Curiosa coincidência a COP-26 iniciar no dia 31 de outubro, Dia das Bruxas, afinal, não são os magos do clima que se reúnem ou melhor videntes que tudo sabem do futuro do planeta?!
No que se refere à Amazônia, nossa representatividade parece ter tomado poção mágica de sumiço, e veremos, como sempre, estranhos falarem da casa alheia. A ocasião promete um caldeirão cheio de temas vazios, entre os quais crédito de carbono, que ninguém sabe como calcular; manto verde da invisibilidade que faz desaparecerem os mais de 38 milhões de habitantes da Amazônia continental. Assim, com esses elementos, os “especialistas” poderão falar misteriosamente do que não sabem, não vivenciam e não veem.
Serão muitos os relatórios e discursos para iludir a população mundial. Tudo farão para mascarar os reais objetivos da reunião. Pelo resultado que se tem de todas as COPs, conclui-se que a intenção real é continuar a bloquear a capacidade produtiva das regiões emergentes do mundo, em especial, da Amazônia. Se os objetivos fossem o desenvolvimento equilibrado e sustentável, os países industrializados derrubariam as barreiras fitossanitárias aos produtos da Amazônia e a COP abriria um capítulo sobre comércio de produtos tropicais. Talvez, alguém até lembrasse que, no passado colonial, o extrativismo de produtos regionais serviu para encher os cofres da coroa das potências europeias.
Na verdade, a História mostra que as grandes potências não aceitam que se conteste sua dominação. Com efeito, qualquer possibilidade da riqueza ficar nas mãos de quem as detém é anulada. Por isso, recaíram sobre a economia da Amazônia sortilégios de toda a sorte, e seguimos amaldiçoados em pleno século 21, com toda a tecnologia e inovação à disposição da humanidade.
A vocação da Amazônia jamais foi a criação de gado ou produção de soja. No entanto, foram essas as oportunidades que nos foram impostas. Há uma variedade de produtos alimentícios que a Amazônia pode fornecer a todo o planeta com mínimo dano ao bioma, um hipermercado verde que, infelizmente, ao invés de entusiasmar a comunidade internacional, amedronta.
Medo que financia a retórica dos ambientalistas alienados, os quais, ao invés de focar no incentivo à produção e ao comércio de produtos amazônicos de baixo impacto ambiental, preferem atacar qualquer iniciativa econômica. Aí, a máscara cai e a ideologia ambientalista revela-se o que é de verdade, uma farsa cruel que condena as populações amazônicas a uma vida de miséria e desesperança.
Se é verdade que muitas pessoas estão optando por produtos veganos, o mundo não deveria consumir os produtos da Amazônia, ricos em nutrientes, antioxidantes e super saudáveis, o que é atestados por milhares de estudos que acabam por ser esquecidos de propósito?!
Então, pergunta-se, para quê fórmulas mirabolantes? Quebrem as barreiras fitossanitárias, deixem os produtos da Amazônia invadirem o mercado mundial, com selo Amazon free, com valor de preservação agregado. A demanda organizará o fornecimento, e inaugurar-se-á um ciclo permanente e diversificado de comercialização dos nossos produtos, o que gerará riqueza para os que aqui vivem. Assim, não precisaremos esperar pelos recursos que, supostamente, adviriam da lenda dos “créditos de carbono”.
O que a Amazônia precisa são de metas honestas, criativas e ambiciosas, em um ambiente de liberdade para a livre iniciativa. Mas disso a COP não trata. Com efeito, a Conferência não passa mesmo de uma convenção das bruxas, que usa o alarmismo climático contra a prosperidade e o bem estar da geração presente, e isso sim compromete as gerações futuras e presta um gigantesco desserviço à conservação ambiental, pois nada é mais deletério para a proteção dos biomas do que a pobreza.
Então, livrem-se das fantasias de Halloween e abandonem as fórmulas mágicas, do contrário, toda essa travessura pode levar, de fato, a catástrofes que os magos do clima previram em suas bolas de cristais.
Chega de travessuras. O que todos queremos é um doce planeta, equilibrado, racional e próspero, o que só será possível mediante o diálogo que traga ao centro dos debates o homem que vive e trabalha na Amazônia.