27 de julho de 2024
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Desespero e Horror – quando vai passar?

Os números da Covid no Brasil são 8,6 milhões de casos, 7,6 milhões de recuperados e 211 mil mortos. No mundo 96,2 milhões de casos, 53,1 milhões de recuperados e 2 milhões de mortos. Esses números mudam diariamente e, mesmo quem não queira saber, eles influenciam diretamente a vida de todos e no Amazonas o início de 2021 mostrou isso até para os mais negacionistas.

Os números da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS) apontam que até a data de 18/01 do corrente ano foram confirmados no Amazonas 232,4 mil casos de COVID, com 196,8 mil recuperados, 2,4 mil internados e 6,3 mil mortos. Quantitativos que indicam uma taxa de letalidade do vírus de 2,7%, ou seja, a cada 1.000 pessoas contaminadas no Amazonas 27 irão morrer. Outra informação mórbida que os dados fornecem é de que a maioria dos casos registrados são de pessoas nas faixas de idades entre 20 a 49 anos, contudo as faixas de idade mais hospitalizadas são as de 50 a 79 anos, que também são as faixas de idades dos pacientes que mais morrem.

Mais detalhadamente podemos dizer que as pessoas com idade entre 30 a 39 anos são os que mais se contaminam e as pessoas com a idade entre 60 a 69 anos são as que mais morrem. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra que até o momento 28,6 milhões de pessoas no Brasil fizeram algum teste para saber se estavam infectadas pelo Coronavírus. Destas, 6,5 milhões testaram positivo, sendo 3,8 milhões na faixa etária de 30 a 59 anos e 1,2 milhão na faixa de 20 a 29 anos.

Obviamente são os “jovens” que mais se expõem ao vírus, por conta de estarem na faixa etária de plena força de trabalho, apesar do IBGE apontar o aumento do percentual do desemprego do segundo para o terceiro trimestre de 2020, que passou de 13,3% para 14,6%. Esse percentual representa o desemprego referente às pessoas com idade para trabalhar que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Em números o total de desempregados no Brasil é de 14,1 milhões.

Nos primeiros sete dias do ano o Amazonas apresentou 7,8 mil casos confirmados de Covid com 234 mortes. Na segunda semana foram 13,9 mil casos com 352 mortes. Quantidades que levaram a cidade de Manaus ao caos com a falta de oxigênio nos hospitais. Situação de calamidade que fez o mundo olhar para a capital do maior estado do Brasil e comprovar que a pandemia não passou e pode piorar. Parafraseando o ministro da saúde em relação ao início da vacinação no Brasil, os amazonenses vivem dias D de desespero e horas H de horrores e, infelizmente, parece que a segunda onda que atinge Manaus e as cidades do interior do Amazonas não será o ponto final dessa jornada triste da pandemia.

 O cientista Lucas Ferrante, doutorando do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), faz previsões sombrias. Ele e seu grupo multidisciplinar de pesquisadores anteciparam, no ano passado, uma segunda onda da pandemia no Amazonas, em artigo publicado na revista científica Nature Medicine, com o titulo “As políticas do Brasil condenam a Amazônia a uma segunda onda de COVID-19”. Lucas agora prevê que o estado do Amazonas enfrentará uma terceira onda, em quatro ou cinco meses, e a pandemia se arrastará até 2022 se não forem adotadas medidas urgentes para frear a proliferação do novo coronavírus. A partir de modelos epidemiológicos o cientista estudou a primeira situação de reinfecção em Manaus e descobriu que a imunidade natural não é duradoura para todos os casos. Juntando isso ao negacionismo e ceticismo do governo brasileiro e de parte da população, ao surgimento de novas cepas mais transmissíveis e à fragilidade do nosso sistema público e privado de saúde, podemos acreditar que estamos longe do final do nosso martírio caso medidas mais consistentes sejam tomadas, como um lockdown e uma campanha de vacinação com adesão de toda a população.

No atual momento estamos todos angustiados, preocupados, com medo. Notícias chegam a todo o momento de pessoas próximas ou conhecidas que estão doentes ou faleceram. São dias longos com um clima chuvoso e a melancolia permeia o ar em tempos de isolamento, em tempos que escutamos afirmações de que as Forças Armadas decidem se o povo vive em uma democracia ou ditadura.

Precisamos ter esperança em 2021, a esperança do verbo “esperançar”.

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