10 de dezembro de 2024

A esperança não morre nunca

No último dia 02 de março, o escritor e jornalista Paiva Netto, articulista do Jornal do Commercio do Amazonas, completou 80 anos de vida. Desde aos 15 anos de idade militante do trabalho solidário da Legião da Boa Vontade (LBV), festejou seu aniversário lançando a versão impressa do livro A esperança não morre nunca, uma obra literária que, já no título, nos traz reflexões profundas quanto ao momento pandêmico que vivemos e seus desafios humanitários. 

Quando do falecimento do seu fundador, o saudoso Alziro Zarur (1914-1979), José de Paiva Netto passou a dirigir a LBV, que desempenha importante contribuição ao combate da pobreza, demonstrando que a verdadeira e completa Assistência Social faz da Educação do corpo e do espírito instrumento poderoso de transformação à erradicação das desigualdades e indiferenças numa “humanidade que tanto necessita de humanidade”, tese defendida por Paiva Netto.

No enfrentamento de um período que completou um ano, vitimando mais de 2,5 milhões de pessoas no planeta, 30% destas, viventes nos Estados Unidos da América e no Brasil, de enormes transformações no mundo, o cenário de distanciamento social necessário ao enfrentamento da pandemia da covid-19, as restrições comportamentais e limitações às atividades cotidianas imprimiram e imprimem, aos nossos pensamentos, a sensação de insegurança e medo do presente e futuro.

Fui um dos milhares de leitores, em mais de 30 países, que se permitiu estudar e se alimentar da obra supracitada de Paiva Netto, em sua versão digital, desde quando foi disponibilizada gratuitamente pelo autor, no início da pandemia em 2020.

Se o corpo precisou e precisa do prato de comida, minha alma se alimentou, e alimenta, dos inúmeros recursos/instrumentos/recomendações disponibilizadas pelo autor, como por exemplo: “A Alma carece de constante estímulo à prática das Boas Obras. Por que dizer aos jovens que não alimentem a Esperança? Se o nobre idealismo não sobreviver, o que lhes sobrará? Um campo aberto para o esmorecimento. Todos percebem que, num mundo globalizado, o mal que acontece lá (onde quer que seja esse lá) poderá atingir-nos bem aqui”.

Gana nos dá sinais de nosso renascimento.

O último dia 24 de fevereiro foi um marco mundial, pois, Gana, país do oeste africano, recebeu o primeiro lote mundial de vacinas (600 mil doses) financiadas pelo programa COVAX, coordenado pela OMS e UNICEF (ONU). 

As doses do produto da AstraZeneca/Oxford, fabricadas pelo Instituto SERUM (Índia), compõem o primeiro passo da meta estratégica global do programa COVAX: fornecer e distribuir vacinas, cerca de 2 bilhões de doses, em 2021, aos países de baixa e média renda, que não possuem mínimas condições econômicas e de governança para desenvolver robustos programas de imunização às suas populações.

Os resultados socioeconômicos dos investimentos e operação do programa de vacinação de Israel vigente demonstram o nosso caminho comum: diante das ideias e discursos negacionistas, devemos acreditar na capacidade de inovação tecnológica da racionalidade humana, independentemente da cor de nossa pele, ou nacionalidade. Qualquer coração homo sapiens sempre bombeou, bombeia e bombeará o mesmo sangue vermelho, fazendo circular vida ao organismo e regeneração aos pensamentos.

Ao negar e não enfrentar os desafios do planejamento estratégico, coletivo, necessário, gangrenamos nossas capacidades, amputamos oportunidades e, como em qualquer equação lógica, nos tornamos um “frio” valor de vítimas: somos, no Brasil, cerca de 10% do total planetário de óbitos da Covid-19. 

Um bom presente.

Já adquiri cinco exemplares do livro A esperança não morre nunca, para presenteá-los aos amigos e familiares. Em tempos de tribulação e necessário distanciamento social, considero a obra companheira de cabeceira e, sua leitura, um conforto e esclarecimento espiritual. 

Ao ressaltar o urgente e necessário entusiasmo no Bem, do livro, transcrevo algumas palavras do escritor Paiva Netto, num diálogo e convocação à juventude, de todas as idades: “Jovens, jamais se esqueçam de que amanhã vocês envelhecerão também… Se quiserem manter a chama da Esperança, a mesma feição juvenil, o vigor, apesar das naturais rugas do tempo e dos sempre belos cabelos brancos, pratiquem o Bem. Não há outro caminho. É o Espírito que fortalece o nosso ânimo, que nos concede a beleza eterna da simpatia. Não existe melhor cosmético do que a consciência tranquila”. 

Para outras informações sobre o livro, acesse: www.paivanetto.com. Está à venda nos sites das Americanas e Amazon, ou pelo telefone do Clube Cultura de Paz: 03001007940. 

Daniel Nava

Pesquisador Doutor em Ciências Ambientais e Sustentabilidade da Amazônia do Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia da UEA, Analista Ambiental e Gerente de Recursos Hídricos do IPAAM

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