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‘Mudança pode ser natural na Suframa’, diz Capitão Alberto Neto

Vice-líder do governo Jair Bolsonaro, o deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) atribui à ação de uma militância ambiental de esquerda como o grande gargalo para viabilizar as obras de recuperação da BR-319 que liga os Estados da Amazônia Ocidental ao resto do País.

O parlamentar engrossa o coro dos que defendem (ferrenhamente) o asfaltamento da rodovia para alavancar a competitividade dos produtos made in ZFM, facilitando o escoamento da produção industrial do Amazonas em direção aos grandes mercados consumidores do Brasil e de outros países.

Alberto Neto diz que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem tendo muito empenho para recuperar a estrada. Essa iniciativa esbarra, porém, em restrições ambientais que vêm se arrastando por longos anos.

Alberto Neto avalia que dificilmente outro governo terá essa mesma disposição de retomar o tráfego numa via crucial para o desenvolvimento regional. “Se o PT voltar ao poder, pode esquecer a BR-319”, ressalta o deputado. “Só o presidente Jair Bolsonaro poderá retomar um projeto que vê como prioridade em sua gestão”, acrescenta.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, tem dedicado horas de conversas em torno de negociações com representantes do judiciário e dos órgãos ambientais para mostrar que recuperar a estrada não implica em novos impactos, segundo o Capitão Alberto Neto.

“Os impactos já aconteceram durante a construção da estrada. Não há lógica nesses argumentos. Ao contrário, a recuperação da estrada vai reduzir ainda mais os danos ao meio ambiente”, afirma o deputado. “O ministro é engenheiro e tem habilidades técnicas para dar garantias a essas obras”.

O parlamentar nega que estaria sendo articulador sobre possíveis mudanças no comando da Suframa, mas não descarta essa possibilidade. “A autarquia está ligada diretamente ao presidente. Só ele pode mudar alguma coisa”, afirma. Neto disse ainda desconhecer algum movimento da bancada do Amazonas nesse sentido no Congresso. O parlamentar comenta também o seu projeto que prioriza dar empregos a mulheres vítimas de violência doméstica. A matéria já foi aprovada na Câmara e agora tramita no Senado.

O Capitão Alberto Neto participou da live ‘JC às 15h’, do Jornal do Commercio, veiculada de segunda a sexta-feira pelas redes sociais.  

Jornal do CommercioPor ser capitão, o sr. tem afinidade com a segurança pública. Como estão suas atividades em Brasília?

Capitão Alberto Neto – Hoje, sou vice-líder do governo Bolsonaro. Então, tenho muitas atribuições. O processo no Congresso é muito democrático, a democracia é demorada, é custosa e muito burocrática.

Para um processo ser aprovado, tem que passar por diversas comissões. Como vice-líder, tenho que acompanhar processos importantes do governo, avaliar se articulações políticas trazem benefícios ou não para o governo.

Participo muito dessas articulações. Um projeto do qual tenho muito orgulho é o contra a violência doméstica. Conseguimos aprovar o PL 3878 na Câmara dos Deputados e que hoje está em tramitação no Senado.

A matéria dá prioridade a mulheres que sofrem violência doméstica entrarem no mercado de trabalho. Como policial, participei de diversas ocorrências sobre violência doméstica e vi que muitas vezes a mulher não sai da casa do agressor porque ela não tem pra onde ir.

JC – Uma dependência econômica….

CAN – Sim, dependência econômica. Muitas vezes, via a mulher toda agredida, e ela não saía de casa porque tem um filho, não tem um emprego. E pedia até pra não levar o seu marido preso porque não sabia o que a família iria comer amanhã, mesmo ela estando agredida, o marido bêbado, uma situação difícil.

Queremos incentivar essa mulher a sair da casa do agressor. O nosso país é o quinto do mundo em número de feminicídios. E o feminicídio não acontece de maneira repentina. São anos e anos de agressões até essa mulher perder a vida.

Então, é um fator muito importante a independência financeira pra essa mulher sair da casa do agressor, criar seus filhos e ser feliz.

