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Antigos sucessos para públicos novos

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Em ascensão musical nas décadas de 80, 90 até os anos 2000, o amazonense Nunes Filho e o paraense Wanderley Andrade, estão de volta ao sucesso trazendo ao público brasileiro o melhor das músicas autorais, nacionais e internacionais que eternizaram várias gerações.

Há 43 anos na estrada, o ex- despachante de documento do Detran-AM, José Bernardo Nunes Filho, 69, mas conhecido pelo seu público como Nunes Filho, disse que começou a cantar quando participou de um show de calouros, porém só pisou pela primeira vez em um palco, quando foi entregar um documento de um veículo ao proprietário de uma antiga boate de Manaus. chamada ‘Globo de Ouro’, localizada no bairro Colônia Oliveira Machado. “Lá, conheci o dono do lugar, que cantava na banda Cheiro Verde, o meu amigo França. Acho que ele chegou a gravar uns 4 LPs, somente. E nessa visita, disse a ele que tinha participado de um pequeno show de calouros e, ao ouvir a minha história, me convidou para dar uma palhinha no palco, onde fui apresentado ao público como Zezinho, apenas. E meio que tremendo nas bases, acabei cantando duas músicas: ‘Tortura de Amor’ e ‘Quem és tu’? do saudoso Waldik Soriano, levando o público a loucura e me deixando na vontade de voltar lá”, lembra ele.

E após esse dia, Nunes Filho, nome que adotou profissionalmente, não parou mais de cantar e conquistar o público manauara. “O sucesso foi tão rápido, que nem cheguei a ver nenhum dos meus filhos nascerem, porque estava cantando nas noites nos interiores da vida, tentando ganhar um espaço, que muitas vezes ninguém dava. E hoje, nos meus shows, dou espaço para os novatos, por que não quero que eles passem o que eu passei, tendo que mendigar para cantar, pagando até cerveja para ter direito de uma música ser ouvida”,lamenta ele. Atualmente, com 41 discos gravados, Nunes ressalta também, que em 1981, ele gravou o seu primeiro disco chamado “Por Favor, Desapareça”, um compacto com quatro músicas pelo Selo Unacam (uma espécie de gravadora). “Tive que vender várias coisas, como o meu carro para ir até São Paulo e gravar o meu disco. E quando voltei para Manaus, eu e minha irmã, Nazaré Nunes, fomos de bar em bar colocar fichas nos jukeboxs para as pessoas conhecerem o meu trabalho. E ainda ia nos clubes da cidade pedir uma oportunidade para cantar”, diz ele, orgulhoso.

Mas há quize anos, a música de maior sucesso do artista, ‘O subindo pelas Paredes’ veio à tona, e a letra e o passinho irreverente que ele faz o levou ao conhecimento do grande público. “Mesmo assim, acredito que, o que ajudou a música a se tornar esse sucesso, foi essa dancinha porque, por onde passo, todos querem fazer e tirar foto com as pernas levantadas. Isso é sensacional e gratificante”.

A letra da música e a dancinha é tão contagiante, que Nunes já ensinou o apresentador do programa Bem-Estar da Globo, Fernando Rocha, a apresentadora Sabrina Sato e, recentemente, no Programa Paneiro, a rainha do rebolado, Gretchen.

Atualmente, Nunes se apresenta duas ou três por mês. “Antigamente, fazia 3 ou 4 por noite. Porém, por conta da idade que tenho, faço apenas 4 ou 5 por mês. Também, porque hoje há uma enxurrada de intérpretes nas noites, em uma espécie de concorrência desleal”, lamenta ele. Sendo admirado por todas as idades, o cantor versátil, como se considera, não somente brega, disse que seu repertório musical não estacionou no passado. “O meu show é mixto, de todos os gêneros musicais. Só não canto Funk, Rock, Ópera e Rap, mas canto o Samba, Pagode, o Forró, a Lambada e, agora, o hit do meu último CD ´No Clima do Arrocha’, o Arrocha”. O cantor se considera o músico nortista que atravessou várias gerações e continua conquistando aqueles que ouvem as suas canções de amor pela primeira vez.

