em 1988, iniciou as Faculdades Nilton Lins, no Parque das Laranjeiras. O prefeito Alfredo Nascimento (2001/2004) resolveu homenagear o professor mudando o nome da via que passa em frente ao Aeroclube de estrada do Aeroclube, para avenida Professor Nilton Lins.

“Estrada do Aeroclube é um nome histórico, que estava aqui desde o começo do Aeroclube, e foi mudado de uma hora para outra, sem consulta prévia. Estamos com um projeto de lei na Câmara Municipal, resgatando o nome originário, ou mesmo avenida do Aeroclube, que pelo direito consuetudinário deve retornar ao originário”, afirmou Luiz Mário.

Há 83 anos o Aeroclube do Amazonas vem ‘dando asas ao Amazonas’. Surgiu como escola de aviação, e continua com este mister, sendo a única em funcionamento no Norte, recebendo alunos de outros Estados.

Com cinco salas de aula e duas salas com simuladores (um monomotor e um bimotor), forma não só pilotos privados e comerciais de aviões e helicópteros, mas também comissários e comissárias de bordo. As aulas práticas são realizadas em cinco aviões da escola (um bimotor e quatro monomotores). Abriga 14 hangares de empresas particulares e mais cinco escolas de paraquedismo. Sua pista mede 800m de comprimento por 30m de largura.

“Os profissionais formados aqui, se espalham pelo mundo. Temos pilotos brevetados em diversas companhias aéreas no Brasil e no exterior”, disse.

Serviços para a sociedade

Recebendo aviões diariamente, o Aeroclube é o elo entre o interior e a capital. Aviões como UTI Aérea realizam transportes de pacientes dos mais distantes lugares do Amazonas para receberem cuidados médicos especiais em Manaus, onde as UTIs Terrestres já os aguardam.

“No período das eleições, as urnas são distribuídas para todas as zonas do interior a partir do Aeroclube. Na época da pandemia os aviões levaram remédios, material de saúde, vacinas, médicos, enfermeiros, oxigênio para o todo o Amazonas e Estados vizinhos”, ressaltou o presidente.

“Temos um acordo de cooperação técnica com a UEA na área de mecânica e desenvolvimento tecnológico aeronáutico, além de sermos parceiros no projeto Volitan, que está desenvolvendo o aerobarco, aeronave que voará na altura da lâmina d’água de um rio”, revelou.

“Desde 1988, quando assumimos a diretoria do Aeroclube, temos nos empenhado em fazer a instituição crescer. Construímos uma pista de táxi, pátios de manobra e de estacionamento para aeronaves, estação de passageiros, salão de festas, o muro no entorno do aeródromo, estação de tratamento de efluentes, realizamos terraplanagem para nivelamento do terreno, dentre outras melhorias. Neste 23 de outubro, Dia do Aviador, queremos continuar honrando o primeiro aviador brasileiro, Alberto Santos Dumont, zelando e prezando pela prática de voar”, finalizou.

Para saber mais sobre o Aeroclube: www.aeroclubedoamazonas.com

***

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar