26 de julho de 2024
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TUDO NASCE NA FAMÍLIA

Sempre que escrevemos algo, não sabemos a quem vai agradar, a quem vai intrigar ou quem “não está nem aí”. Há ainda os que acreditam ser inoportuno, desinteressante ou muito pertinente. Assim aconteceu quando escrevi que os políticos são diferentes. Não vou declarar o nome dos que comentaram, porque não me autorizaram a fazê-lo. Porém, tem um comentário que considerei muito importante e passo a responder. Este leitor, que chamo aqui de Leitor Mais Atento, ou LMA, disse o seguinte: “O políticos não podem ser de raça diferente porque são parte de nós. A educação vem de casa e, com isso quero falar do referencial político. Nossa vida toda é política. A maneira como os pais educam os filhos, a hierarquia, os ‘três poderes’ também.”

Refleti e agradeci o retorno, concordando com ele. Realmente, algumas famílias têm um chefe ditador, outras têm um muito democrático e existem outras cujo chefe é um irresponsável. Toda família tem regras gerais que são da cidade, estado ou país em que residem. Outras são internas e algumas vezes estabelecidas de comum acordo, outras ditadas. Também existe a punição que varia de família para família. Este “modus operandi” acontece nas empresas e em qualquer administração social. Afinal, o mundo só é diferente da nossa casa, no tamanho. A administração pública é reflexo da administração familiar.

A humanidade muda os meios com certa rapidez, mas a essência muda muito mais devagar. Na tradição Judaico-cristã um irmão matou outro por inveja. Durante guerras medievais matava-se o mensageiro e a informação desaparecia. Da mesma forma, em tempos não tão distantes, queimavam-se cartórios para os documentos desaparecerem. Os atuais meios de comunicação e arquivamento mudaram e são mais seguros. A competição sadia é benéfica, mas quando se transforma em cobiça e inveja, nada tem de diferente dos tempos bíblicos.

É preciso ter muita coragem e abnegação para mudar seu ponto de vista. Apegar-se a uma ideia é tão nocivo quanto apegar-se a uma posse ou a uma pessoa. Vícios petrificados pelo tempo também precisam ser abandonados. Virtudes são benéficas mesmo que por muitos anos não soubemos distinguir um do outro. É comum vermos uma criança, ainda não alfabetizada, ensinando ao idoso a operar o celular. Contudo, nunca negligenciemos a capacidade do idoso em ensinar valores morais ou de convívio social. Em suma: substituir meios é mais rápido que mudar raízes. 

Em tempos de eleições vemos muitos candidatos se apresentarem de maneira diferente. Com um discurso mais adaptado aos tempos. O grande desafio é saber distinguir quem realmente mudou na essência e quem apenas mudou os meios. Substituir a televisão pelas mídias sociais é apenas sinal de inteligência. Amadurecer para melhor cumprir melhor o mandato é sabedoria. 

Ainda, com respeito ao artigo anterior, quando delegamos aos políticos as decisões que, tecnicamente, não podemos tomar, não podemos de deixar de nos sentir responsáveis apenas porque não estamos presentes. Afinal, delegar não é entregar. Sempre teremos a oportunidade de trocar aqueles que não agem conforme a missão que receberam. Por outro lado, precisamos entender o meio em que agem. Como disse no artigo anterior: os políticos são diferentes (Luiz Lauschner)

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