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Imuniza, Brasil!

A Vacina é um poderoso instrumento de prevenção e erradicação de diversos tipos de doenças. Existem aquelas que devem ser tomadas periodicamente e outras que não precisam ser inoculadas mais de uma vez. Este processo é conhecido como imunização ativa (de maneira que o organismo humano produza anticorpos para combater as infecções). A técnica consiste em injetar nas pessoas um micro-organismo (inativo ou atenuado) causador de determinada enfermidade ou substâncias oriundas destes agentes infecciosos que causam as doenças. Ao ter contato com o agente patogênico inativado ou partes substanciais deste, o corpo humano começa a produzir os anticorpos necessários para combater estes patógenos, gerando também uma “memória” no sistema imunológico. Em virtude da criação destes agentes de defesa no organismo e de células de memória, a vacina tende a impedir que um vírus ou bactéria possam contaminar o corpo de uma pessoa, de forma a evitar até mesmo o possível surgimento de sintomas.

Infecções como poliomielite, tétano, coqueluche, sarampo, rubéola, gripe, febre amarela, difteria e hepatite B são exemplos de doenças que podem ser prevenidas atualmente pela imunização. A origem deste método de combate às patologias remonta o ano de 1789, quando o médico inglês Edward Jenner descobriu a vacina contra a Varíola, ao chegar à conclusão de que o vírus da variante desta infecção que acometia o gado (denominada cowpox ou varíola bovina) gerou a imunização de um garoto de 8 anos de idade (chamado James Phipps) contra a forma humana da doença. A própria origem etimológica da palavra vacina é oriunda do latim Vaccinae, em alusão ao termo vaca. 

No Brasil, tivemos um processo de adaptação e conhecimento até alcançarmos uma cultura de imunização. O nosso País, por exemplo, especificamente a cidade do Rio de Janeiro, foi palco de um movimento popular conhecido como Revolta da Vacina, no ano de 1904, em que a Cidade passava por um problema estrutural e de saneamento básico de proporções muito grandes, o que gerou ações fortes do governo à época e de autoridades sanitárias, como o médico Oswaldo Cruz. Foram executadas medidas de limpeza da cidade e vacinação obrigatória, o que ocasionou descontentamento, confronto e revolta de parte da população, até por não saberem acerca da segurança, eficácia e necessidade real de tomarem vacina (até então algo novo e desconhecido por boa parte da coletividade). Mas hoje em dia também, mesmo diante de diversos meios de informação e consulta, temos visto surgir uma crescente onda dos chamados ‘movimentos antivacinas’, tanto nacional quanto internacionalmente, com pessoas contrárias ao uso de vacinação na saúde. Esta corrente de pensamento, a depender da força e proporção que alcance, pode vir a contribuir para que epidemias hoje erradicadas, possam voltar a surgir, segundo especialistas. Mesmo assim, podemos afirmar que esta temática é majoritariamente pacificada e internalizada e que o entendimento dominante é de que a imunização vacinal é um meio seguro de prevenir ou minorar diversos males.

Hoje em dia o nosso País é um modelo exitoso nesta questão, tendo o Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, como referência mundo afora. Inclusive, 2 laboratórios brasileiros de reconhecimento internacional são grandes produtores de vacinas em nossa Nação há muitos anos, com estruturas de primeiro mundo na produção de imunizantes: o Laboratório Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e o Instituto BUTANTAN.

.  E nesta semana, especificamente em 9 de junho, foi o “Dia Nacional da Imunização”, uma data que busca rememorar e conscientizar acerca da importância fundamental do processo vacinatório para a saúde; do dever de cada cidadão neste ato e da responsabilidade que os pais têm em manter os filhos com o calendário de imunizantes sempre em dia.

Neste momento, o maior desafio de saúde pública que temos, a nível global, é a proliferação do novo Coronavírus, causador da Covid – 19. Esta pandemia se alastrou desde 2020 por todos os continentes, e desde então os cientistas de diversos cantos do Planeta têm lutado para encontrar um imunizante capaz de frear esta mazela devastadora, que já levou tantas pessoas a óbito ou a adquirirem sequelas preocupantes. Todo o processo até o início da aplicação das primeiras doses entre o fim de 2020 e começo de 2021 foi de uma velocidade muito superior a outros tipos de vacinas. Em decorrência disso, surgiram teorias e resistência por parte de algumas pessoas à ideia de aderir os imunizantes Anti-Covid por questionamentos quanto ao tempo de produção destas em comparação a outras no passado. É compreensível até que alguns possam ter alguma resistência no início, mesmo porque o novo Coronavírus surgiu com muitas incógnitas, inclusive para a ciência e para a medicina. Todavia, deve-se levar em consideração que hoje é totalmente possível que haja a produção de inoculantes em tempos menores do que os de imunizantes anteriores, pois além de estarmos na era da alta tecnologia, diversos parâmetros de criação de vacinas já são conhecidos da comunidade científica, com metodologias testadas e aplicadas; o que permite sim, ao meu ver, consubstanciar a produção de imunizantes para o combate a novos agentes infecciosos em um espaço de tempo menor, como está sendo feito na questão da Covid.

O fato é que para podermos voltar à “normalidade” e resgatar a economia, os empregos e a renda afetados por esta situação atípica, é necessário que haja vacinação em massa e para isso é imprescindível que as pessoas se conscientizem de que precisam fazer a sua parte, pois a produção global ainda não está em um ritmo suficiente para atender as demandas existentes, especialmente nos países mais pobres. Ou seja, ainda não temos uma data precisa de quando teremos a população mundial vacinada maciçamente. Por outro lado, é lamentável e indignante o que temos visto nestes dias: diversos cidadãos não retornarem aos postos de vacinação para tomarem a segunda dose dos imunizantes, quando sabemos que esta é uma ação necessária para garantirmos uma maior segurança no que tange à eficácia. 

E mesmo quem já está vacinado não pode relaxar nos cuidados de higiene pessoal recomendados pelas autoridades de Saúde (como o uso de máscaras, de álcool gel e o distanciamento social), pois só teremos uma diminuição considerável na proliferação do vírus quando a sociedade em geral estiver devidamente imunizada. Até agora a ciência ainda não conseguiu responder a alguns outros questionamentos, como por exemplo, se será necessário ou não a aplicação anual de vacinas (até pelo fato do surgimento das mutações virais). Independente disso, é imperativo que o Poder Público, em todas as suas esferas, promova campanhas efetivas de conscientização da população. Também é indispensável que cada um de nós façamos o que nos cabe; não apenas por nós mesmos, mas pelo bem-estar e pelas vidas dos demais.

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