JC – Em relação a esse projeto para dar prioridade a mulheres agredidas, não poderia abrir precedentes, estimular alguém a forjar uma violência e desfrutar desses benefícios….?

CAN –São apenas 10% das vagas no Sine. Claro, isso tudo será acompanhado. Quando uma mulher é agredida, tem todo um processo criminal, ela tem que estar munida de todos esses documentos, o marido tem que estar sendo processado.

Lógico, criminosos sempre tentam burlar as legislações. A polícia e o sistema têm que estar atentos pra não deixar que isso aconteça. Quem é responsável pelo Sine tem que fazer a fiscalização e checar a veracidade dos casos

JC – Há uma especulação sobre mudanças no comando da Suframa. E o sr. estaria fazendo essa articulação. Existe algum movimento da bancada do Amazonas nesse sentido?

CAN – Mudanças na Suframa são diretamente ligadas à Presidência da República. Nós estávamos envolvidos na PEC dos Precatórios que é pra salvar 17 milhões de brasileiros que estão em situação de miséria.

Então, não estava dentro da pauta mudança na Suframa. E fui até surpreendido com isso. Então, é natural, é um cargo político, como já aconteceu outras vezes no Amazonas. É muito estratégico. A pessoa tem que entender muito, é uma legislação muito complexa, tem que entender muito da Região Norte, precisa de uma articulação muito forte em Brasília.

Saber dar celeridade aos processos. A chegada de uma indústria aqui é um processo muito burocrático. Então, se não houver uma boa desenvoltura, você trava o sistema.

Tem que ter um gestor muito dinâmico, se tiver um muito quadrado, impede que novas indústrias entrem e gerem novos empregos no Estado.

JC – Há algum desejo da bancada em relação a mudanças….?

CAN – A bancada não conversou sobre isso, mas acredito que a mudança pode ser natural…Desconheço nesse momento, mas não descarto acontecer.

JC – Outra coisa recorrente envolve a velha situação da BR-319 que nunca sai do papel. Tem novidades em relação às obras de recuperação da estrada….?

CAN – Tenho falado isso em todo o Estado. A única chance que temos pra BR-319 ser toda asfaltada é no governo Bolsonaro.

Infelizmente, temos uma militância ambiental danosa no Judiciário e no Ministério Público contra a população amazonense que  tem deixado o nosso Estado no isolamento geográfico.

E nós sentimos tudo isso muito forte agora na pandemia. Aquela imagem dos caminhões com oxigênio tendo dificuldades para chegar aqui e salvar o nosso povo marcou o Brasil.

E o ministro Tarcísio (Freitas) é muito diferenciado. Ele tem conversado com o Judiciário, de maneira mais clara, já que é engenheiro, pra explicar que a BR-319 já existe, os impactos ambientais já aconteceram.

E o novo projeto reduz ainda os impactos em corredores para os animais, por exemplo, novos corredores. E mais do que isso, nós precisamos tirar a população desse isolamento. O interior sofre demais. A nossa Zona Franca de Manaus tem dificuldades para escoar os seus produtos.

Não é só a questão tributária, nós temos que avançar. Um dia, os incentivos podem acabar no Estado. Então, temos que criar novas matrizes, mas pra isso tem que melhorar a infraestrutura, o ambiente, se não vai ser impossível.

Essa militância ambiental é uma política muito de esquerda, digo até burra muitas vezes, no sentido de desconhecer a realidade do nosso povo. E acaba prejudicando. Se o PT voltar ao poder, o amazonense pode esquecer a recuperação da BR-319.

Uma militância ambiental esquerdista dificulta e impede a recuperação da estrada. O ministro tem conversado com o Judiciário, mas de vez em quando aparece um promotor e tenta barrar o asfaltamento da BR-319.

Mas o ministro tem tido uma articulação muito forte para avançar nesse projeto. Não vamos conseguir terminar neste governo, mas tenho muita esperança que no próximo governo do presidente Bolsonaro a rodovia seja asfaltada.

JC – Se a gente tem muitos ‘brasis’, temos também muitos ‘amazonas’. Como parlamentar, o que o Capitão Alberto Neto tem feito pela população do interior…?

