26 de julho de 2024
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Ladrões de banco

Existe um ditado entre os ricos. Quando falo “ricos”, quero dizer os muito ricos. Pois é, há um ditado entre eles que diz: “se você quer roubar um banco, deve antes compra-lo”. Para aquele que imaginou as cenas de assalto em filmes de faroeste, com armas de grosso calibre e fuga em cavalos velozes, com todos os assaltantes mascarados, errou feio. Uma arma muito mais potente, que tira o dinheiro do bolso do usuário sem machuca-lo, não é um revólver, mas um computador. Também os assaltantes não vêm de fora, mas de dentro do banco. Não se rouba ao banco, mas se utiliza dele para roubar. Os ladrões são outros, os roubados também. 

Não estamos falando apenas das inúmeras taxas, onde existe até uma para “manutenção de conta”. Não é delas, apenas. Falamos de outras empresas que também têm acesso ao bolso do consumidor e vendem produtos não palpáveis.  Não estão entendendo? Antigamente as operadoras de telefonia cobravam por serviços interurbanos e internacionais valores altos. Tudo especificado, número por número. Pois bem, elas pagavam um valor fixo pelo uso do satélite e, se não fosse usado, eles pagariam o mesmo.

Você não pagava nada se não usasse. Hoje, os serviços de internet falham dias intermitentes e não descontam nada. O valor é fixo. Mas há outros “serviços” que eles cobram sem entregar. Se um restaurante, por motivos alheios à sua vontade, não fornecer refeições costumeiras aos seus clientes, não vai cobrar pelo que não forneceu. Com a internet, além de cobrar é você quem deve provar que não recebeu. Para reclamar, precisa se munir de paciência porque vai ficar mais de hora ao telefone ouvindo abobrinhas de quanto é excelente a empresa que o está lesando. 

Um técnico veio retirar um aparelho cujo desligamento fora comunicado há meio ano. A conta continuava sendo gerada, mesmo com o aparelho desligado. Segundo ele, a Claro Net aproveita o limbo e gera contas a seu favor. Para não pagar contas indevidas é outro calvário. Novamente é você, não a empresa, que precisa provar que elas não existem. Intermináveis horas ao telefone, ligações interrompidas quando você é “quase” atendido e outras enrolações, na esperança que você desista no meio do caminho.

A resposta mais comum e mais estranha é: “Um momento, nosso sistema está lento”. Muito estranho para quem vende rapidez no sistema. Muitas vezes a conta é pequena e você “deixa pra lá” e paga para não ter o nome sujo. Por incrível que parece, fazendo o jogo deles, está encorajando-os a lesar a outro e fortalecer a jurisprudência da malandragem.  

Empresas sérias já fizeram o cálculo do preço de seus produtos. Se precisam dos subterfúgios da pilantragem para cobrar a mais, algo está errado. Se a utilizam apenas para aumentar seus ganhos, também há algo errado. Porque, para o consumidor, que analisa um sem número de casos de extorsão e tentativa de extorsão, não resta dúvida que é um crime premeditado. Enrolações sem fim, telefonemas dos mais diversos números (em torno de 30 por dia), são algumas técnicas utilizadas. É preciso que seja feito um alerta aos servidores: Se eles continuam prestando seus serviços a uma empresa comprovadamente desonesta, eles podem ser cúmplices, não apenas funcionários.  

Enfim, essas empresas devem voltar a ser confiáveis. Já conquistaram algum crédito na qualidade do serviço. No quesito cobrança, estão no mesmo nível dos mascarados que assaltavam bancos nos filmes de faroeste. Afinal, o consumidor não é um bêbado qualquer, que senta num boteco e bebe para esquecer. Os serviços são essenciais como ferramenta de trabalho para muitos. 

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