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Analista afirma que Morales já não controla todo o território

Não é a primeira vez que protestos de grupos oposicionistas impedem o presidente boliviano, Evo Morales, de fazer atos políticos nas regiões que hoje são governadas pelos oposicionistas.
Se analistas, dentro e fora da Bolívia, concordam que são baixíssimas as chances da atual crise política provocar uma desagregação territorial propriamente dita, os protestos como os ocorridos na terça-feira, que impediram Morales e presidentes aliados de chegarem a Tarija, no sul, são mostras de que o poder do Estado central já não pode se impor em todo o país.
“Uma das características do Estado Nacional é o controle do território. Quando um presidente não pode aterrissar numa cidade, não pode receber visitas internacionais, é um claro sinal do questionamento de seu poder, uma prova da desinstitucionalização e da desagregação social da Bolívia”, diz o analista Manuel Gonzalo Chávez, professor da Universidade Católica Boliviana.
Mas o analista também critica os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Cristina Kirchner (Argentina) por agendarem a visita. “É sinal também de pouco cuidado e má leitura dos vizinhos sobre a situação. Não é o mais sensato marcar um evento público, que fatalmente seria usado politicamente, num lugar conflagrado”.
Para Gonzalo Chávez, “há grupos fora do controle nos dois lados”. De um lado, camponeses aliados a Evo Morales. De outro, os comitês cívicos, que reúnem a elite econômica e política nas regiões e rivalizam em poder até com os governadores da oposição em Santa Cruz, Pando, Tarija e Beni. É também forte o poder de mobilização do comitê cívico da cidade de Sucre, no centro.
Sede da Constituinte, a cidade se levantou contra Morales porque os governistas não quiseram discutir a inclusão de Sucre como “capital plena” da Bolívia na Carta.
Em confrontos em novembro passado, três pessoas morreram. No fim de maio, o presidente teve de cancelar, na última hora, uma visita à cidade, e seus partidários foram agredidos. Hoje não irá à cerimônia pela independência, celebrada em Sucre. Os moradores exigem que ele peça “desculpas” pelas mortes ocorridas em 2007.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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