4 de novembro de 2024

Estão aviltando o sete de setembro

O bolsonarismo vem distraindo a população, aviltando valores e símbolos nacionais, valendo à pena relembrar a exploração do sete de setembro/18, após a “facada” que elegeu o Mito.

Pela quarta vez o bolsonarismo utiliza o sete de setembro para distrair, a fim de chegar ao poder, fugir de prestar contas sobre questões envolvendo corrupção e má condução do país, blindar o clã do presidente, bem como tentar aprovar boiadas, medidas provisórias e projetos de leis que em nada agregam valor para a maioria da população.

A primeira vez em que tiraram grande proveito do sete de setembro foi durante as eleições de 2018, com fortíssimas evidências de que a tal facada no dia 06/09/18, que acabou elegendo o Mito, pode ter sido algo muito bem orquestrado.

Isso pode parecer teoria da conspiração, mas com o histórico de atentados forjados no país, bem como histórico grave de indisciplina, ameaças, distrações, disseminação de fake news, negacionismo e irregularidades envolvendo o Bolsonaro ao longo de sua carreira, deste o Exército até o Planalto, não estaria na hora de refletir sobre como usaram o sete de setembro para eleger o atual presidente?

Abaixo há uma série de fatos que ocorreram antes e durante a “facada”, baseados em análise feita por profissionais do canal True or Not <https://bit.ly/2F1tBar>, com cenas em câmera lenta para destacar vários detalhes.

1) Fatos históricos ocorridos antes do dia da facada

1.1 atentados forjados para prejudicar os adversários

Vários já aconteceram na ditadura militar, época que tanto o mito quanto sua tropa exaltam, valendo à pena citar: 

a) atentado “contra” Carlos Lacerda no dia 05/08/54 que culminou na crise do Governo Getúlio Vargas e suicídio do Presidente em 24/08/54. Lacerda era um jornalista e político teatral, que se aproveitou do atentado, usou a imagem em que aparecia carregado por dois oficiais da FAB para demonstrar sua aproximação com as Forças Armadas, obtendo apoio de parcela da população para desestabilizar não somente o Governo Getúlio Vargas, mas também de JK e João Goulart;

b) atendado frustrado do RioCentro em 30/04/81 capitaneado por militares do Exército insatisfeitos com a abertura democrática no país. Na tentativa de encobrir o fracasso da operação, o SNI (Serviço Nacional de Informações) espalhou que o atentado foi planejado pela esquerda, informação que se mostrou falsa ao longo do tempo. 

Além disso, no 2o turno da primeira eleição direta do país, houve o sequestro do empresário Abílio Diniz (11/12/89), na época jogaram de forma orquestrada a culpa no PT, ajudando a eleger Collor de Mello. No entanto, a acusação foi desmentida após o período eleitoral, valendo lembrar que os próprios sequestradores afirmaram que foram obrigados por policiais a vestirem as camisetas do PT após serem presos. Neste vídeo há o depoimento de um ex-militar da Aeronáutica envolvido no sequestro <https://bit.ly/3mYiALg>.

Estes fatos mostram o estrago causado pelo envolvimento ativo de alguns militares em assuntos políticos, jogando a culpa dos atos macabros nos adversários, sendo que o mesmo enredo aconteceu nas eleições de 2018 sob a forte apoio do Steve Bannon, então assessor de Trump, especialista em lavar dinheiro, conspirar, disseminar fake news e manipular massas em época de eleições.

1.2 Mito já sofria de problemas gastrointestinais

Meses antes da facada, o mito passou mal precisando ser atendido: a) de forma emergencial em uma clínica médica de Cascavel em 08/02/18 <https://bit.ly/3tiEk5C>; b) pelo Hospital Central do Exército em 13/04/18 <https://glo.bo/3DEZkYV>. Além disso, no dia 29/04/18, o mito recebeu orações sobre o abdômen <https://bit.ly/3BwEIjy> durante culto político realizado no Congresso dos Gideões Missionários de Última Hora (Santa Catarina), valendo a pena observar o momento (9min4s) em que ele levanta a mão após pastor convidar todas as pessoas com problemas no estômago a fazer o gesto para receber as orações. 

1.3 Se tomasse uma facada, eu ganharia a eleição

Segundo Joice Hasselmann <https://bit.ly/3BDvZMQ>, essa teria sido a frase dita pelo mito quando ela era sua aliada, pelo menos 10 ou 15 dias antes do atentado.

2) Fatos suspeitos ocorridos no dia da facada

Antes do candidato ir para o ato do dia 06/09/18, em Juiz de Fora (MG), ele se dirigiu a Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer de Juiz de Fora <https://bit.ly/3DIMTev>, gerando tumulto, o mais estranho foi a conversa de portas fechadas, pois barraram a entrada de empresários e até do Bebiano, então presidente do PSL e coordenador de campanha <https://bit.ly/3BAy3Fd>, mas que morreu quando estava ameaçando revelar o que sabia sobre as eleições e o clã <https://bit.ly/3mXzY2w e https://bit.ly/2S74VAw>.

Para quem tem problemas gastrointestinais, possivelmente precisando de tratamento ou de cirurgia urgente em 2018, com menos recursos para executar a campanha, para quem não foi propositivo nem se destacou no primeiro debate no dia 10/08/18, que só tinha entre 20% e 22% de votos <https://bit.ly/3kMqjsR> e corria risco de perder ritmo nos debates seguintes, para quem é militar especialista em confusão, distração, a facada em plena véspera do dia sete de setembro criou uma megadistração, seu simbolismo caiu como luva para alavancar o candidato, dar visibilidade 24 horas por vários dias, ajudando-o na campanha, sem contar que a cirurgia para tratar da “facada” pode ter feito parte do tratamento que precisava para tratar dos problemas gastrointestinais.

Além da data do atentado, a cidade foi bem escolhida, Juiz de Fora (MG), tem forte presença militar, bem como histórico de golpes, pois foi de lá que em 31/03/64, o comandante Olympio de Mourão iniciou uma rebelião e com cem homens se dirigiu antes do previsto rumo ao RJ para depor o então presidente João Goulart.

Desde o dia 06/09/18 há dezenas de perguntas sem respostas, mas é melhor o leitor estudar outros vídeos <https://bit.ly/3t8MIEG> e fontes, checar as informações e tirar suas conclusões, concordando ou não, não resta dúvidas é de que desde aquela data, o bolsonarismo está aviltando valores e símbolos nacionais, deteriorando a imagem do Brasil, dos militares e do sete de setembro.

Jonas Gomes

Prof. Dr. Jonas Gomes da Silva - Professor Associado do Dep. de Engenharia de Produção com Pós Doutorado iniciado no ano de 2020 em Inovação pela Escola de Negócios da Universidade de Manchester. E-mail: [email protected].

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