6 de outubro de 2024

Como melhor retratar a si mesmo no seu currículo

O modo como você escreve é tão importante quanto o conteúdo do texto. Muitos candidatos recorrem a um estilo antiquado e formal demais na hora de elaborar o currículo ou redigir a carta de apresentação. Em alguns casos, há quem escreva o currículo em terceira pessoa. Vale a pena adotar um estilo claro, objetivo e sem jargões. Essas medidas vão impedir que o conteúdo do currículo fique em segundo plano.

Você pode usar apenas cem palavras para se descrever. Essa limitação, porém, talvez conduza o leitor a conclusões indesejadas. Como nas demais etapas da elaboração do currículo, esse item exige um planejamento cuidadoso e preciso.

Seja você mesmo

A primeira linha do currículo deve exibir seu nome. Por isso, lembre-se de uma regra preciosa: esse documento deve revelar seu orgulho de ser quem é. Assim, se você é João Silva na vida profissional, seja João Silva em seu currículo. Não se identifique como João da Silva Serqueira Gomes ou João S. Serqueira Gomes, a não ser que você também seja conhecido na área por um desses nomes. Caso tenha qualificações ou títulos específicos (como Doutor, PhD etc), avalie a real conveniência de agregá-los a seu nome. Em geral, eles devem ser incluídos apenas se forem importantes como qualificações para a vaga em questão. Caso contrário, é melhor evitar referências que soem excessivamente pomposas.

Dados para retorno

Você deve facilitar um eventual contato dos recrutadores. É essencial indicar seu endereço completo e, caso costume se ausentar da casa, ou não poder atender ao telefone celular, informe esses dados e indique um meio alternativo, como e-mail ou telefone de recados. Verifique se a pessoa que receberá o recado ou se a mensagem da secretária eletrônica é clara, para eventuais retornos.

Forneça mais de um número de telefone: inclua o da empresa (se puder receber chamadas). Informe seu e-mail pessoal, geralmente não é conveniente receber retornos no e-mail profissional. 

Idade

Nos Estados Unidos, não é comum informar a idade no currículo, mas no Brasil esse dado é importante. De qualquer forma, o recrutador pode deduzir a idade do candidato a partir das datas citadas. A regra básica é informar a idade na primeira página, caso você creia que o item deve ser citado. Outra opção é colocar o dado em “outras informações pessoais” na última página.

Detalhes da vida pessoal

O fornecimento de informações pessoais varia de acordo com as demandas do cargo e com os costumes de cada país. O estado civil do candidato, por exemplo, pode ser relevante se o cargo implica em viagens constantes. No entanto, se a ocupação exige alguém estável e seguro, os recrutadores podem preferir uma pessoa casada. O estado civil pode ser colocado junto com a idade ou data de nascimento, na primeira ou última página.

Não relacione muitos interesses pessoais que exijam tempo, pois podem dar a impressão de pouca disponibilidade para o trabalho. Seus interesses pessoais também podem dar margem a interpretações negativas.

No currículo, sua vida pessoal só importa na medida em que influencia a vida profissional, pois a partir dos interesses citados, os empregadores vão tirar conclusões sobre você.

Riscos de interpretação

Todo bom recrutamento envolve certa dose de “discriminação” – em favor do candidato mais apto para a vaga em questão. No entanto, você também deve estar preparado para interpretações menos favoráveis. Ao combinar as diversas informações fornecidas, os recrutadores podem tirar conclusões inadequadas. Por isso, tenha cuidado de não incluir em seus currículos informações em excesso ou pouco relevantes.

Pergunte-se

Ao ler meu currículo, fico feliz com minha descrição?

Posso ser contatado em meu atual emprego ou isso pode causar complicações?

A linguagem adotada é compreensível mesmo para quem não é da área?

Deixei de lado alguma informação pessoal que tenha importância específica para meu currículo?

As informações pessoais e profissionais que escolhi passam uma impressão satisfatório e fiel à realidade?

Eu me contrataria?

E que tal, compartilhar seu currículo com alguém de confiança e com um olhar apurado e sincero e perguntar a essa pessoa: você contrataria a pessoa desse currículo (e quem sabe, nem falar que “esse cara é você!”.

Boa semana!

Fiquem com Deus!

Paula Pedrosa

É CEO, Headhunter, Jobhunter e Coach de Carreira da Paula Pedrosa Headhunter & HR Solutions. Colunista de carreira, mercado e imagem corporativa do Jornal do Commercio

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