Serviço
No valor de R$ 10, para comprar os 41 CDs da carreira de Nunes, ligue para 99202 0693/ 99985 9734 . Com o cachê que varia entre R$ 1.000 a R$ 1.500, na próxima segunda-feira (24), o cantor se apresentará no Brega Nigth do Axerito Bar, na rua Tirza Carvalho, 40, bairro Aleixo.

O Internacional
Já o paraense José Wanderley Andrade Lopes, 53 anos, mas conhecido nacional e internacionalmente como Wanderley Andrade , a revista Contigo estava certa ao considerá-lo o cantor mais eclético do Brasil. “Quando lancei o meu primeiro CD, o “Ladrão de Coração”, a crítica da revista me intitulou como o cantor mais eclético do Brasil. A princípio, não gostei muito, mas por outro lado, fiquei empolgado, porque eu venho da noite e cantando de tudo um pouco”, lembra ele.

Na noite, o cantor mescla em seu repertório que vai de: Pepino di Capri a Rolling Stone; Samba de Breque a Samba do Partido Alto; Roberto Carlos a Julio Iglesia; Frank Sinatra a Al Jarreau, Nina Hagen; Led Zeppelin; Whats Naking ao brega e rock nacional. “Mas as minhas inspirações são os cantores Raul Seixas e meu amigo Reginaldo Rossi. Pois o Rock é a liberdade de expressão, onde você pode escutar no volume mais alto que possível e transbordar”, afirma o cantor.

História e sucesso
Já na sua terceira turnê nos Estados Unidos, Wanderley começou a cantar aos 14 anos de idade em Belém do Pará. “A minha primeira música foi ‘Um Novo Amor’, mas as de sucesso mesmo, foram: ‘O Ladrão’, ‘Traficante do Amor’, ‘Conquista’, ‘Rebelião do Amor’, ‘Morena Sereia'”. Canções de amor que levaram o cantor a se apresentar no quadro Me Leva Brasil do jornalista Maurício Kubrusly no Fantástico, e ao programa Domingão do Faustão e, ao assinar um contrato de 30 meses com a Rede Globo de Televisão, alavancando a sua carreira internacional. Atuamente em turnê pelo Brasil e o Mundo, recentemente o cantor esteve em Manaus e se apresentou no bar de Rock Porão do Alemão. “Duas semanas antes do show, não tinha mais ingressos a venda. Foi o maior público do bar. E para muitos que não sabe, começei a minha carreira nos bares da minha cidade cantando rock´n’ roll, como The Beatles e outras famosos”, salienta ele. Wanderley acredita que o seu cabelo vermelho e seu jeito alegre, agrada crianças de 10 anos de idade até idosos. “Eu acho que a criança me vê como um personagem, mas por outro lado, sou um espelho bastante positivo, por que não bebo e não fumo. Por isso, transmito alegria para as pessoas.

Anos 80 e 90

Para ele, foram nas décadas 80 e 90 quando surgiram grandes canções que enternizaram, porque a música não tem prazo de validade como “Garçon”, do Reginaldo, e as músicas do Roberto Carlos. “São canções maravilhosas. E na atual conjuntura, a música brasileira se tornou uma múscia paleativa, de momento. Será que daqui a 20 anos as pessoas irão lembrar desses cantores que estão fazendo sucesso hoje? Como lembraram dos cantores das últimas décadas que nós conhecemos?”, indaga ele.

E sobre cantar em Manaus, Wanderley disse que ama o Amazonas. “Eu tenho uma valorização extraordinária por esse Estado, porque o associo ao meu querido Pará. Nós temos os mesmos peixes, o açaí, a farinha e tudo de bom.Vejo o Amazonas como sinônimo de paraíso. Sem contar o carinho das pessoas que gostam e respeitam o meu trabalho”, agradece ele. Wanderley acredita que o futuro da música nortista é nunca ser esquecida e ser sempre repaginada. “A nossa música sempre vai existir e estarei sempre vestindo essa camisa, pois sou bregueiro de alma, e roqueiro de coração”, finaliza o artista mais eclético do Brasil.

Cantores antigos de Manaus
Entre os cantores que fizeram sucesso em Manaus nas décadas de 80 e 90, podemos relembrar Teixeira de Manaus, França da banda Cheiro Verde, Orlando Silva, Carlos Alberto, Catia Maria, Cláudia Barroso, Nino Gato e Abílio Farias, que já faleceu.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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