A prontidão logística e operacional é um requisito essencial para a operacionalidade do Comando Militar da Amazônia (CMA). Para manter essa condição, são necessários investimentos em tecnologias e estratégias que permitam o desenvolvimento de projetos, muitos deles de alta complexidade, que contribuam para incrementar o desempenho das tropas, sem prescindir do desenvolvimento sustentável. Isso só pode ser realizado com recursos humanos altamente capacitados, como é o caso dos engenheiros militares formados no Instituto Militar de Engenharia (IME), Instituição de Ensino Superior do Exército Brasileiro de destaque entre as principais faculdades de Engenharia do Brasil e do mundo.
Nesse sentido, no período de 14 a 24 de novembro de 2023, o CMA recebeu os Oficiais-Alunos do 5º ano do IME para a apresentação final dos trabalhos desenvolvidos no contexto da XXI edição da Operação Ricardo Franco. A Operação consiste em levar os alunos do IME, sediado no Rio de Janeiro, à Amazônia para realizar projetos que possam beneficiar tanto as organizações militares quanto as comunidades ribeirinhas.
O nome da Operação faz homenagem ao Coronel Ricardo Franco, patrono da Engenharia Militar. Português de origem, o Coronel era engenheiro, cartógrafo e geógrafo, e se destacou desbravando mais de cinquenta rios das bacias do Amazonas. Ele fez o mapeamento, o registro da região e das Fronteiras do Brasil.
Durante o período, os concludentes do 5° ano, juntamente com alunos de pós-graduação e acompanhados por professores, colocaram em prática seus conhecimentos para solucionar problemas e apresentar projetos em Organizações Militares (OM) do CMA nas cidades de Manaus/AM e Barcelos/AM. Mais do que conhecer as características desse importante ambiente operacional, os alunos tiveram a oportunidade de adquirir experiências, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação militar e acadêmica dos futuros integrantes do Quadro de Engenheiros Militares (QEM), ampliando a visão prática dos desafios da engenharia aplicada.
Em Manaus, no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), os engenheiros militares apresentaram soluções para alguns problemas inerentes às operações militares em ambiente de selva, como o mapeamento detalhado da pavimentação da estrada do Puraquequara, projetos de topografia amazônica para navegação avançada, protótipos de carregadores de fuzil mais resistentes e operacionais, municiadores rápidos, alvos eletrônicos, entre outros, multiplicando o poder de combate das tropas que operam na selva.
Outro grupo seguiu para Barcelos/AM, primeira capital do Amazonas, sede do 3º Batalhão de Infantaria de Selva. Lá, discentes e docentes colocaram em prática seus conhecimentos para execução do projeto de engenharia para a pavimentação da Unidade, por blocos intertravados.
Em conclusão, a Operação Ricardo Franco é um exemplo de como a formação acadêmica e militar se unem para resolver problemas reais, contribuindo para a Defesa e a preservação ambiental na região da Amazônia. Por meio da aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, os futuros engenheiros militares são capazes de desenvolver soluções inovadoras para os desafios encontrados no campo. Essa experiência não só fortalece a coesão na formação dos alunos, mas também reforça o compromisso do Exército Brasileiro com a proteção e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. A Operação Ricardo Franco torna-se, portanto, um marco importante na formação dos futuros líderes da Engenharia Militar brasileira e extremamente necessária à operacionalidade do CMA.
Você sabia…
… que a história do IME remonta ao ano de 1792, quando, por ordem de Dona Maria I, Rainha de Portugal, foi instalada, na cidade do Rio de Janeiro, a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho? Essa foi a primeira escola de engenharia das Américas e terceira do mundo, sendo instalada na Casa do Trem de Artilharia, na Ponta do Calabouço, onde atualmente funciona o Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro/RJ
Tinha por objetivo formar oficiais das Armas e Engenheiros para o Brasil-Colônia. Os cursos de Infantaria e de Cavalaria tinham a duração de três anos, o da Artilharia, cinco anos. O curso de Engenharia durava seis anos, sendo que no último ano eram lecionadas as cadeiras de Arquitetura Civil, Materiais de Construção, Caminhos e Calçadas, Hidráulica, Pontes, Canais, Diques e Comportas.
A Real Academia tornou-se a base para a implantação da Academia Real Militar, criada em 23 de abril de 1811, por ordem de D. João VI, embrião da Academia Militar das Agulhas Negras, que hoje forma os oficiais combatentes de carreira do Exército Brasileiro.