Neste momento conturbado que o Estado do Rio vive, e sua capital, impressiona a reincidência de administradores que passam pelo Executivo e não deixam obras a serem lembradas. E a sociedade costuma cobrar, criticar e condenar justamente os que fizeram muito, mesmo que pecando nos métodos.
Longe de justificar o “rouba, mas faz”, frase surgida em São Paulo pela pura inveja de um grande realizador, deve-se lembrar os que passaram em brancas nuvens, numa região tão carente de iniciativas e de oportunidades para sua gente.
Já lembramos aqui os realizadores, que errando aqui ou ali, fizeram, construíram obras que estão servindo à população através dos anos.
Mas devemos lembrar que são tóxicos os inúteis. No Rio, por exemplo, não se encontra registro de realizações de porte nos dois governos Garotinho – do próprio e da mulher –, que se limitaram a pequenas obras, necessárias, é claro, mas com objetivos eleitorais. Antes, Moreira Franco, que havia se projetado pelo conjunto de obras como prefeito de Niterói, no Estado, nada mais fez do que política, com resultados nefastos a ponto de desistir de disputar eleições após fracassos retumbantes nas tentativas de voltar à Prefeitura de Niterói e chegar ao Senado. No Estado, o governador impedido nada fez de positivo nos 20 meses de gestão. Não disse a que veio e limitou-se a manter a estrutura de segurança legada pela intervenção comandada pelo General Braga Neto.
A Prefeitura do Rio, que contou com bons nomes nomeados ou eleitos, também tem um elenco de nulidades menor, como o Júlio Coutinho – que muita gente nem lembra que existiu – e agora o atual, que não conseguiu nem terminar direito as obras que encontrou em andamento, como é exemplo maior a Avenida Brasil, ainda inconclusa e de grande importância. Além de ter provocado polêmicas como tentar desrespeitar a concessão da Linha Amarela, lançando desconfianças para a Prefeitura no mercado e esta de ter formado uma “tropa de choque” para tentar tapar o sol com a peneira. No mais, não errou, mas não acertou.
Os candidatos devem meditar sobre a importância de apresentarem ao eleitor o que pretendem fazer, mesmo que num quadro adverso como o que estamos atravessando. E o governador que certamente será confirmado, aliar transparência à cobrança de obras significativas de responsabilidade federal, como os acessos rodoviários à capital, todos eles congestionados ou com obras abandonadas.
Para ficar em um simples exemplo, a capital pede uma nova rodoviária para atender à região da Barra e à zona oeste, Bangu ou Campo Grande, cuja população por vezes tem de fazer uma segunda, desconfortável ou cara viagem, para chegar ao destino desejado. Precisa-se de racionalidade e bom senso. E nem tudo custa dinheiro publico .