CAN – Temos trabalhado muito em especial para o interior do nosso Estado. O Amazonas concentra muito suas riquezas em Manaus, é uma das falhas da nossa capital que precisa ser corrigida, a concentração de empregos na cidade.

Precisamos discutir bastante essas questões. Fizemos uma defesa muito forte na questão dos concentrados que gera emprego não só na capital, gera empregos em Maués, Presidente Figueiredo, em vários municípios do Amazonas

Disponibilizamos recursos pra saúde, muitos prefeitos tiveram esses recursos pra salvar a população com emendas parlamentares nossas. Destinei praticamente 100 milhões de reais para salvar nossa população da Covid.

Temos outros tipos de projetos como asfaltamento de ramais, melhoramento do ambiente de negócios, do nosso agricultor, a questão de reduzir o preço do milho.

Existe uma guerra muito forte. A gente não consegue entender como o milho de Roraima é mais barato que o do Amazonas, se o produto passa por Manaus para chegar em Roraima.

Tenho representado muito bem o Amazonas na Câmara Federal, já como vice-líder do governo no primeiro mandato. E quero continuar trabalhando ainda para aumentar as nossas matrizes econômicas, levar empregos para o interior.

Logo, logo, vamos fazer um encontro com alguns secretários para tratar de startups. Precisamos desenvolver o nosso Amazonas, trabalhar novas matrizes econômicas, principalmente na área de tecnologia.

Também fazer a revitalização do centro e trazer novas empresas pra cá. Acredito que o melhor programa social é o emprego. Falamos muito bem sobre isso na PEC dos Precatórios que vai matar a fome de 17 milhões de pessoas que vão receber o Auxílio Brasil.

Mas depois, temos que ter um outro cálculo – quantas pessoas vão sair do Auxílio Brasil, quantas vão conseguir um emprego, melhorar de vida e vão ajudar a desenvolver esse grande Brasil.

JC – A gente sabe da importância do Auxílio Brasil. Mas ao mesmo tempo, há uma insegurança muito grande em relação à PEC dos Precatórios. Como vice-líder de Bolsonaro, como encara essas críticas que vêm até de empresários apoiadores do governo?

CAN – Vamos pensar o nosso país como empresa. E nós somos os gestores. Houve uma pandemia e a empresa se endividou. Qual o natural de um bom gestor? Vamos sentar e negociar essas dívidas. Não pode fechar a empresa, fechar o Brasil.

Não podemos deixar nossa população com fome. Quem tem fome tem pressa. Precisávamos agir rápido. E os precatórios tiveram um aumento inesperado nessa pandemia. Saíram de 56 bilhões para 90 bilhões. E para o próximo ano tem uma expectativa de 200 bilhões de precatórios.

Uma parte deles é do Fundeb que o governo do PT não cumpriu, não fez o repasse correto. E muitos entraram na justiça e ganharam como têm realmente direito.

O que governo fez, vamos pagar, só que vamos pagar de maneira parcelada. Dando prioridade para professores, a contas de menores valores e as demais serão parceladas.

Com isso, abrimos um espaço fiscal de 90 bilhões de reais para pagar o Auxílio Brasil, para dobrar o valor do antigo Bolsa Família, de 200 reais para 400 reais.

Então, você pega 17 milhões de brasileiros que estão na miséria e coloca 400 reais por mês pra eles receberem. Movimentando a economia, em torno de 40% desses recursos voltam para o Estado, geram empregos nos bairros, dão oportunidade às pessoas terem uma sobrevida e lá na frente conseguirem um emprego.

Dão incentivo escolar, ao esporte, auxílio natalino para as pessoas mais carentes. Incrível é que o PT foi contra, o partido sempre foi contra o teto de gastos, tinha orgulho de falar do Bolsa Família, mas foi contra dobrar o valor do Bolsa Família porque isso iria beneficiar o presidente Bolsonaro nas eleições.

Posso garantir, o presidente não está pensando em eleições, está pensando em salvar a população brasileira. É muita pequenez num momento tão difícil em que perdemos amigos, parentes, pensar num momento eleitoral, politizar. É o momento de salvar os brasileiros, o nosso país.

Fred Novaes

É jornalista
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