6 de outubro de 2024

A opção pelo interior

Uma política nacional de incentivar a instalações de novas indústrias fora das regiões metropolitanas daria um alívio nas contas públicas e natural melhoria na qualidade de vida da população A pandemia mostrou à muita gente que a vida no interior pode ser mais prazerosa, hoje com os recursos do mundo digital, a boa prestação de serviços médicos e de ensino nas cidades de porte médio.

Os custos de uma metrópole, atualmente, são imensos em se considerando a necessidade de grandes obras públicas para garantir transporte, mobilidade urbana e segurança. O deslocamento de novos empreendimentos para uma distância entre 100 e 200 km das capitais, com as boas estradas e até mesmo, em muitos estados, com a proximidade de aeroportos integrados na malha das empresas de aviação, ajudaria muito na geração de empregos. Muita gente, com a experiência da pandemia, descobriu a qualidade de vida no interior.

Em quase todos os estados do Brasil, as cidades de porte médio têm qualidade de vida como, por exemplo, no Amazonas a Estrada Manaus – Porto Velho vai levar progresso ao interior. Muitas com faculdades de boa qualidade, algumas já com boa medicina privada, e bem servidas de transportes e oportunidades.

O mundo pós-pandemia vai valorizar essas coisas, tendo percebido que os grandes centros, com aglomerações nos transportes, nos bairros mais populares, favorecem a disseminação de doenças, como tem sido o caso do coronavírus. E o poder público, atento a bem aproveitar os recursos disponíveis, que, por algum tempo, estarão curtos, compreenderá que será uma boa política a interiorização, cobrindo, inclusive, certa falta de mão de obra nas áreas rurais. Destinar parte dos recursos para o interior, criando pequenos e médios empreendimentos próximos de zonas produtoras, agrovilas, poderia facilitar esta volta ao campo, pela qualidade de vida.

A pandemia já valorizou a vida fora dos grandes centros. O mercado imobiliário residencial teve a demanda, de alugueis e compras, aumentada. É preciso deter o crescimento das periferias, que pelos problemas sociais, acabam se tornando violentas. O retorno de famílias de baixa renda seria consequência da oferta de oportunidades nestas cidades.  Planejamento é isso.

O momento é propício a se examinar essas alternativas. Não custa nada.

Aristóteles Drummond

É jornalista e presidente da Associação Comercial do Estado do Rio de Janeiro

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