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Alta de preço chegará a consumidor

Setores produtivos estão apreensivos com os impactos do aumento nos preços dos combustíveis

Setores produtivos do Amazonas, a exemplo do que acontece em todo o país, estão apreensivos em relação aos impactos do aumento nos preços da gasolina e diesel, que entraram em vigor em todo o território nacional no último domingo (1°). De acordo com o economista e vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, apesar de ainda ser cedo para avaliar os possíveis desdobramentos do reajuste, os consumidores podem esperar aumento nos preços em todos os setores.
“O aumento dos combustíveis interfere na atividade produtiva porque todos usam transportes, seja os funcionários de um estabelecimento –terceirizados ou não –e isso representa aumento de custos. Além disso existem os transportes das mercadorias e materiais. Por isso o aumento no preço dos combustíveis tem impactos diretos nos custos de produção”, avalia o economista.
O presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas) Ismael Bicharra também mostra pessimismo. Ele explica que os combustíveis –aliado com a energia –é o principal pilar na formação de preços de qualquer economia do mundo. Segundo Bicharra, se aumentam os preços dos combustíveis, aumentam-se também os preços de todo o círculo econômico de um país.
“Precisamos de combustíveis para rodar máquinas, transportar produtos e funcionários. Vamos sofrer um impacto muito forte, justamente em um momento difícil. Tivemos um mês de janeiro muito ruim, com uma queda muito grande de vendas e produção e agora somos surpreendidos com mais este aumento nos combustíveis”, acredita.
Para tentar minimizar os impactos do aumento dos combustíveis no comércio varejista, o presidente da ACA recomenda criatividade aos empresários.
“A filosofia agora é reduzir investimentos e estudar bastante para saber onde investir e trazer novos produtos. Aconselhamos que os empresários sejam criativos, inovadores e que criem diferenciais. Em um momento como esse são necessárias alternativas. É preciso que os empresários voltem os olhos para as suas empresas para identificar os custos que podem ser diminuídos para que todo este prejuízo não seja repassado com o aumento dos preços”, defendeu Bicharra.

Aumento será repassado

No último domingo, entrou em vigor o decreto do governo federal que alterou as alíquotas do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre a gasolina e o óleo diesel. O aumento dos dois tributos corresponde a um acréscimo de R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel nas refinarias, segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina e o óleo diesel aumentará no dia 1º de maio, quando poderá haver a redução do PIS e da Cofins. As medidas fazem parte do aumento de tributos anunciado na semana passada pelo governo, que espera obter R$ 12,2 bilhões com a arrecadação.
A Petrobras informou que irá repassar o aumento dos tributos para o preço dos principais derivados do petróleo nas refinarias. A elevação do preço para o consumidor nos postos de combustíveis irá depender da decisão de cada estabelecimento e deve ocorrer à medida que os estoques atuais forem renovados.

Lucas Câmara
[email protected]

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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