27 de julho de 2024
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Universo Olímpico – (Parte 2)

O Japão, além de ser uma potência em tecnologia, também é um grande vencedor olímpico. Conhecido por sua incrível capacidade de superação enquanto País, especialmente frente a grandes tragédias ou intempéries, esta Nação já enfrentou diversos desafios durante a história das Olimpíadas também. E não estou me referindo somente no âmbito das competições, mas também às adversidades fora das disputas desportivas, especialmente para conseguir ser escolhida como uma sede olímpica. Em 1940, por exemplo, apesar de ter sido eleito como o anfitrião deste torneio universal pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o Japão não pôde sediá-lo em virtude da ocorrência da Segunda Guerra Mundial, à época. O país nipônico faz parte da história das Olimpíadas desde a sua quinta edição, realizada em Estocolmo (Suécia), no ano de 1912. As duas primeiras medalhas de ouro viriam nos Jogos de 1928, em Amsterdã (Holanda), nas modalidades Natação e Atletismo.

Em 1952, já no “pós-guerra”, o Japão colocou novamente sua capital Tóquio como candidata à sede das Olimpíadas. Desta vez, para o ano de 1960; o que acabou não acontecendo em decorrência de Roma ter sido o local escolhido. Todavia, sem perder o ânimo, o Japão foi eleito como o país sede dos Jogos de 1964. Este evento teve um significado amplo e irrestrito para a história japonesa, pois além de coroar a reconstrução da Nação após o período bélico vivido, foi também em um momento de salto econômico nacional. 

Os Jogos Olímpicos de 1964 simplesmente motivaram uma transformação generalizada na capital japonesa. Tóquio deu um salto de evolução em infraestrutura a olhos vistos. Por exemplo, as estradas e caminhos foram ampliados e hoje, onde está localizado o Parque Yogiyogi, foi construída uma mega Vila Olímpica, assim como uma robusta estrutura de transmissão, pela emissora NHK. Mas, certamente, um dos legados mais marcantes deste acontecimento foi a implantação do trem-bala Shinkansen, que passou a operar em menos de 10 dias antes do início das competições. O País ainda foi palco das Olimpíadas de Inverno de 1972 e de 1998, nas cidades de Sapporo e Nagano, respectivamente; sendo esta última o terceiro evento olímpico sediado pelo Japão. Estes fatos históricos (de 1964 e de 1972, especificamente) marcaram a primeira vez em que o continente asiático foi a sede dos jogos Olímpicos de Verão e de Inverno. Outro fato ocorrido a partir de 1964 foi a inclusão do Judô (esporte oriundo do Japão) como desporto olímpico, primeiramente na modalidade masculina apenas.

Após este panorama histórico, chegamos ao ano de 2020 e novamente Tóquio tem a oportunidade de ser o centro olímpico mundial. Contudo, um novo desafio extra-esporte acomete a todo o Planeta, a partir, justamente, de um país vizinho; a China. A pandemia do novo Coronavírus, que gerou a Covid-19 e se alastrou por todos os continentes, vitimando várias pessoas e desafiando a medicina e a ciência, exigindo o replanejamento de muitos acontecimentos mundo afora, dentre eles a jornada olímpica. A então nova doença se apresentou com alto potencial de transmissibilidade desde o início e com tendência a maiores riscos de letalidade em determinada parcela da população (diante de características específicas de faixa-etária e saúde), que passaram a ser classificadas como componentes dos “grupos de risco”, ou seja, aquelas pessoas que seriam mais vulneráveis a contrair o vírus e suscetíveis a desenvolver a forma mais grave deste, com a consequente evolução para óbito, em boa parte dos casos.

O Calendário de Jogos estava agendado para ser de 24 de julho a 9 de agosto de 2020. Todavia, em 24 de março do mesmo ano, em decorrência do avanço da Covid – 19 no mundo, foi tomada a inédita decisão de adiar o evento olímpico para o ano de 2021 (a primeira vez em toda a história da Competição em que esta é remarcada e que é realizada em um ano ímpar). A decisão, consequentemente, também gerou a postergação dos Jogos Paraolímpicos (ou Paralímpicos) para este ano. 

As Olimpíadas estão sendo realizadas desde o dia 23 de julho, com data de encerramento marcada para o próximo dia 8 de agosto. Em virtude da pandemia, essas Olimpíadas tem uma série de especificidades nos procedimentos, como restrição na quantidade de público, para evitar grandes aglomerações, testagem geral da temperatura corporal, além de grande parte da população japonesa ter sido imunizada com vacinação antes mesmo do início do Torneio. Este, inclusive, já está sendo considerado o mais caro de todos os tempos. Com gastos estimados em 15,8 bilhões de dólares (cerca de 80 bilhões de reais), os investimentos foram feitos com o foco em tornar os jogos mais modernos, com a criação de novas instalações, a implementação de medidas sanitárias de proteção, com os instrumentos necessários para tal, e a adoção de práticas adequadas à realidade atual em que vivemos, gerada pelo contexto pandêmico global.

O Brasil, por sua vez, com todas as dificuldades que enfrenta, inclusive quanto à falta do investimento adequado em políticas públicas de esportes e formação de atletas, já tinha conquistado até a última quinta-feira (5 de agosto), o total de 19 medalhas, sendo quatro ouros, quatro pratas e oito bronzes. No entanto, a delegação brasileira já tinha nessa ocasião mais três garantidas, sendo duas com boxe (masculino e feminino) e uma com o futebol masculino. O talento, a força de vontade e a garra dos nossos desportistas são fatores fundamentais para os êxitos alcançados. Parabéns à Delegação Brasileira, e que nos próximos torneios o Brasil possa galgar novas posições até alcançar o patamar que anseia e merece. 

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